A decisão por meter-se em traje verde-oliva, a triste e
cafona indumentária do Exército brasileiro, não foi dele, mas do comando da
força terrestre, numa última tentativa de dar alguma dignidade ao pequeno Cid,
preso há 70 dias, antes de enterrar-lhe a carreira.
Está mais do que claro que Mauro Cid, primeiro de turma,
filho de general e mais íntimo colaborador de Jair Bolsonaro, está resignado a
perder tudo - carreira, dignidade e a liberdade - para proteger o ex-chefe e garantir o mínimo de salvaguarda para a
mulher e as filhas.
Recados não faltaram. Das 73 pessoas que o visitaram no
Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB), onde está preso preventivamente,
41 eram militares. Também esteve lá Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de
Comunicação da presidência da República, ainda hoje assessor pessoal de Jair
Bolsonaro.
Mauro Cid está afogado em inquéritos que vão desde a
falsificação de carteiras de vacinação e contrabando das joias sauditas até
participação na tentativa de golpe, em 8 de janeiro - sempre ligado,
umbilicalmente, a Bolsonaro.
Mas parece ter percebido muito bem que uma coisa é delatar
um chefe qualquer - a outra é entregar Al Capone à Justiça.
Por: Leandro Fortes.
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