Produção de licores gera aumento de renda para agricultores familiares baianos no período junino


A diversidade de sabores dos licores da agricultura familiar, produzidos na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, contribui para que o município seja destaque na produção de licor, a bebida mais tradicional dos festejos juninos no estado da Bahia. Aipim, capim santo, limão rosa, jaca, castanha de caju e carambola, estão entre os sabores exóticos produzidos pela Associação de Mulheres do Quilombo Tabuleiro da Vitória, que fazem sucesso nas mesas de dezenas de consumidores da Bahia. 


Durante todo o ano, as associadas comercializam o licor e produzem a matéria-prima em suas propriedades. Mas é durante o período junino que as vendas crescem e geram lucro de cerca de 200% para os agricultores. Os licores possuem o Selo Quilombos do Brasil e o Selo da Agricultura Familiar, entregue durante a 9ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, maior evento da agricultura familiar do Brasil, que acontece em paralelo à Fenagro, pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). 

O Selo da Agricultura Familiar identifica os produtos deste segmento, que vem crescendo e se organizando para produzir mais e com mais qualidade. A certificação comprova que esses produtos contribuem para a promoção da sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental. 

Para a presidente da associação, Maria das Graças  Brito, conhecida como Maria de Totó, com o selo, a qualidade dos produtos é reconhecida e a venda de licor, nesse período, representa a esperança para as famílias que, principalmente, na época de chuva não conseguem mariscar e nem plantar nada em suas roças: “Os licores possibilitam às famílias sonharem e realizarem seus sonhos”.

Sonhos como o da agricultura Valdecy Gomes, que vê na comercialização de licores desse ano, a possibilidade de grandes mudanças na sua vida: “Moro em uma casa de taipa e com a produção do licor pretendo dar início à construção da minha casa”. 

O Governo do Estado está realizando investimentos na associação para alavancar ainda mais a produção, por meio do Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), com recursos do Banco Mundial. A associação foi contemplada com a distribuição de mudas frutíferas e de mandioca pelo edital Quilombolas Socioambiental. A ação está em fase de construção do plano de investimento e devem chegar à R$200 mil. 
Os licores da Associação de Mulheres do Quilombo Tabuleiro da Vitória podem ser encontrados no Coisas da Fazenda, em Cosme de Farias, no Mercado Casa de Frutas, no IAPI, e na A Garagem, na Cardeal da Silva.

Do Recôncavo ao sertão

De maneira tradicional, gourmet, caseira ou artesanal, os licores produzidos por agricultores familiares baianos agradam o paladar do público e garantem o aumento da renda daqueles que vivem da produção rural do Recôncavo ao Sertão baiano.

No município de Capim Grosso, o licor é feito com um fruto da Caatinga pela Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes). O licor de licuri é apreciado em todas as épocas do ano. Em Salvador, o licor da Coopes pode ser encontrado na Rede Moinho, nas lojas Viva o Grão (Vitória) e Grão Vivo (Pituba). 

As frutas da Caatinga, como umbu e maracujá do mato, também dão sabor a deliciosos licores. O azedo peculiar atribuído aos dois frutos, tem sido o diferencial na degustação da bebida produzida pela Cooperativa Agropecuária Familiar de Curaçá, Uauá e Canudos (Coopercuc), do município de Uauá, na região Norte do estado. Os licores da Coopercuc podem ser encontrados em Salvador, no Mercado do Rio Vermelho, Casa do Bolo e Prosa (Vila Laura), Machado Comércio de Especiarias (Pituba); Tarantino Gourmet (Nazaré); DTF Cereais (Brotas) e Rede Moinho (Corredor da Vitória).

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