Cultura Livre, Internet Livre.

Não há nada mais relevante para a conquista da cidadania, nos dias de hoje, do que o livre acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação. No mundo todo se discute a regulamentação do espaço cibernético e este é um ponto que não podemos ser omissos, sob o risco de penalizarmos as gerações futuras, submetendo-as ao poder incessante das grandes corporações. Algumas das iniciativas mais interessantes nesse departamento unem sociedade e governo federal, como o Fórum da Cultura Digital Brasileira.

Um dos aspectos mais relevantes de uma política cultural é o desenvolvimento de mecanismos de interlocução, diálogo e participação da sociedade. A compreensão da complexidade dos desafios contemporâneos é algo cada vez mais difícil ao cidadão comum, encarcerado nos sistemas de mediação e educação, distantes de suas necessidades de formação como cidadão livre e ativo.

Considero todos os esforços empreendidos pelo MinC nesse sentido vencedores. O próprio Fórum de TVs Públicas, mesmo depois do rolo compressor global, que assumiu a TV Brasil e rasgou todo o processo, ainda é uma referência de construção coletiva de agenda pública e, em minha modesta opinião, deve ser mantido e reforçado. O de Cultura Digital já demonstra os avanços desse aprendizado.

Precisamos seguir em frente, aprender a desenvolver diálogos entre posições antagônicas e complementares, pois somente assim poderemos superar os ranços e aproximar as virtudes das inúmeras vertentes de pensamento e interesses em jogo nessa arena, que é a cultura digital. Só assim o interesse público vigorará.

Não podemos construir um projeto de Estado apenas com os iguais. Precisamos aprender a negociar, a compreender os outros lados da questão. Este modelo de interlocução e construção coletiva pode e deve ser ampliado, sobretudo para as discussões sobre financiamento à cultura e direitos autorais, concentradas em gabinete.

Por leonardo Brand.

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