No dia em que completa um ano que foi lançada a campanha
para zerar a fila de espera por uma córnea, o Banco de Olhos da Bahia, que
funciona no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), recebeu um par de córneas de
um jovem de 21 anos, vítima de um acidente de moto, em Alagoinhas. A Campanha
foi lançada em 27 de abril de 2017 e já reduziu a fila em 50%.
Após os médicos confirmarem a morte encefálica do jovem, os
familiares decidiram doar seus órgãos e, além das córneas, os rins foram para o
Hospital Ana Nery (HAN), unidade da rede própria da Secretaria da Saúde do
Estado (Sesab) e o fígado foi para o Hospital Português, unidade privada, que
realiza o transplante pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Como a cidade fica a 120km de Salvador, a coleta dos órgãos
envolveu, além da equipe médica, a “equipe do Grupamento Aéreo da Polícia
Militar que, junto com aeronaves da Casa Civil, estão sempre à disposição da
Central de Transplantes na missão de salvar vidas”, pontuou a coordenadora
América Carolina Sodré.
A campanha: Lançada em abril de 2017, a campanha ‘Rumo à
Fila Zero de Córnea’, já reduziu a fila de espera em quase 50%. Dos 1350
inscritos no início da campanha, hoje são 700. A ação conta com a realização
continuada de atividades educativas na rede hospitalar, inclusive no interior
do estado, para conscientização dos profissionais de saúde quanto à notificação
de óbitos viáveis para doação de córneas; palestras em diversos segmentos da
sociedade como empresas, escolas, faculdades, além do apoio voluntário de
artistas que, através de vídeos veiculados nas redes sociais informam à
sociedade a importância da doação de córneas.
A coordenadora da campanha, Marli Souza Nascimento, ressalta
que zerar a fila é um ganho imensurável para a sociedade, pois os problemas na
córnea com indicação de transplante geralmente acometem o indivíduo na sua fase
produtiva. Isso significa que, muitas vezes, ele fica impedido de realizar suas
atividades laborais. “São pessoas que têm suas vidas interrompidas e o
transplante de córnea é a única forma de tratamento”.
Fila: Atualmente são 1672 pessoas na fila à espera por um
órgão. A maior demanda é para o transplante de rins, com 957 pessoas inscritas.
Em seguida, vem córneas com 700, fígado com 11 e quatro pessoas estão à espera
de um pulmão. “Por isso a importância da conscientização e mobilização da
sociedade para a doação, embora reconhecendo que seja um momento muito
delicado”, explica a coordenadora da Central de Transplantes, América Carolina.
Ela acrescenta que quem autoriza são parentes até o terceiro grau, além dos
cônjuges.
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