Na última sexta-feira (17 de abril), fui demitido da TV Record, onde trabalhei por 13 anos



Foi um período rico, especialmente entre 2007 e 2016: matérias especiais, 2 Olimpíadas, 2 Copas do Mundo, prêmios importantes (Vladimir Herzog e Embratel, entre outros) e coberturas emocionantes.

Fiz amigos do peito e aprendi muito: com cinegrafistas, técnicos, editores, produtores, chefes e com os colegas repórteres.

Gosto de fazer TV, amo jornalismo, estou há quase 30 anos nesse ofício. Mas amo mais ainda a verdade. Na fase final na Record (2016/2020), aprendi a ter paciência e resiliência quando o ar ficou irrespirável.


Sempre compreendi os limites do trabalho na mídia corporativa, sem confundir meus interesses e opiniões com os do eventual patrão. Procurei também traçar um limite: não mentir, não brigar com os fatos, não embarcar em narrativas grotescas.

Acreditem: há espaço para trabalhar de forma correta na mídia comercial, desde que se tenha consciência desses limites, e alguma capacidade de dizer "não" quando necessário
(há muitos bons exemplos por aí, de profissionais sérios, nos jornais/sites/revistas/tvs/radios).

Nos últimos tempos, procurava me guiar pelo ensinamento de um velhor repórter: "ao inimigo não se pede nada, nem demissão".
A quem interessar possa: o motivo alegado para meu desligamento foi "reestruturação".

Sou agora um jornalista reestruturado.
E um cidadão mais leve e feliz.

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