Mario Cesar Barreto Azevedo,
mais conhecido como Galinho, foi eleito vereador do município de Paulo Afonso
no Estado da Bahia pelo Solidariedade com 525 nas eleições de 2016. Oposição ao
atual prefeito Luiz de Deus, ele é o mais contundente crítico da atual administração.
Desde o início do seu mandato,
Galinho soube bem como usar as ferramentas de comunicação para as redes sociais.
Semanalmente ele posta vídeos com denúncias sobre assuntos diversas em que cobra
da prefeitura soluções imediatas.
Na semana passada, Galinho
lançou o aplicativo “Cuida Galinho” ele promete que, ao fazer a denúncia, propor soluções, o
usuário que entrar em contato, terá do mandato do vereador o empenho para
cobrar de secretários, prefeito e órgãos que estiverem prestando mau serviço à
população. “O aplicativo veio para quebra esse distanciamento do povo com o seu
vereador. Quando o cidadão que mora no Manoel Moraes, no Sargento Jaime, no Centenário,
no BTN, (bairros). E ele não tem como se deslocar da sua casa, da sua
residência, seja por condição ou seja por conta do trabalho. Ele não pode estar
trazendo sua demanda e como o aplicativo conseguimos estreitar justamente isso”,
disse ele.
Na Câmara de Vereadores
Galinho se notabilizou pelo seu tom agressivo para denunciar e cobrar. Mas
basta dar uma olhada nos projetos aprovados na casa para perceber, que ele
também teve proposições suas aprovadas. E como ele mesmo disse em entrevista ao
Blog, “na verdade a gente acompanha as necessidades do povo de Paulo Afonso,
sempre requerendo e fazendo projetos de Lei”.
É o caso do projeto de Lei que
garante a “Dupla Função do Motorista”, quando uma mesma pessoa faz as funções
de motorista e cobrar. Isto aconteceu após longa batalha envolvendo a migração da
empresa de transporte coletivo Vitran para a Atlântico onde ele foi contra,
chegando a denunciar que houve benéficos a segunda empresa no processo
licitatório.
Galinho disse que até hoje, o
prefeito Luiz de Deus não sancionou projeto, e que acontecendo, iria gerar mais
empregos. Hoje, o acumulo de função retira o emprego de várias pessoas que
poderiam estar trabalhando como cobradores.
Outro projeto que o vereador
destacou foi a obrigatoriedade do desconto de 50% para a compra de passes
escolares aos estudantes nos veículos de transporte coletivo dentro do
município. Hoje isto já acontece. Este benéfico, segundo Galinho, está estendido
aos alunos da rede pública e particular. Basta apresentar um comprovante de
matricula em qualquer instituição estudantil local.
O vereador lembrou que a
oposição na câmara já foi a maioria da casa, mas hoje tem 7 vereadores e está
empata com a bancada da situação. Por duas vezes, no último mês, o presidente
da Pedro Macário teve que desempatar, votando contra o grupo contrário ao
prefeito. Perguntado o que teria acontecido, Galinho disse que, “eu toco o meu
mandato de acordo com a vontade popular. Mas parlamentar um toca do seu jeito.
Eu acredito que boa parte dos vereadores que não se fazem mais presentes na bancada
é porque teve um olhar voltado para outros interesses”. Ele acredita que se a
bancada estive unida, forte, quem estaria forte com isso não eram os
vereadores, mas sim o povo de Paulo Afonso. O enfraquecimento da oposição não
teria sido benéfico para o jogo democrático.
Segundo Galinho, 95% (noventa
e cinco) dos projetos enviados a Câmara pelo prefeito Luiz de Deus, foram
aprovados na casa pela oposição com as devidas correções. Para ele, “era uma
oposição forte, unida, mas que infelizmente os caminhos da política fazem com
que alguns parlamentares refaçam suas rotas”.
Ao falar do pedido feito pelo
prefeito de autorização de empréstimo de R$ 80 milhões junto à Caixa Econômica
Federal, ele lembrou que a primeira informação que chegou a casa legislativa é
que seriam R$ 60 milhões e que foi uma surpresa o acréscimo dos R$ 20 milhões.
Falou ainda que não teve apresentação dos projetos, faltou o valor de cada um e
sobre a falta de assinatura do prefeito no documento. Não tinha, segundo ele,
justificativa “plausível”, não tinha um “estudo de impacto financeiro”, “viabilidade
técnica”, “não tinha destinação para onde esse oitenta milhões vão ser empregados”,
“ninguém sabe a taxa de amortização, ninguém sabe a carência, ninguém sabe o
valor das parcelas”. Tudo isso aconteceu sem discursão nas comissões, ainda
segundo o vereador.
Como a matéria já foi votada,
mesmo que ele tenha discordado da forma que aconteceu, Galinho reconhece que
agora o caso deve ser revisto pela justiça. Ele deu entrada em processos no
ministério público estadual, no ministério público federal e na polícia federal
fazendo todos os questionamentos que ele acha pertinentes e que já são públicos
da população.
Ele faz uma denúncia grave. Para
conseguir a aprovação do pedido de empréstimo, vereadores da situação teriam
dito no plenário que “os valores seriam utilizados pela Caixa Econômica
Federal. Mas a gente ver uma inversão de discurso. Cada vez mais a gente ver
que fez certo do eu fez em votar contra, porque não tem sustentação um município
que arrecada trinta milhões por mês, praticamente um milhão por dia, você ainda
solicitar um empréstimo sem o mínimo de apresentação do projeto, sem um estudo
de viabilidade”. Ele se disse triste com a forma atual como vem sendo gerido o
erário público da cidade e que o caminho para a cidade não seria este.
Pelo valor do empréstimo, o
vereador acredita que o município irá levar uns dez anos para pagar, deixando “uma
herança maldita” para os próximos prefeitos. E neste caso, ele lembra que Luiz
de Deus, quando deputado federal chegou a apresentar um projeto em que proibia
que este tipo de situação pudesse vir a acontecer.
Neste tipo de negociação
financeira, a prefeitura está comprometida junto à Caixa Econômica de retirar o
valor do seu FPM – Fundo de Participação do Município e caso não atinja o
objetivo, outras receitas vão ser utilizadas.
Falando sobre o próximo ano e as
eleições para prefeito e vereadores, Galinho disse que acredita em um
entendimento das oposições para ter um nome em condições de vencer o pleito. “A
política é um diálogo constante. A gente precisa estar antenado simplesmente na
possibilidade. A gente precisa discutir, planejar mais as ações para Paulo
Afonso e quem vier para somar neste sentido é bem-vindo. Eu acredito que
democracia é isto. A gente precisa discutir, dialogar com as pessoas e com os
grupos políticos”.
Ele disse não ser empecilho
para a unidade da oposição. “Eu não seria empecilho jamais. Os grupos políticos
que quiserem e puderem somar para Paulo Afonso, a gente só precisar dialogar e
encontrar a melhor maneira, não de dividir o bolo como dizem os maus políticos,
mas de dividir as responsabilidades para tratarmos dos caminhos de Paulo Afonso”.
“O vereador nada mais é do que
um funcionário público. É o elo entre a sociedade e o poder executivo” –
Vereador Galinho.
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