Petrobras : “Ser estatal ou ser empresa de mercado, eis a questão?”


Drama típico dos Casos de Shakespeare, Empresa envolta na mais recente polêmica, desde a sua criação por Getúlio Vargas, em 1954, no limiar do seu Governo, junto com a Lei de Remessa de Lucros ao estrangeiro, pelas Multinacionais, que culminou na Trama da Rua Toneleiros, e na sua Deposição/Suicídio, exatamente uma Empresa Estatal, justamente para concorrer com as Grandes Irmãs do setor, Exxon e Shell, quando, a não ser alguns visionários, como o Fabulista Monteiro Lobato, sequer acreditavam que havia Petróleo no País, a Petrobras, Gigante Estatal brasileira, teve a sua cotação de Mercado, e propósitos Estatutários, profundamente atingidos, essa semana, diante das notícias de que o Presidente Bolsonaro, ante às altas anunciadas pela Empresa de cerca de 10/% na Gasolina, e outros 15% no Diesel, iria mudar a Direção da Companhia, tirando o atual Presidente, Castelo Branco, inflexível quanto a Política de Preços da Estatal, alinhada ao Dollar, e colocaria o General Silva na Direção, ainda a ser homologada pelo Conselho da Petrobras, semana próxima.

Contrariando Ditado Popular que diz “Filho Feio não tem Pai”, a Petrobras, absoluto sucesso na prospecção de Petróleo em águas profundas, da Bacia de Campos até o recém Présal, que quadriplicou a extração de Petróleo no Brasil, nos últimos vinte anos, quando a Empresa optou pelo Mar, ao invés do quase inexistente Petróleo em Terra, nos anos dos Embargos e da Crise da OPEP, 70, dando independência energética ao País, coisa que as Irmãs Multinacionais não fariam, posto que, óbvio, é mais fácil implantar uma Primavera Árabe na Líbia ou Iraque, com Petróleo barato a Flor da Terra, ou aplicar um Golpe de Estado no Irã, do que arcar com tais custos, ora, Petrobras: “Joia da Coroa” cobiçada por todos, além de ter, como “Pai”, o Estado brasileiro, possui também, para seu demérito, características de Companhia de Mercado S/A, com ações negociadas na Bolsa de Nova Iorque, cujo Deus sagrado, e fundamentos de Mercado, é tão somente o Lucro, puro e simples, custe o que custar...

Diante da Pandemia Mundial, Inverno Cortante no Centro dos Estados Unidos, atípico e cruel, que elevaram o preço da commodity, ora, Bolsonaro se vê compelido a intervir na Empresa, com isso arriscando a sua lucratividade, e por que não dizer, credibilidade internacional, já tão desgastada, desde a época do Mensalão e Petrolão do Governo Lula & Dilma, que tanto roubaram e depauperaram a Empresa, levando, inclusive, a mudanças em seu Estatuto e à Regras no seu Conselho, que dificultam, por um lado, a corrupção, mas também a eventual substituição, fazendo com que, diante de tal sorte de ocorrências, desfizesse parte dos seus ativos, para saneá-la, condição essa que, juntamente com o necessário alinhamento dos seus preços ao Dollar, e ao Petróleo Internacional, infelizmente, refletem nos custos da Gasolina, do Diesel e do Gás de Cozinha nas bombas, ainda hoje, em franca reparação.

Entre a Cruz, de enfrentar aumento de preços, no Mercado interno, acrescentando risco real e grave, diante de ameaças de Greve dos Caminhoneiros, que quase derrubaram o Presidente Tampão Temer, incluindo0se ai a irredutibilidade dos Governadores de Estado, em diminuir os Impostos sobre os combustíveis, como o faz o Governo Federal, e, de outro lado, a Espada do Mercado, que exige da Petrobrás Lucro desmedido, ainda que abale a estabilidade do Brasil, Bolsonaro terá que cortar, politicamente, na própria carne.

Commodity, o Petróleo, que tende a perder a importância nos anos vindouros, devido ao aporte de novas fontes energéticas no Mundo, Fotovoltaica, Eólica, Xisto, e outros, tal qual o Carvão, século passado, que movia os teares e vapores de todo o Planeta, diante da fatal substituição do Carvão pelo Petróleo, então prometida, efetiva, e totalmente, nunca havida, quem continua ter importância, da China aos EUA, outrossim, o Brasil paga a conta maldita por seus erros históricos, de outrora ter retirado dos Trilhos, e Barcos, a sua força motriz, quando, para favorecer as Irmãs, e a Indústria Automobilística Multinacional, num Modelo de Desenvolvimento mas despojado do Estado brasileiro, que ora se mostra fracassado, e imprudente, optou por Rodovias, caras e desinteressantes, e, paga também, por seus acertos indeléveis, ao ter criado, Estatal, a Empresa, das mais produtivas e potentes do Mundo, inerente, mesmo, a Segurança Nacional, como bem o entende Bolsonaro, ora capaz, via intervenção, de influir nas Regaras do Jogo, e trazer um pouco mais de estabilidade ao País, ao Mercado Interno brasileiro, e a combalida Economia Exportacionista brasileira, que tanto desprestigia, com ausência de arroz, óleo de soja e carne, a mesa do brasileiro, em detrimento à China e Europa, causando pobreza e fome à Nação, ora rica, e exportadora de Petróleo.

É o paradoxo, enfim a contradição!

Quanto ao Mercado, o Semideus, o especulador e acionário, que ele vá para o Mar, pescar, como nos anos difíceis o fez a Petrobras, que ora, mais uma vez, querem roubar... ?

Pettersen Filho, membro da IWA – International Writers and Artists Association, é advogado militante e assessor jurídico da ABDIC – Associação Brasileira de Defesa do Individuo e da Cidadania, que ora escreve na qualidade de editor do periódico eletrônico “Jornal Grito do Cidadão”, sendo a atual crônica sua mera opinião pessoal, não significando necessariamente a posição da Associação, nem do assessor jurídico da ABDIC

Por: Antuérpio Pettersen Filho.

Tá no Para Ler e Pensar.

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