O curioso caso de Geisy Arruda.

Na Câmara Federal, Emiliano repercute episódio de estudante que foi agredida por alunos da Uniban por usar um vestido curto cor de rosa

O recente caso da estudante da Universidade Bandeirante (Uniban), Geisy Arruda, de São Bernardo do Campo (SP), que foi agredida por estudantes da instituição por usar um vestido rosa e curto foi repercutido por Emiliano José (PT-BA) em pronunciamento na Câmara, dia 10 de novembro. O deputado acha o episódio assustador e preocupante, e que causa indignaçcupante. Cse eputado Emiliano Jose que não pode ser ignorado.

"Como todos tomamos conhecimento, estudantes da Uniban agrediram, xingaram, insultaram de todos os modos a colega deles pelo simples fato de ela estar usando uma minissaia. Cabe até perguntar: a minissaia é uma criação recente? Que juventude é esta que se indigna com o corpo vestido de uma mulher?", indagou o deputado.

Emiliano afirma que a atitude dos estudantes foi violenta, despropositada e selvagem. "Por esses caminhos, poderíamos revisitar Freud ou Nelson Rodrigues, a depender do olhar. Toda nudez será castigada? E falo nudez num evidente exagero. Ela estava vestida. De minissaia. Da maneira que ela gosta de se vestir. Como é do seu direito. Que senso estético tem essa juventude da Uniban?".

O deputado lembrou a frase de Caetano Veloso: "é proibido proibir". "Caetano tem toda razão, e a juventude da Uniban deveria escutar o Caetano do passado, não o de hoje, que tenta desqualificar o extraordinário presidente que temos, valendo-se de argumentos profundamente atrasados".

O parlamentar destacou alguns significados políticos, culturais e ideológicos desse episódio. "Primeiro, cabe dizer que houve uma inversão completa de valores. A vítima transformou-se em ré. Foi jogada às feras e aqui não se pode falar em metáfora. Segundo, a agressão feriu os direitos de uma pessoa, a autonomia dela. O direito dela de escolher a roupa que quer usar. Terceiro, esse fato aponta o indício da existência de um perigoso ingrediente naquela juventude: algo que se aproxima do pensamento nazista. Quarto, é uma agressão à mulher. Um homem de short, ou com uma bermuda curta, digamos, seria agredido dessa maneira? Eu fico também impressionado com o silêncio feminino e feminista diante do episódio".

Para Emiliano, esse acontecimento não pode passar em branco. "O conservadorismo, o reacionarismo, a natureza retrógrada, a raiva e a discriminação e a intolerância contra a mulher provocam em nós uma indignação profunda. A indiferença diante disso é também uma posição política. As mulheres, os jovens de todo o país devem se levantar. O que está em causa é a liberdade, o direito de cada pessoa, a cultura de cada pessoa. Nós todos somos Geisy. Contra a turba enraivecida. Contra a turba cega de ódio. A favor da cultura. Contra a barbárie", concluiu.

Um comentário:

Oldack Miranda disse...

É preocupante, Dimas, porque a agressão à estudante de saia curta foi tipicamente fascista. A Uniban que se cuide.