Nas últimas semanas vários
artistas protestaram em suas redes sociais contra o prefeito de Salvador ACM
Neto pelo não pagamento dos direitos autorais durante a festa o carnaval. Entre
estes está Marisa Monte, a primeira a levantar o assunto e chamar a atenção
para a situação. “Salvador foi eleita a ‘cidade da música’ pela Unesco e é a
capital brasileira que mais promove festas e eventos ao longo do ano. Porém, a
prefeitura da cidade é desrespeitosa e prejudicial com os autores, pois os
direitos autorais de eventos públicos, como o Carnaval e o Réveillon, não são
pagos devidamente”, disse ela em uma de suas postagens sobre o assunto.
Com a visibilidade alcançada
nacionalmente, outros artistas se juntaram a campanha, entre eles, Caetano Veloso,
Djavan e Nando Reis.
Mas o que poucos sabem é que
essa briga entre os compositores baianos e ACM Neto não é nova. Quem primeiro fez
a denúncia foi Manno Góes. Autor de Mila”, “Praieiro”, “Tchau, I Have To Go Now”,
entre outros sucessos gravados por Daniela Mercury, Netinho, Ricardo Chaves, Biquíni
Cavadão, Asa de Aguia, entre outros. Ele chamou o prefeito de “anão” e “caloteiro”
por deixar de pagar o ECAD - Escritório Central de Arrecadação e Distribuição
dos direitos autorais. E por isso está sendo processado. Mas Manno só quer que
seus direitos e de todos os compositores sejam garantidos.
Manno é um artista engajado na
defesa de uma sociedade mais justa para todos. Em suas redes sociais ele, por
várias vezes, já se manifestou publicamente contra o Golpe dado na democracia
brasileira em 2016. Basta ver o seu perfil e se percebe que o compositor é, no
momento atual da música brasileira, engajado na causa do povo. Enquanto muitos
preferem o silêncio, e como ele mesmo diz, "babam ovo" esperando
serem contratados para as festas da cidade, ele denuncia não se cala diante dos
erros da gestão.
Em uma de suas declarações
públicas, ele disse, “faz cinco anos que a prefeitura de Salvador - leia-se ACM
Neto (o herdeiro do avô-bandido maior do Nordeste), não paga direitos autorais.
Cada compositor de cada música que você ouviu e ouve em shows em Salvador -
seja de Nando Reis ou do Psirico - não ganha direito autoral porque Neto - o
aliado de Temer (aquele que diminuiu seu salário), não paga os autores. Neto, o
amigão de Aécio, no alto de sua vigarice e prepotência, acha que autores não
valem nada”.
A época das primeiras denúncias,
Manno só contou com o apoio de outro compositor, Jorge Papapá, um dos mais
respeitados da Bahia (autor das músicas “deixo e “Ilumina” gravadas por Ivete
Sangalo). Eles inclusive protagonizaram um debate nas redes sociais que virou
notícia. Músicos baianos eram “um bando de lambe c*”. “Calma aí, primo! Atinja
o bandido, mas não mate o artista!”, pediu Papapá. Os dois concordaram que o
alvo deveria ser ACM Neto que se nega a pagar os direitos autorais.
Agora com a visibilidade
nacional que a campanha iniciada por Manno Góes conseguiu, espera-se que o
prefeito de Salvador pague os direitos de execução a que o município está sujeito.
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