Em um cenário em que parte da juventude ainda é tragada pela evasão escolar e pela falta de oportunidades, o modelo surge como antídoto silencioso, e estratégico, contra desigualdades históricas. Só neste semestre, novas unidades foram entregues em diferentes regiões, com estruturas modernas, bibliotecas arejadas e laboratórios equipados. Professores e diretores relatam que a permanência dos alunos por mais tempo na escola não apenas melhora o rendimento, mas também afasta o risco de exposição à violência e ao trabalho infantil.
Jerônimo, que já foi professor e gestor na área, aposta na
educação como “política de futuro”, conectando o programa ao seu discurso de
desenvolvimento social. A presença do governador nas inaugurações, conversando
com alunos e pais, reforça a imagem de proximidade que sua gestão cultiva.
“Quando a gente entrega tempo integral, está entregando mais que aula, está
garantindo proteção, alimentação e cultura”, disse ele em um dos eventos
recentes.
Especialistas ouvidos pela reportagem destacam que, embora
os resultados mais robustos levem tempo para aparecer, o impacto imediato na
comunidade escolar é visível. O aluno que passa o dia na escola encontra um
espaço de pertencimento e novas perspectivas, e isso, para muitas famílias, já
é uma revolução.
Enquanto opositores tentam rotular o programa como promessa
inflada, a adesão das comunidades sugere o contrário. A cada nova inauguração,
as fotos das escolas cheias e a energia dos estudantes se transformam em
imagens poderosas, que circulam nas redes e alimentam o capital político do
governo.
No jogo político, pode até parecer um movimento discreto.
Mas na vida real de milhares de crianças e adolescentes, a educação em tempo
integral já está mudando o placar. E, pelo visto, essa partida o governo da
Bahia entrou para ganhar.
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