O silêncio dos nadas inocentes (Por Artur Araújo)


Só hoje, 20 de setembro, foram publicados:

- opiniões de Armínio Fraga

- artigo de Paulo Feldmann

- coluna de Vinicius Torres Freire

- entrevista televisiva de Gabriel Galípolo 

- mega artigo de Martin Wolf

Em comum entre todos: crítica firme e fundamentada ao ultraliberalismo e, a menos de Wolf, a demanda de imediata reorientação de política econômica no Brasil, tendo por foco atenuar a pressão da panela dos pobres.

Quem não dá nem o ar da graça? 

Nós, os antiliberais, os progressistas, os que enchem a boca para dizer que representam os interesses da maioria, os partidos da dita oposição consequente.

Desemprego, salário mínimo, salários, condições de trabalho, dívidas das famílias, colapso dos serviços públicos, nada disso reputamos "coisas nossas" mesmo sendo as coisas humanamente decisivas.
São assuntos alheios a nós.

Mesmo tendo à mão um ótimo ponto de partida - para a recuperação da interlocução real com o povo e como eixo de unidade da esquerda - que é o conteúdo do Plano Emergencial de Emprego e Renda (PEER), assistimos impávidos, perplexos, imóveis e silentes os liberais inteligentes se lançando à busca das "nossas bases".

Brasileiros que somos, devíamos acatar o conselho do gordo rei luso que tanto pesou para desencadear nossa independência política, quanto mais não seja por mero pragmatismo: "Pedro, toma essa coroa antes que aventureiros lancem mão dela."

Nosso silêncio nada inocente traz o risco iminente de nos deixar privados de acesso aos ouvidos, braços, corações, neurônios e alma dos trabalhadores.

E não pela primeira vez.

Por: Artur Araújo.

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