Quando o novo já chega velho na política!


O chamado novo movimento “Agora” que se ofereceu para renovar a política brasileira, já nasceu com defeito de fábrica. Em sua página na internet ele se diz ser um “movimento de ação política a partir da sociedade, independente, plural, sem fins lucrativo e sem vinculação partidária. Seus membros são referências em suas áreas de atuação que compreenderam a urgência de dedicar parte de seu tempo e conhecimento para mergulhar nos problemas e buscar soluções para o país”. Tá tudo certo, tá tudo escrito, mas eis que essa turma está, segundo a jornalista Mônica Bergamo, mantendo conversas com políticos do PPS - Partido Popular Socialista e o Rede.

A turma, liderada pelo apresentador, já carimbado nas redes sociais de novo Collor da Globo, o Luciano Huck, se desejassem mesmo mudar a política, como apregoam, deveriam buscar outras alternativas e não “os viciados” de plantão. Renovar é fazer ficar ou ficar outra vez como novo. Segundo o dicionário. O que definitivamente não se aplica a este caso.

O Agora, ainda segundo a jornalista, quer mesmo é um espaço que possa usar a seu bel-prazer, deixando, caso ocorra o acerto, que poderá fazer coligação com qualquer partido. Entenda-se a turma da direita. E que os dirigentes partidários podem fazer o que bem entenderem, desde que deem os espaços para candidaturas dos representantes do dito movimento que concorreriam pelas siglas partidárias.

Anunciado aos quatro cantos que vão bancar o custeio destes candidatos alinhados com suas propostas, o Agora fará financiamento empresarial de campanhas, o que é proibido pela Lei Eleitoral. A proibição foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal no de 17 de setembro de 2015 pela ilegalidade desse tipo de doação.

À época o ministro Luiz Fux chegou a dizer que, "Chegamos a um quadro absolutamente caótico, em que o poder econômico captura de maneira ilícita o poder político".

Então, o que leva a turma do Agora crer que vão poder usar a força do dinheiro para manipular votos nas eleições de 2018?

“No prefácio do livro de Greg Palast Billionaires and Ballot Bandits (Bilionários e os Bandidos do Voto) Robert Kennedy Junior desmoraliza a decisão de 2010 da Suprema Corte Americana que permitiu o financiamento ilimitado das campanhas eleitorais por empresas, grandes, médias ou pequenas. O expediente utilizado para disfarçar o maciço financiamento empresarial foi a criação dos Super PACs (supercomitês de ação política). O supercomitê não pode fazer contribuições a candidatos ou partidos, mas pode pagar propagandas a favor ou contra causas defendidas pelos candidatos.  A hipoc
risia, dizia La Rochefoucauld, é a homenagem que o vício presta à virtude”. – Carta Capital.
Esse chamado movimento novo (supercomitê?) que agora aparece, busca aplicar nas eleições de 2018 no Brasil o mesmo método que foi utilizado nos Estado Unidos.


Tanto lá, como cá, a Lei não permite o financiamento empresarial para campanhas políticas. No Brasil de 2018, com um país em conflito político declarado e aberto. Onde boa parte da população está retornando a miséria absoluta, onde estão excluídos das decisões políticas, será o Supremo Tribunal Federa, a mais alta instância do poder judiciário brasileiro, que deve ser o guardião do cumprimento das leis, vai fechar os olhos e deixar que o resultado eleitoral venha a ser manipulado pela viu metal?

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