Os cuidados com a alimentação são muito importantes -
explica a nutricionista - para evitar problemas de saúde que podem até impedir
o folião de continuar curtindo a folia.
Intoxicação alimentar, por exemplo, é uma das situações que podem
frustrar o folião, porque com diarreia não dá para permanecer no meio da folia.
Os cuidados valem para todas as pessoas, mas devem ser redobrados para o grupo
com doenças crônicas (hipertensão, obesidade e diabetes).
Reforço na alimentação
Quem sair pela manhã precisa de uma boa refeição na qual devem estar presentes raízes, ovos, queijos magros e café com leite. Se a saída for depois do almoço, é preciso evitar alimentos pesados e ricos em gordura, como feijoada e sarapatel. O alto teor de gordura, orienta a nutricionista, dificulta a digestão e causa sonolência. Para ficar ativo durante a folia, a refeição deve ser leve. Um prato colorido com legumes, proteínas magras (grelhados ou cozidos), salada crua e feijão com arroz.
O esforço no Carnaval é muito intenso, aumentando muito o
gasto calórico, Assim, mesmo com uma boa refeição, antes de sair de casa, é
interessante levar um reforço para quando a fome bater. As melhores sugestões,
do ponto de vista nutricional, são: amendoim, castanhas, frutas secas e barra
de cereais. É preciso também ter muito cuidado com a hidratação. Água mineral,
água de coco, suco de frutas ou de polpas e os isotônicos são as opções para
garantir a hidratação. Mas é preciso
muito cuidado, pontua Lorenna Fracalossi, com
os energéticos, que são ricos em cafeína, e não combinam com bebidas
alcoólicas.
O que comer na rua?
Mesmo levando lanche de casa, a fome chegapor causa do intenso exercício imposto pela folia de Momo. O que comer na rua? A nutricionista orienta que é preciso observar os alimentos com atenção: o aspecto, o odor, a cor e o acondicionamento. Alimentos fritos, previamente expostos ao sol, representam um risco maior de provocar intoxicação alimentar. Por isso, entre um sanduíche e um acarajé, a segunda opção é mais segura; entretanto é recomendável evitar o acompanhamento de salada e outros itens preparados com antecedência. Quanto aos salgados, a preferência deve ser pelos fritos na hora.
Para garantir tranquilidade na festa, mesmo quem está bem de saúde, deve consumir bebidas alcoólicas com moderação, mas quem usa medicação de prescrição controlada, como antidepressivos e ansiolíticos, não pode fazer uso de bebidas alcoólicas porque as respostas da interação desses medicamentos com a ingestão de álcool são imprevisíveis, como explica a coordenadora médica do Cedeba, a endocrinologista Regilene Batista.
Para pessoas com diabetes, além dos cuidados com a alimentação, é preciso estar com a identificação devidamente preenchida: nome, telefone em caso de urgência e medicação em uso. Levar o glicosímetro e o kit de correção de hipoglicemia (três balas macias/ três sachês de mel) é fundamental, como orienta a nutricionista do Cedeba, Suane Evangelista.
Nos circuitos, é interessante saber onde fica o posto de
primeiros socorros, se for participar de um bloco ou de uma festa fixa, para
tornar mais rápida a ajuda. É importante verificar a glicemia, ao sair de casa
e, regularmente, se for possível.
O ritmo do Carnaval
Os atos de caminhar, dançar, ficar acordado até mais tarde e experimentar diferentes alimentos afetam os níveis de açúcar no sangue, segundo Suane Evangelista. Por isso “é importante levar carboidratos para consumir, no mínimo 15 gramas, a cada uma hora de muito esforço (dança sob o sol e calor) para evitar a hipoglicemia.
As profissionais do Cedeba, Lorenna Fracalossi e Suanne
Evangelista observam que “sabendo cuidar da alimentação, dá para brincar o
Carnaval com segurança”. Porque como diz Caetano Veloso “Atrás do trio elétrico
só não vai quem já morreu”.
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