Foi um período rico, especialmente entre 2007 e 2016:
matérias especiais, 2 Olimpíadas, 2 Copas do Mundo, prêmios importantes
(Vladimir Herzog e Embratel, entre outros) e coberturas emocionantes.
Fiz amigos do peito e aprendi muito: com cinegrafistas,
técnicos, editores, produtores, chefes e com os colegas repórteres.
Gosto de fazer TV, amo jornalismo, estou há quase 30 anos
nesse ofício. Mas amo mais ainda a verdade. Na fase final na Record
(2016/2020), aprendi a ter paciência e resiliência quando o ar ficou
irrespirável.
Sempre compreendi os limites do trabalho na mídia
corporativa, sem confundir meus interesses e opiniões com os do eventual
patrão. Procurei também traçar um limite: não mentir, não brigar com os fatos,
não embarcar em narrativas grotescas.
Acreditem: há espaço para trabalhar de forma correta na
mídia comercial, desde que se tenha consciência desses limites, e alguma capacidade
de dizer "não" quando necessário
(há muitos bons exemplos por aí, de profissionais sérios,
nos jornais/sites/revistas/tvs/radios).
Nos últimos tempos, procurava me guiar pelo ensinamento de
um velhor repórter: "ao inimigo não se pede nada, nem demissão".
A quem interessar possa: o motivo alegado para meu
desligamento foi "reestruturação".
Sou agora um jornalista reestruturado.
E um cidadão mais leve e feliz.
Por Rodrigo Vianna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário