
Jornalista e político, Márcio Moreira Alves, que nasceu no Rio em 14 de julho de 1936
e morreu nesta sexta-feira vítima de falência múltipla de órgãos, entrou para a História ao fazer da tribuna da Câmara, no dia 2 de setembro de 1968, o discurso que acabou precipitando o AI-5, ao lançar um apelo contra o militarismo: ele conclamou o povo a não participar dos desfiles militares do 7 de Setembro, em protesto contra a invasão da Universidade de Brasília (UnB). O ministro do Exército, Costa e Silva, atendendo ao apelo de seus colegas militares e do Conselho de Segurança Nacional, declarou que o discurso era ofensivo. O governo solicitou então ao Congresso a cassação de Marcito, como era chamado pelos amigos, o que ocorreu no fim de dezembro.
(Políticos lamentam a morte e destacam a luta de Márcio pela democracia)Seguiram-se dias tensos no cenário político, entrecortados pela visita da rainha da Inglaterra ao Brasil, e no dia 12 de dezembro a Câmara recusou, por uma diferença de 75 votos (e com a colaboração da própria Arena), o pedido de licença para processar Márcio Moreira Alves. No dia seguinte foi baixado o AI-5, que autorizava o presidente da República, em caráter excepcional e, portanto, sem apreciação judicial, a entre outros coisas, cassar mandatos parlamentares, e suspender, por dez anos, os direitos políticos de qualquer cidadão.
(Confira a trajetória de Márcio, em fotos).
Do Jornal O Globo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário