Exportações baianas crescem 1% em julho


Mesmo com a freada da economia mundial, provocada pela Covid-19, as exportações baianas continuam a apresentar bons resultados, graças à demanda firme da China, aliada a um câmbio mais depreciado. Em julho as vendas externas baianas alcançaram US$ 652,8 milhões, com crescimento de 1% sobre o mesmo mês do ano passado. No ano, até julho, as exportações baianas atingiram US$ 4,31 bilhões, o que representa uma queda de 5% em relação ao mesmo período de 2019. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).

A resposta rápida da China, que entrou primeiro na crise e começa a sair dela antes dos demais países, a desvalorização cambial e a demanda global por commodities, mesmo com preços em queda – até julho houve desvalorização média de 32,4% nos preços dos produtos exportados, sustentaram os resultados obtidos pelas vendas externas da Bahia. Após cair 8,8% no primeiro semestre, sobre o mesmo período de 2019, as exportações voltaram a acusar crescimento em julho, após três meses consecutivos de queda, evitando uma retração ainda mais forte.

Os embarques físicos de produtos baianos (quantum) cresceram 58,5% em julho e 40,6% nos sete meses de 2020 em relação a igual período do ano anterior, o que corrobora com a tese da resiliência do setor à crise pandêmica, principalmente de produtos básicos como soja, celulose, minerais, petróleo e algodão. Só para a China em julho, eles aumentaram 102% ou o equivalente a 588,5 mil toneladas, resultando em receitas que somaram US$ 214 milhões, 47% superiores ao mesmo mês de 2019.

Enquanto as vendas externas da Bahia para a China cresceram 7,8%, elas caíram 9,2% para o resto do mundo. A participação da China na pauta de exportações baianas cresceu de 24,6% no período Jan/julho de 2019 para 28% no mesmo intervalo de 2020. A demanda chinesa concentrou-se em produtos básicos e semi elaborados, em que a Bahia tem inegável competitividade: soja, celulose, cobre, algodão e minério de níquel concentraram mais de 87% das vendas.

IMPORTAÇÕES

A queda das importações baianas se aprofundou em julho, com recuo de 66%, em relação a igual mês do ano passado. Com o desempenho, a queda acumulada, ampliou-se para 37,3% até julho. Reflexo de uma crise sem precedentes, a queda forte das importações no período deve se manter nos próximos meses, mesmo que não se repita em igual magnitude.

A queda nas importações nos sete meses do ano foi a mais expressiva desde 2016, e atingiu todos as categorias de produtos como combustíveis (-64,2%), bens intermediários (-37,4%), bens de consumo (-27,4%) e bens de capital (-6,3%).

Além da queda acentuada da demanda interna, a forte desvalorização do real também atuou para conter os desembarques no período. A queda nas importações se deu tanto pelo recuo de 29,7% no desembarque de produtos, principalmente da indústria de transformação, que representou 75% das compras externas baianas, como pela desvalorização dos preços dos produtos importados que chegou a 11% no período, comparados ao mesmo período do ano passado.

Com a sinalização de que o impacto da crise será maior no mercado doméstico do que no internacional, com pressão maior sobre importações do que exportações, as projeções apontam para a ampliação do superávit comercial do estado que até julho atingiu US$ 1,68 bilhão, 376,4% superior a igual período de 2019. Já a corrente de comércio, soma das exportações e das importações, considerado pela atual equipe econômica indicador mais importante do que o saldo comercial, caiu 20,5% no período. O indicador tem relação direta com o aumento do grau de integração econômica do país e do estado, e traduz aumento da produtividade e do dinamismo da economia do país e dos estados.

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