Uneb realizará seleção para a segunda turma de mestrado em Ecologia Humana.

Os cursos colocam Paulo Afonso na vanguarda da educação no nordeste. JÁ ESTÁ EM FUNCIONAMENTO A PRIMEIRA TURMA DE MESTRADO EM ECOLOGIA HUMANA E GESTÃO SOCIOAMBEITNAL E, A PARTIR DE JUNHO, SERÁ LANÇANDO O EDITAL DA SEGUNDA TURMA, QUE DEVERÁ COMEÇAR ATÉ SETEMBRO DE 2010.

O Diretor da Uneb dePaulo Afonso, Professor DR. JURACY MARQUES, fala ao Site Notícias do Sertão, sobre nova seleção do mestrado em Ecologia Humana da UNEB...

Antes quero esclarecer o sentido de termos trazido um mestrado dessa dimensão para nossa Região e situá-lo na cidade de Paulo Afonso. Esse projeto foi construído com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal da Amazônia (UFAM), da Unicamp, da UEFS, da UFAL, da UFBA e de instituições internacionais como a Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), onde também estive recentemente dando aula juntamente com o Dr. Martin Boada Jucá, um dos maiores ambientalistas do mundo que trabalha para ONU, hoje um Grande Amigo. Da sua composição participam doutores e pós-doutores da UNEB de Paulo Afonso e de outros Campi. Foram mais de 4 (quatro) anos para termos, definitivamente, o projeto recomendado pela CAPES. É o primeiro mestrado em Ecologia Humana do Brasil e um dos únicos de toda a América.

O Mestrado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental-PPGEcoH integra a estrutura da Pró-Reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-Graduação (PPG) da UNEB, que fica sediada em Salvador. Em virtude da implantação, na nossa região, do Centro de Estudos em Ecologia e Conservação da Natureza (CASULO), integrado a um significativo número de laboratórios (Herbários, Biologia Molecular, projeto Condomínio da Terra, Etnoecologia, Núcleo de Estudos em Povos e Comunidades Tradicionais-NECTAS, entre outros), acordamos, com o aval do Magnífico Reitor da UNEB, Prof. Lourisvaldo Valentim, implantar o Mestrado em Paulo Afonso.

Trata-se, pois, de uma experiência piloto quando, no futuro, avaliaremos a possibilidade real de mantermos esses projetos em Paulo Afonso tanto em virtude da avaliação da CAPES, quanto das condições objetivas para seu funcionamento aqui no Sertão. Já há um compromisso de toda a Equipe de Professores do Programa e da PPG de, no mínimo, sustentar a formação de duas turmas. A primeira já está montada e agora faremos a seleção da segunda.

Como é comum em vários Programas no Brasil e no mundo, há questionamentos sobre os processos de seleção. No nosso bom diálogo com o Ministério Público Federal, com o qual desenvolvemos alguns trabalhos, em virtude da reivindicação de alguns candidatos que disseram não terem tomado conhecimento da seleção anterior, acordamos que, na segunda seleção, todos os inscritos no processo anterior, que não pagarão taxa de inscrição, serão informados por meio de correspondência com Aviso de Recebimento (AR), para que não haja mais esse tipo de problema. Para a UNEB, trata-se de uma coisa boa, pois permitirá que aqueles candidatos que já demonstraram interesse em participar do Programa possam está pleiteando uma vaga no mesmo.

Imaginávamos os desafios que essa decisão de implantar o mestrado por aqui acarretaria, uma vez que a maioria dos Programas de Pós-Graduação stricto sensu fica localizada nos grandes centros, em virtude do maior contingente de doutores e pós-doutores se encontrar nesses lugares. Mas ousamos interiorizar a pós-graduação na UNEB e, ainda, propusemos a implantação de outro mestrado na nossa Cidade. Hoje Paulo Afonso e Região tem 2 (dois) mestrados gratuitos aprovados pela CAPES: Ecologia Humana e Gestão Socioambiental e Biodiversidade Vegetal. Recentemente, também, contribuímos na formalização de um Mestrado em Políticas Públicas e Direitos Humanos com o Ministério Público da Bahia.

Por essas ações já recebemos várias congratulações, entre as quais, Moções da Câmara Municipal de Paulo Afonso e da Câmara Municipal de Salvador. Porém, hoje, sua permanência está vulnerabilizada porque não temos tido o apoio necessário e capaz de solidificá-los por aqui. Ao contrário, a UNEB está sendo alvo de uma série de difamações públicas que envolvem os projetos de mestrados e, para nossa perplexidade, conta com o apoio de integrantes do nosso próprio Campus que, talvez, não entenderam o sentido e importância de projetos dessa natureza: MESTRADOS PÚBLICOS, para toda a Região.

A Equipe envolvida com a solidificação do PPGEcoH, já estava pensando numa proposta de Doutorado para Paulo Afonso, mas com os últimos acontecimentos, estamos revendo essa possibilidade. Eu, por exemplo, que estarei indo fazer meu pós-doutorado e, por ter sido alvo de tantas críticas violentas e difamatórias, inclusive de colegas de trabalhos e de alunos, estarei abrindo um diálogo com o Reitor da UNEB, Prof. Lourisvaldo Valentim, com o Pró-Reitor de Pós-Graduação, Prof. Dr. Cláudio Rocha, e com o Conselho de Departamento da UNEB Campus VIII, quiçá até com o CONSU, para discutirmos todas estas questões e meu envolvimento nessas propostas que, diga-se de passagem, nenhum dos profissionais do Projeto é obrigado a participar dele. Estamos por acreditar na urgência e necessidade de qualificarmos nossos trabalhos de ensino, pesquisa e extensão, pilares fundamentais da Universidade Pública, e possibilitar às pessoas que vivem no Semiárido acesso à pós-graduação strictu sensu gratuita.

No mundo inteiro a implantação de programas de mestrado e doutorado públicos é recebida com graça, com alegria, mas aqui, ainda tem gente que sofre e luta para destruí-los. Trabalhei em Universidades Públicas na Europa onde, cada aluno, tem que desembolsar entre 8 a dez mil reais por ano para fazer um mestrado. Tive uma aluna norte-americana, que teria que pagar cerca de 35 mil dólares para fazê-lo na íntegra. Hoje nossos filhos, nossos alunos, poderão fazer isso em casa, de graça. Creio que este não é apenas um projeto do Campus VIII, mas da sociedade pauloafonsina e de toda a região. Precisamos cuidar deles juntos!

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