Foto: Camila Souza/GOVBA
A Bahiafarma é o primeiro laboratório público do
país a poder produzir e comercializar testes-rápidos de diagnóstico da dengue,
zika vírus e febre chikungunya, transmitidas pelo mosquito aedes aegypti. A
licença para a produção e distribuição dos dispositivos que detectam a dengue -
a única que faltava - foi concedida pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e publicada no Diário Oficial da União da última
segunda-feira (6).
Embora ainda não tenha iniciado a produção do
dispositivo, a Bahiafarma tem capacidade de produzir cerca de 500 mil
testes-rápidos ao mês. Eles podem acabar com as dúvidas do cidadão em relação
ao próprio quadro de saúde e, consequentemente, possibilitar tratamento
imediato para quem tiver constatada a infecção pela doença. Somente em 2016,
65.831 casos prováveis de dengue foram notificados na Bahia, representando uma
incidência de 433 casos a cada 100 mil habitantes.
"Nós trabalhamos no desenvolvimento de
produtos ligados aos testes-rápidos. No primeiro momento, [com foco nas
doenças] arboviroses. Analiso que fomos bem-sucedidos, porque conseguimos os
registros do zika, chikungunya e vamos poder fazer também os testes da dengue.
Agora somos um laboratório que tem o portfólio completo. Isso formata a
possibilidade de termos a Bahiafarma como polo indutor do desenvolvimento neste
eixo econômico do estado", ressalta o diretor-presidente da Bahiafarma,
Ronaldo Dias.
Os registros obtidos pelo laboratório baiano são
referentes a dois tipos de testes rápidos para diagnóstico da dengue. Um deles
detecta anticorpos produzidos por organismos infectados, o Dengue IgG / IgM, e
o outro reage com o antígeno NS1, o Dengue NS1. Desenvolvidos em parceria com o
laboratório sul-coreano GenBody, os dispositivos funcionam com uma pequena
quantidade tanto de sangue quanto de soro ou plasma sanguíneo e fornecem os
resultados em até 20 minutos.
“Os procedimentos são simples, mas devem ser
realizados apenas por profissionais de saúde. A gente abre o teste, adiciona
cinco mililitros de soro de sangue no poço menor do dispositivo e adiciona três
gotas da solução tampão no poço maior, para que as substâncias se misturem. O
resultado é observado através das linhas que aparecem no teste. Por elas, é
possível saber se a pessoa tem ou teve dengue”, explica Paloma Orrico,
enfermeira da Bahiafarma.
Precisão no diagnóstico
O Dengue IgG / IgM consegue realizar o diagnóstico
a partir do quinto dia de infecção, por meio da análise da presença da
imunoglobulina M (IgM) no organismo do paciente – que indica que a infecção
está ativa – e também é capaz de identificar se o paciente já teve contato com
o vírus da dengue no passado, por meio da pesquisa pela presença da
imunoglobulina G (IgG).
Já no caso do teste rápido Dengue NS1, o
dispositivo consegue identificar a infecção pelo vírus da dengue logo em seu
início, antes mesmo que o paciente comece a sentir os sintomas da doença. Com
isso, o teste permite uma intervenção médica mais rápida e precisa.
“Isso vai ser ótimo, principalmente para quem tem
filhos. Hoje eu não cuido só de mim, pois tenho um filho de um mês de nascido.
Ter o diagnóstico cedo de uma doença permite o tratamento adequado e isso é
fundamental para a saúde”, afirma a universitária Marcela Oliveira.
Com atuação destacada no setor e gestão inovadora,
a Bahiafarma ingressou no rol dos principais laboratórios oficiais do Brasil. A
instituição tem dado continuidade à estratégia do Governo do Estado de
transformar-se em um centro indutor para a consolidação de um polo industrial
farmacêutico e biotecnológico na Bahia, iniciado em 2015.
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