E uma que agora me ocorre é de uma das nossas últimas vindas, quando a CBN já não dava mais o seu sinal no rádio e nem a pauta de nossos embates políticos, eu tratei de puxar a prosa e de tagarelar o quão saudosista sou e que o meu sentido mais aguçado pra me remeter ao passado, como se entrasse numa máquina do tempo, é o olfato. Um ou outro perfume, e até o cheiro de uma tampinha de refrigerante, por vezes me deixava melancólico e baixo astral. Ele sorriu, me chamou de "idiotão" e disse que o sentido que o levava aos idos era a visão, eram as cores. Eu dei uma risada e disse "cores, véi? eu nunca vi isso... coisa mais esquisita... tu que é idiota".
A viagem seguiu e, quilômetros mais à frente, ele me
apresentou às Juremeiras - "vê, parece neve" - floridas e bem
branquinhas, à beira da estrada. Abriu os vidros do carro e disse "Sinta
aí o cheiro delas pra guardar em sua memória". Ah, se eu soubesse que ia
dar nisso daqui, meu velho e bom Jânios Tapes... Que saudades, meu Deus! Que
melancolia que rasga o peito.
Vai um amigo (um amigão) que parece que leva um pedaço da
gente. Uma pessoa rara, que em momentos difíceis tinha a proeza de tirar de nós
uma gargalhada daquelas. Ficam as inúmeras recordações e um sentimento enorme
de perda que o tempo haverá de curar.
A Valéria, Júlia, Luiza e Juca, aos demais familiares e
AMIGOS, não há palavras que traduzam o pesar. Então, deixo o meu ombro, e a
minha prece silenciosa para que o Espírito Consolador, como um bálsamo, os
conforte, hoje, e nos dias que sobrevierem, em nome de JESUS!
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