VICE DIRETORA DA ESCOLA JOVINO DE CARVALHO RECONHECE AVANÇO NA EDUCAÇÃO DE 2005 A 2008.

O APRENDIZADO DE ALUNOS CARENTES É MAIS FRACO, COMO OCORRE EM POÇO REDONDO.

287 x 39. Uma conta simples, facilmente resolvida por uma criança do 5º ano (4ª série) do ensino fundamental de um bom colégio urbano. Apresentada a um aluno da 7ª série de uma escola rural de Poço Redondo, Semiárido de Sergipe, revelou-se um problema insolúvel, permanecendo assim mesmo com a ajuda da irmã, estudante do 1º ano do ensino médio.

Apesar das dificuldades na educação, ela é considerada a grande janela de perspectiva até pelo pessimista prefeito de Poço Redondo, o franciscano frei Enoque Salvador de Melo (PSB). Crítico do Bolsa Família, que considera só assistencialismo, e dos assentamentos de sem-terra, que considera embriões de favelas rurais, ele avalia que a farta disponibilidade de recursos para a educação se bem direcionada pode abrir espaço para que o município que ele dirige pela terceira vez possa começar a superar os péssimos indicadores socioeconômicos que ostenta.

Poço Redondo recebe R$ 800 mil por mês para a educação. Em um ano (R$ 9,8 milhões), o valor é mais que o dobro da cota municipal no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para 2009. Do total, 60% vão para salários e aperfeiçoamento de professores. Por causa do piso salarial do magistério, de R$ 950, o prefeito conta que na cidade já surgiu uma espécie de nova profissão - a do Quincas, o marido de professora.

Há pequenos avanços, mas a combinação de escolas deficientes com a dificuldade de aprendizado dos alunos mais carentes mantém o problema educacional um dos maiores desafios para elevar o nível de vida das regiões mais pobres do Brasil. Rosângela Leandro do Nascimento, vice-diretora de uma unidade bem aparelhada para os padrões regionais, a Escola Municipal Jovino de Carvalho (só ensino fundamental e educação noturna de jovens e adultos), no povoado de Riacho (Paulo Afonso, Bahia), admite que contas de multiplicar com algarismos maiores que 5 são muito difíceis para seus alunos.

Há quatro anos, a então diretora da mesma escola Jovino de Carvalho, Deunilzair das Neves Lima, hoje afastada por problemas de saúde, apresentou à reportagem do Valor números desalentadores apurados nas últimas provas aplicadas. O aproveitamento médio fora de 50%, caindo para 30% entre os inscritos no Bolsa Família. (tinha começado o Governo de Raimundo Caires que receberá a educação em estado de calamidade, tanto educacional quanto para os educadores que não sabiam o que era aumento de salário)

Quando comparados com aqueles números, o aproveitamento do ano de 2008 (já com Raimundo Governando) revela algum progresso. Segundo dados fornecidos pela secretaria da escola, o índice de aprovação do ano passado dos alunos da 1ª à 8ª série que não abandonaram os estudos foi de 66%, caindo para 61% entre os beneficiários do Bolsa Família, cerca de 300 entre os 520 matriculados.

A escola Jovino de Carvalho fica a 20 quilômetros da sede de um dos mais desenvolvidos municípios do Semiárido nordestino (Paulo Afonso, sede de quatro grandes usinas hidrelétricas, 14º IDH entre os 415 municípios baianos). Limpa, bem conservada, com biblioteca diversificada, instalações para as crianças escovarem os dentes, estoque de merenda escolar farto e variado, dois computadores novos para uso dos alunos (oferta de uma ONG) e internet sem fio instalada pela prefeitura. (também por Raimundo Caires. É bom nem falar, vai que Anilton manda fechar)

Faltam, porém, salas de aula. Por causa disso, o laboratório de ciências, que tem equipamentos, está desativado, desalojado pela secretaria da escola que, por sua vez, cedeu seu espaço para uma sala de aula. A vice-diretora disse que, apesar dos avanços de 2005 para cá, (2005/2008. De quem era mesmo que Governava?) ainda há muita dificuldade de aprendizado e muito desinteresse.
Muitos alunos só vêm para garantir a presença para o Bolsa Família (o programa exige frequência mínima à escola), lamenta. E a carência de salas obriga a escola a uma prática comum na região, e que dificulta mais ainda o aprendizado: juntar mais de uma série na mesma turma. Em Panelas, município de Fátima, Bahia, a solução para abrigar os alunos da 3ª série foi dividi-los por aproveitamento: os mais adiantados ficam com a 4ª série e os mais atrasados, com a 2ª.
Do FaxAju.

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