Guaraná produzido pela agricultura familiar baiana conquista mercados nacional e internacional


A Bahia é o maior estado produtor de guaraná do Brasil (IBGE 2017) e a agricultura familiar vem se destacando nesse cenário, pela qualidade do fruto cultivado. Com uma produção anual de 50 toneladas, a Cooperativa dos Agricultores Familiares do Baixo Sul (Coopafbasul), localizada no município de Ituberá, no Baixo Sul, fatura em média R$16 milhões por ano com grãos qualificados, boa produtividade, rastreabilidade e manejo sustentável.

A Cooperativa produz guaraná em grãos e em pó, com Selo de Identificação da Agricultura Familiar, e comercializa para diversos municípios baianos e para os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Sergipe e Paraná. A qualidade do guaraná do Baixo Sul também conquistou o mercado internacional. Esta semana, 21,5 toneladas de guaraná em grãos estão sendo exportadas para os Estados Unidos. É a segunda exportação da Coopafbasul, outras 14 toneladas foram comercializadas para França.

“O motivo maior de orgulho é saber que aquilo que estamos produzindo tem uma excelência em qualidade, que chega a países com alto grau de exigência para produtos de exportação. Com isso, podemos dizer que a agricultura familiar baiana chegou a esse nível graças a projetos do Governo do Estado, como o Bahia Produtiva e o Pró-Semiárido. Esse é o caminho emancipador dos agricultores familiares”, afirma o secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Josias Gomes.

A Coopafbasul vem recebendo investimentos, por meio do projeto Bahia Produtiva, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à SDR. No total, estão sendo aplicados R$3 milhões em ações de infraestrutura, a exemplo da implantação de uma unidade de beneficiamento de grãos e a aquisição de equipamentos. Com isso, a cooperativa terá um espaço próprio, com fácil acesso, onde será realizada toda a padronização e empacotamento da produção, com máquinas de secagem, caminhões refrigerados, câmara fria, energia solar e loja de apoio para divulgação dos produtos da região, produzidos pelos cooperados.

Hoje, o trabalho é realizado em um espaço alugado, onde é feito o beneficiamento dos produtos in natura e os produtos industrializados são feitos nas fábricas das marcas parceiras. Já foi entregue um veículo utilitário para facilitar o escoamento da produção e está sendo executado o serviço de assistência técnica na gestão e na base produtiva. Os investimentos beneficiam diretamente 1.200 agricultores familiares cooperados, que vêm agregando valor também na produção de cravo, cacau, açaí e cupuaçu.

O diretor-executivo da Coopafbasul, Gileno dos Santos, destaca a importância da atividade do guaraná para o aumento da renda dos cooperados: “O mercado do guaraná vem se abrindo e podemos dizer que a agricultura familiar vem contribuindo com essa atividade, pois o cooperativismo busca fazer isso. O guaraná há dois anos era R$7 e hoje trabalhamos com um preço entre R$18 e R$19. A agregação de valor é graças ao trabalho coletivo e aos investimentos do Governo do Estado, que vem contribuindo com o apoio à gestão da cooperativa, assistência técnica e na comercialização, fortalecendo também as famílias no campo”.

Diversificação da produção

Os investimentos do Governo do Estado também estão sendo direcionados para os outros sistemas produtivos trabalhados pela Coopafbasul. Serão sete unidades de beneficiamento de cacau instaladas em sete comunidades, sendo quatro em Ituberá, na comunidade do Karin, na comunidade da Capoeira, Campo do Amâncio e no Assentamento Lucas Dantas.

Cada unidade receberá duas estufas, para fermentação e secagem do cacau, tendo como objetivo trabalhar de maneira integrada como a equipe técnica e a direção dos empreendimentos, para atender às principais finalidades do edital, como apoiar a ampliação do acesso a mercados pelas organizações produtivas da agricultura familiar e economia solidária, contribuir para a incorporação da cultura empreendedora para favorecer o incremento de  vendas em canais de distribuição no mercado privado, fortalecer as organizações produtivas para o acesso a novos mercados, ampliar as receitas e a sustentabilidade econômica da cooperativa.

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