Triunfo do talento. (NELSÃO)

Do sertão de Pernambuco a prestigiados espaços no País e Exterior, o coreógrafo Nelson Triunfo construiu sólida carreira, driblando as adversidades com passos de dança. Hoje, às 13h, , pioneiro na divulgação do gênero musical que mistura ritmo e poesia das ruas.

O evento, com entrada gratuita, terá batalhas de MCs e b.boys (dançarinos de break), além de shows dos paulistanos do Nhocuné Soul, que dividirão o palco com o aniversariante e o cantor Toni Bizarro. Acompanhado pela banda da Capital, o homenageado mostrará Novo Aboio, composição do CD que está produzindo, "sem correria e à vontade."

ENXADA E MÚSICA.

Nascido Nelson Gonçalves Campos Filho, o veterano dançarino adotou o sobrenome artístico em homenagem à terra natal, Triunfo (pacato município com cerca de 15 mil habitantes localizado na Zona da Mata Pernambucana). Segundo dos dez filhos de um casal de agricultores, ele começou a trabalhar na lavoura ainda menino. "Minha família tinha um sitiozinho e vaquinha para tirar leite, mas o dinheiro era minguado", relembra.

Nesse período - fim dos anos 1960 e início da década de 1970 - recebeu as primeiras referências de black music por meio de reportagens e discos como A Onda É Boogaloo, do cantor Eduardo Araújo. Depois de passagem pela cidade de Paulo Afonso, na Bahia, e por Brasília, onde começou a frequentar bailes animados pelos hits de James Brown e Toni Tornado, Triunfo chegou a São Paulo em 1977.

Foi quando criou o grupo de dança Black Soul Brother, que teve o nome alterado para Funk & Cia.

REPRESSÃO E NOVELA
Na década de 1980, ainda na ditadura militar, os militares reprimiam o visual extravagante do dançarino, que conserva vistoso black power à base de lavagens com sabão de coco. "A gente ficava na esquina das ruas Dom José Gaspar com a 25 de maio, no Centro de São Paulo. Virei visitante ilustre na delegacia e acho que já fui preso umas 70 vezes.Quem não tivesse carteira de trabalho, os homens chamavam de vagabundo e prendiam."

Em 1984, o talento de Triunfo ganhou projeção nacional, quando o grupo foi convidado para dançar na abertura da novela Partido Alto, da Rede Globo. Desde então, participou de shows com Gilberto Gil, Sandra de Sá, entre outros medalhões, e ajudou a fundar a Casa do Hip Hop de Diadema.

Em 2006, participou da Copa das Cultura do Mundo, na Alemanha. Atualmente, dedica-se a oficinas e palestras. "Faço da arte uma militância e através dela incluo as pessoas", afirma.

Aniversário de 55 anos de Nelson Triunfo - Hoje, ás 13h.Na Casa do Hip Hop de Diadema - Rua 24 de maio, 38. Tel.: 4075-34792. Grátis.

Do Diário do Grande ABC, Dojival Filho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pense num cabelo de ninho de cupim! Ou seria um enxame de arapuá? Isso deve ter até bicho de peçonha escondido. A imagem nos passa uma sensação de que o cabra deve ser grudento mesmo! rsrsrsrsrsrs