Chegou a hora de sairmos da teoria, o dia 28 de março de
2018 em Curitiba-Paraná, se tornou histórico e desenhou bem o que significa
unificar as esquerdas: agenda comum, diálogo constante, programa com unidade
mínima e ações de lutas coordenadas.
Como avançamos? Dando os primeiros passos: conversando,
reunindo, encontrando, ajustando táticas, definindo estratégias e objetivos em
comum. É necessário superar desavenças, discordâncias, disputas naturais e
pontuais principalmente. É sentando na mesa, apertando as mãos, olhando nos
olhos e ajustando conduta ou repactuando. Óbvio que fissuras da vida e da luta
deixam marcas, porém, é indispensável que todos os setores progressistas,
democráticos e nacionalistas dialoguem e busquem entendimento, pontual e
histórico que seja, superando seus desacordos e erros, quem não se dispor neste
momento da conjuntura, está do outro lado da história e que fique bem claro
para todos!
Revolucionário neste momento é perdoar para aglutinar,
tipificando mandamentos cristãos e espiritualistas. Sem força social efetiva,
trincheira organizada e mobilização de rua e de campo em condições equivalentes
às quais a direita protagonizou no Brasil de 2013 até aqui, manipulando as
massas ou não, porém, com agenda e narrativa orientada, fortalecendo o
conservadorismo e o retrocesso. Sem a mesma força popular, disputando
narrativas e impondo uma agenda de lutas,, não teremos condições de enfrentar
nenhuma batalha institucional, social e política, quiçá eleitoral, de combate e
confronto físico como vem acontecendo nos dias atuais. É preciso diminuir a
gana, a sina e o cinismo, sejamos francos, não estamos preparados para qualquer
confronto real, temos pouca organização institucional e muito voluntarismo.
Acumulamos força social e política e continuaremos
acumulando, mas, quem organiza e assimila a luta, quem dirige a massa? Para
onde dirigiremos a massa, os trabalhadores e os movimentos sociais?
O recado é simples: centrais sindicais, dialoguem! Frentes
de ocupação do campo, dialoguem! Movimentos estudantis e de juventude
organizadas, dialoguem! Partidos políticos de esquerda, dialoguem!
Intelectuais, professores, artistas, líderes progressistas e de esquerda,
dialoguem! Aproveitemos os esforços da Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem
Medo, encontro das Fundações de esquerda, às caravanas de Lula, os comitês em
defesa da democracia, a marcha do dia 24 de janeiro em Porto Alegre, para
dialogar, fortalecer as agendas, impulsionar iniciativas e o combate
ideológico.
É imprescindível que fortaleçamos neste momento as agendas
programáticas e de lutas, tenhamos compreensão histórica de que o ano de 2018 é
o início e não o fim de toda a luta instalada no país. Assim iniciamos a
unidade das esquerdas e organizamos a tropa, olhando para frente e marchando em
uníssono. Que fique mais claro ainda: aquele que se opor ou atrapalhar é
inimigo de classes!
Por Fernando Neto - Militante de esquerda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário