Virologista alemão teme 2ª onda mortal por coronavírus pela flexibilização



Christian Heinrich Maria Drosten, é um importante virologista alemão, seu eixo de pesquisa está na descoberta de novos vírus, e desde 2017 chefia o Instituto de virologia em Berlim. Com o surto do coronavírus na Alemanha, Drosten ficou reconhecido nacionalmente, pelo excelente trabalho nas inferências e ações importantes que realizou contra o novo vírus.  
No início do ano, em 23 de janeiro do ano corrente, Drosten acompanhado de outros virologistas da Europa e Hong Kong conseguiram publicar um trabalho sobre um teste de diagnóstico em tempo real por PCR (RT-PCR) sigla em inglês para Transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aceitou com agilidade o trabalho desempenhado, enviando kits de testes para regiões atingidas.


Christian Drosten foi convidado para o The Guardian para uma entrevista, sendo nomeado como a “verdadeira face do país alemão da crise do coronavírus”. O importante virologista disse que teme uma segunda onda mortal do vírus devido ao afrouxamento do bloqueio alemão. Ele cita que Angela Merkel sai à frente de outros líderes mundiais, por todo trabalho que desempenharam até o momento, como diagnósticos precoces e em larga escala, mas há uma grande pressão política e econômica, além das pessoas que veem as ações executadas como excessivas, para que haja a flexibilização. O que o faz temer que volte a subir os números de casos por coronavírus.
Drosten responde que se houver o ressurgimento do vírus, poderá ser contido, mas não dá para ser feito apenas pelo rastreamento, pois já existem evidências de que parte das infecções acontecem antes mesmo que pessoas infectadas apresentem sintomas. O que faz com que a captura desses casos potencialmente expostos, precise de ajuda para identificação o mais rápido possível, necessitando de rastreamento eletrônico dos contatos.  
O The Guardian citou a referência de Angela Merkel e sua liderança elogiada, perguntando-o o que a torna uma boa líder. Drosten respondeu que o fato dela ser bem atualizada, e ser uma cientista, lidando bem com números ajuda bastante. Mas, a forma de lidar com a situação, mostrando características distintivas, sem aproveitar-se do momento para fazer política, e a capacidade de tranquilizar a população faz toda a diferença como um bom líder.

Questionado sobre o que o mantém acordado à noite, ele responde que como os alemães veem os hospitais desafogados, não compreendem que as lojas precisem estar fechadas. Segundo ele as pessoas olham apenas para a situação local, e não para outros lugares como Nova York ou Espanha, o fazendo ser visto como o cara mau que prejudica a economia, chegando a receber ameaças de morte, mas o que o faz ficar acordado à noite são os e-mails que recebe, com relatos de pessoas que dizem ter três filhos, e preocupados com o futuro.

Por: Carola Santos

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