O que vocês estão fazendo com o nosso partido companheiros?

Já faz algum tempo que venho percebendo uma mudança de atitude por parte de alguns companheiros, principalmente daqueles que fazem parte da direção nacional (os paulistas), que buscam desesperadamente um apoio da maioria do parlamento ao governo federal. Isso não começou agora, já vem acontecendo há alguns anos.

Com a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, para presidente da republica, e com os problemas enfrentados por ele na administração, foi criado um clima entre os dirigentes de São Paulo, de que para enfrenta-los se devia buscar a todo o custo alianças com outros partidos, trazendo para a base aliada todos os que ambicionassem ser governo. Para isso se montou uma estratégia de encaminhar essas pessoas para partidos satélites, onde se podia controlar cada uma dessas pessoas. Com a distribuição de cargos.

Mas é ai que está morando o perigo!

Ao colocar essa politica em ação, os paulistas que detém o comando do partido deixaram de lado toda a militância que comeu poeira para fazer do Partido dos Trabalhadores o sonho e a realidade da classe mais pobre do país. O que importa agora é o sujeito que consegue, não importa de que forma ou em que partido, se eleger. O que verdadeiramente tá importando é o pragmatismo do momento.

Essa nova forma de se fazer politica que foi introduzida pela direção nacional está se espalhando pelos estados e municípios. Agora qualquer um que tenha sido eleito ou que tenha potencial eleitoral é abraçado como se fosse um companheiro de longa data. O que está importando mesmo é o jogo eleitoral da presidenta, do governador ou do prefeito. A militância se quer está podendo emitir de público a sua opinião contraria a tudo isso. Quem o faz é logo destratado e recebe a pecha de ultrapassado. Que a politica mudou, que os tempos agora são outros.

Mas o que vocês estão fazendo com o nosso partido companheiros? É colocando ele no mesmo “saco de gatos” que tanto combatemos ano após ano.

A nova ordem politica dentro do partido é de que “agora somos todos iguais”. Isso não é verdade! Eu sou diferente de tudo o que vocês estão construindo neste momento. Sei que precisamos buscar formulas para conseguirmos implementar a politica do partido, mas não somos nós que devemos mudar para alcançar tais objetivos, são eles que devem concordar conosco, com o que sempre defendemos.

Que mude vocês, que mudem eles. Eu que não mudo em nada do que lutei, sonhei e defendi a minha vida toda.

Dimas Roque

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