Produzir a própria energia elétrica a partir de fontes
renováveis e fornecer o excedente para a rede de distribuição são realidades
possíveis nos dias de hoje. A fonte solar fotovoltaica foi o grande responsável
pelo crescimento exponencial da geração distribuída (GD) no país, por ser um
sistema de fácil instalação, vida útil longa e maior viabilidade financeira. De
acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a Bahia tem 177
megawatt (MW) de potência instalável neste setor energético e a possibilidade
de crescimento do estado é de 92%.
A Bahia conta, atualmente, com 14,75 MW em potência
instalada, o que corresponde a 1.305 unidades geradoras (imóveis que têm placas
instaladas) e 1.576 unidades que recebem créditos. Cerca de 32% das unidades geradoras estão
localizadas em Salvador, Lauro de Freitas e Camaçari. Entretanto, 27% da
potência instalada está em Alagoinhas e Salvador. As informações constam no
Informe Executivo de Energias Renováveis, do mês de agosto, divulgado nesta
semana pela SDE.
O investimento em geração distribuída é de baixo impacto
ambiental, auxilia na redução do carregamento das redes e diversifica a matriz
energética. “Nós temos o melhor potencial solar do país e já somos líderes na
geração centralizada de energia solar fotovoltaica. A intenção é trabalhar uma
nova frente e criar uma política de desenvolvimento do setor de micro e
minigeração, que alcance especialmente os principais polos do interior”, afirma
João Leão, vice-governador e secretário da pasta.
Para viabilizar o crescimento baiano no setor de GD, a SDE
montou um grupo de governança, com representantes do setor privado e o Sebrae,
para alavancar a exploração da micro e minigeração de energia solar. A intenção
é atrair uma indústria de componentes para o estado.
“Acredito que o grupo de governança terá um papel
fundamental no fomento desse novo mercado e da tecnologia para atração de novos
negócios. Temos municípios que não têm nenhuma instalação fotovoltaica na Bahia
e muitas pessoas que sequer conseguem entender como funciona a geração
distribuída. Em uma segunda fase, pretendemos promover o estímulo de uma cadeia
de produtos para que tenhamos a fabricação no estado. O mercado de GD tem um
futuro brilhante”, afirma Daniel Kunz, da Associação Baiana de Energia Solar e
diretor regional da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).
Segundo Laís Maciel Lafuente, diretora de Interiorização do
Desenvolvimento da SDE, a intenção da política é atingir todo o território
baiano: “Percebemos que é preciso fazer chegar ao interior uma maior divulgação
sobre o mercado solar fotovoltaico. Com ela, a tendência é a demanda crescer. A
ideia é estabelecer parcerias com instituições de ensino espalhados pelo estado
para formar profissionais nesse mercado e termos mão de obra adequada. Nosso
objetivo é gerar demanda suficiente de projetos para atrairmos fábricas de
componentes para equipamento solar”.
Segundo as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), de 1º de março de 2016, é permitido o uso de qualquer fonte renovável
para geração da própria energia. A agência passou a classificar como
microgeração distribuída, a central geradora com potência instalada entre 0 e
75 kW e minigeração distribuída, aquela com potência acima de 75 kW e menor ou
igual a 5 MW, devendo em ambos os casos estarem conectadas na rede de
distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras.
A SDE explica que, quando a quantidade de energia gerada em
determinado mês for superior à energia consumida naquele período, o consumidor
fica com créditos que podem ser utilizados para diminuir a conta de luz dos meses
seguintes. De acordo com as regras, o prazo de validade dos créditos passou a
ser de 60 meses, sendo que também podem ser usados para abater o consumo de
unidades do mesmo titular, situadas em outro local, desde que esteja na área de
atendimento de uma mesma distribuidora, a exemplo da Coelba. Esse tipo de
utilização dos créditos é denominado “autoconsumo remoto”.
Geração distribuída x geração centralizada
A geração distribuída (GD) é uma modalidade de geração de
energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras que utilizam fontes
renováveis e estão localizadas no ponto de consumo (casas, empresas e
indústrias) ou próximo a ele e são ligados a rede elétrica pública, podendo
inclusive fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade.
Já a geração centralizada (GC), acima de 5MW, faz uso de grandes geradores e
extensas linhas de transmissão, chegando ao consumidor pelas distribuidoras
locais.
Veja os dados de Solar aqui.
E os números de Eólica aqui.
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