O pacote, articulado entre o governo federal e o estadual, promete aliviar o peso financeiro de pequenos e médios produtores que viram suas contas sangrar com a seca, a queda nos preços e o custo explosivo de insumos. A lógica, segundo Brasília e Salvador, é simples, sem fôlego para investir, o produtor encolhe, e a economia junto.
Lula foi direto ao anunciar a medida, “Queremos garantir que
o crédito sirva para plantar e colher, não para afundar o agricultor em dívida
eterna.” Jerônimo Rodrigues, que conhece de perto o drama rural, reforçou que o
plano baiano vai priorizar quem vive do trabalho próprio, não do arrendamento
milionário.
Nos bastidores, a grita vem dos grandes conglomerados do
agro, acusados de tentar abocanhar o mesmo benefício sem se enquadrar no
perfil. Já movimentos sociais e cooperativas comemoram a promessa de
contrapartidas, acesso à tecnologia, recuperação de áreas degradadas e inclusão
de agricultores familiares nas cadeias de produção.
Economistas avaliam que o perdão, se bem monitorado, pode
ser motor de retomada e fixar o homem e a mulher no campo, diminuindo o êxodo
rural. O risco, reconhecido pelo próprio governo, é que velhas práticas de
concentração voltem a se repetir.
Por ora, o recado oficial é de que a porteira está aberta
para quem produz, mas fechada para quem usa o campo apenas como endereço de
poder. E, no compasso das colheitadeiras, a Bahia aguarda para ver se essa nova
safra de perdões vai germinar justiça social ou apenas engordar o pasto de
poucos.
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