Quem tem tempo para ter medo das forças armadas? (Por: Pedro Alem Santinho)


Opiniões diferentes dividem as esquerdas, os democratas e mesmo os ditos, ou malditos, liberais de nosso pais. O que fazer diante deste governo que está ai?

Modesta opinião deste que escreve é que é preciso agir mais e melhor diante do que ocorre em nosso pais. Digo agir mais pois vemos poucas iniciativas importantes nestes tempos excepcionais que vivemos. De uma lado a pura resistência aos ataques sem precedentes que temos sofrido, de outro lado, meras propostas de melhora quantitativa do mais-do-mesmo que se dá no pais.


É verdade que sofremos um golpe jurídico-parlamentar-militar, e queiram vocês agregar quantos adjetivos queiram na substancia GOLPE quando alguém percebe mais uma agente ativo no mesmo, mas isso em nada mudará o fato que foi um GOLPE, e reagimos ou agimos ainda como se fosse o Brasil um pais em condições normais e uma situação política normal, pouco importa que nas nossas cabeças esteja que não é situação normal, importa que agimos como se fora. Assim vemos que mesmo em tempos absolutamente anormais, que é o que é o cenário mundial da pandemia e sua ação contumaz no pais, diante da inação dos governos, parece que seguimos na normalidade, vendo os pobres e famintos morrendo e se recusando a adotar medidas drástica que apontem para uma ruptura com essa ordem de coisas. E aqui não venho com generalidades. Pois vemos que  as medidas práticas que se adotam, tanto dentro do parlamento nacional, quanto das assembleias estaduais são de uma suavidade tal com as elites golpistas que nos colocaram nesse cenário que abre brechas para que se permita pensar em um abraço com parcela dos próprios golpistas neste momento. E isso em prol de uma dita saída que envolveria a todos. Um amontoado pela salvação nacional. A mais pura mentira.

Há ainda outros, que acovardados, ou a espera de uma situação melhor para a .luta, morrem de medo do suposto militar que estaria como vice-presidente e por isso mesmo se opõe à guerra a qualquer palavra e ordem de derrubada do presidente Bolsonaro, visão mais míope que qualquer outra posto que que não vê que os militantes já estão no poder. Recusam-se a ver que o golpe foi jurídico-parlamentar, mas também militar, que o vice nesse caso conta pouco na definição do caráter do governo. Os militares já tomaram o que tinha que tomar, apenas não precisam avançar pois há aquele que seguem com tempo para ter medo dos militares.

A fome, a miséria e a continuidade dos ataques aos trabalhadores e trabalhadoras não permite esse tempo para 90% das pessoas. Ainda é tempo de agir.

Por: Pedro Alem Santinho, militante do movimento de fábricas ocupadas

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