A mentira anda solta sobre o fechamento do Teatro Jorge Amado.

Estou com um exemplar da revista Muito, do jornal A Tarde, de Salvador, que circulou domingo (9/5). A capa é o ministro da Cultura Juca Ferreira. Boa, esclarecedora entrevista. De R$ 287 milhões o orçamento do Minc saltou para R$ 2,5 bilhões, atingindo o mínimo recomendado pela ONU. Claro que há muito por fazer. O Plano Nacdional de Cultura, a nova Lei Rouanet, a regulação do direito autoral, o vale-cultura...

O nível (da revista) só mergulha no abismo com a coluna Trilhas, de Aninha Franco. Ela volta a destratar os gestores culturais e “suas políticas barrocas”. Sei que não é fácil formatar uma política pública na área de cultura.

Mas, Aninha Franco não tem isenção para julgar nada. No artigo “Teatro o ano todo na Bahia”, ela tenta comentar sobre teatros. Sobre o Teatro Jorge Amado ela afirma que ele “vive uma pendenga com o Desenbanco, que pode transformá-lo em prédio comercial ou igreja”. Obviamente, é uma afirmação leviana.

O Desenbanco foi extinto em 2000 pelo carlismo e por FHC. A herança maldita, o crédito podre ficou para a Agência de Fomento (Desenbahia) criada em 2001. O Desenbanco não pode “transformar” nada porque não existe. A Desenbahia, como instituição financeira, também não pode “transformar” nada porque é obrigada por lei a leiloar o imóvel, retomado da empresa UEC que tomou financiamento e não honrou o contrato.

O problema de Aninha Franco é que ela deixou-se arrebatar pela paixão. A paixão cega. Já é quase um Transtorno Obsessivo Compulsivo a crítica sistemática e parcial à política cultural do Governo Wagner. Movida pelo ódio, ela diz coisas difíceis de acreditar, principalmente se se levar em conta a desqualificada informação sobre o Desenbanco, UEC e Teatro Amado, que sequer existe como pessoa jurídica.

A empresa UEC é responsável pelo fechamento do Teatro Jorge Amado, parte integrante da sede própria do curso de inglês, porque a empresa ficou inadimplente, não pagou o financiamento desde 2002.

Dizer que é responsabilidade do finado Desenbanco é piração. Dizer que é responsabilidade da Desenbahia é ignorância, ou má-fé.

Por Oldack Miranda do Bahia de Fato.

Um comentário:

Unknown disse...

Fico feliz em ler um comentário lucido, responsavel que deixa claro uma situação delicada que esta sendo tratada de forma leviana nas redes sociais, se tornando uma verdade absoluta.