Paulo Afonso recebe espetáculo Sertão dias 12 e 13 de novembro




Além da montagem, A Outra Companhia de Teatro irá ministrar a oficina Teatro.

Documentário: nem tudo é ficção.

Serviço.

O quê: Sertão - espetáculo d'A Outra Companhia de Teatro.

Quando: 12 e 13 de novembro, às 20h.

Onde: Salão Marúsia, no CAMPUS VIII, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Ingresso: Pague Quanto Puder.

A Outra Companhia de Teatro inicia o segundo ano do projeto ENXERGUE! sonhos, memórias e declarações d’A Outra Companhia, aprovado pelo Edital de Apoio a Grupos e Coletivos Culturais do Fundo de Cultura do Estado da Bahia de 2016, com uma circulação pelo interior baiano para apresentar Sertão, mais novo espetáculo do grupo. Dentre as cidades baianas escolhidas está Paulo Afonso, que irá receber o grupo de 12 a 14 de novembro.

Além de Sertão, o grupo vai oferecer gratuitamente a oficina Teatro Documentário: nem tudo é ficção, ministrada pelo ator e diretor artístico d’A Outra, Luiz Antônio Sena Jr. O objetivo desta circulação é fazer um intercâmbio com os artistas e grupos de teatro destas cidades.

O município de Paulo Afonso recebe o espetáculo Sertão nos dias 12 e 13 de novembro, às 20 horas, no Salão Marúsia, no CAMPUS VIII, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Nesta cidade, o ingresso tem contribuição livre, no sistema Pague Quanto Puder (PQP). A oficina ocorrerá no Espaço Cultural Raso da Catarina - Centro, 13 e 14/11, das 14 às 17 horas, gratuitamente.

A pesquisa para construção dramatúrgica de Sertão nasceu quando A Outra Companhia rodava o Brasil através do Palco Giratório do Sesc, em 2017, apresentando os espetáculos Ruína de Anjos e O que de você ficou em mim. Dentre elas, Paulo Afonso, onde brotou as primeiras cenas da peça.

 “É como se fosse um retorno ao local onde tive o insight da peça. Agora estamos levando a montagem para as cidades onde o Sertão é mais vivo, como é o caso de Paulo Afonso”, reforça Luiz Antônio.

Sertão

Com uma primeira temporada com sessões lotadas, o espetáculo Sertão nasceu como uma voz a refletir/cantar/contar/sonhar sobre o mítico e o real desta faixa de terra majoritariamente nordestina. O ontem e o hoje se confundem e se distanciam em um sertão contemporâneo “contaminado” de referências metropolitanas e globalizadas, ressignificadas, mas sertanejas.

A fragmentada história vai se construindo num ambiente de quintal de casa, de terreiro de vó, de festa junina, assim como campo de guerra, zona atravessada pelo tráfico, terra de sangue ferrado e violência instituída, com suas alegrias e tensões que fazem do sertanejo, antes de tudo um forte, parafraseando Euclides da Cunha.

O dramaturgo Luiz Antônio Sena Jr. apresenta o imaginário coletivo, as manifestações populares, o misticismo e a musicalidade que constroem esse espaço. As músicas do espetáculo, que tem como diretor musical o integrante d’A Outra Roquildes Júnior são composições que pertencem ao cancioneiro popular sertanejo e a literatura que evoca a região.

“Partimos do imaginário coletivo e sertanejo para escolher as canções que permeiam a peça. Algumas composições autorais surgiram no processo, escritas por mim em parceria com os atores, mas totalmente ligadas ao que ocorre nas cenas, seguindo uma linha brechtiana”, explica Roquildes Júnior, que além de diretor musical está como ator no espetáculo.

Além de intérprete, o ator e bailarino Anderson Danttas assume a direção de corpo e movimento do espetáculo, inspirando-se nas vivências do corpo calejado do povo sertanejo, buscando o pedaço de sertão que está nos poros, dobras e pulsos de cada ator/atriz. A energia da montagem é de uma boa festa de boiadeiro/caboclo/cavaleiro e suas microhistórias atravessadas pelo sincretismo religioso dando direcionamento aos corpos na cena.

Em Sertão, além dos integrantes d’A Outra Companhia – Roquildes Júnior, Luiz Antônio Sena Jr, Anderson Danttas, Eddy Veríssimo, Luiz Buranga e Israel Barreto -, o grupo convida três intérpretes: Roberto Cândido, Taís Grecco e Elisângela Cajé. Todos se revezam em personagens, tocam, dançam e cantam, além de mover a estrutura cenográfica e executar funções de operação de som e luz - ressaltando a multiplicidade característica dos trabalhos coletivos e recentes do grupo.

Documentário

A oficina Teatro Documentário - nem tudo é ficção, que já foi ministrada em várias cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e algumas baianas, como Barreiras, Jequié, Santo Antônio de Jesus e Salvador, tem como base os princípios de viewpoints, técnicas de improvisação e interação com o público.

“Vamos trabalhar com o teatro documentário, nossa poética de criação, em que o universo do real e da ficção acabam sendo tensionados, borrando seus limites”, explica Luiz Antônio Sena Jr., diretor artístico d’A Outra Companhia e responsável por ministrar a oficinas.

Para além de mostrar a poética do grupo, a oficina servirá como pesquisa para a dramaturgia do novo espetáculo d’A Outra Companhia de Teatro, que estreará em 2019, como resultado final do projeto ENXERGUE! ! sonhos, memórias e declarações d’A Outra Companhia.

De acordo com Luiz Antônio, a intenção é aproveitar a estrutura documental da atividade, que é baseada na parte de biografias, para levantar todas as questões relativas a dinâmica de grupo. “A oficina vai servir como intercâmbio com os artistas locais, para que possamos mapear a cena local. Queremos saber como eles se mantêm, como as relações são construídas, como surgem as obras, etc.”, pontua o artista.

“É um trabalho de enxergar, de reconhecimento como eles estão resistindo, para que isso possa servir de material para gente. Entendendo, é claro, as disparidades que existem no interior do estado. Queremos explorar as ideias de coletividade, resistência, criatividade, afetividade e a busca desses artistas por um profissionalismo, mesmo sem ter tantas ferramentas e possibilidades”, finaliza Luiz Antônio.

Ficha Técnica

Direção geral e artística: Luiz Antônio Sena Jr.

Produção executiva: Anderson Dantas e Roquildes Júnior

Assistência de Produção: Eddy Veríssimo

Produção Local: Nando Zâmbia (Alagoinhas) e Romildo Alves (Paulo Afonso)

Coordenação técnica: Luiz Buranga

Assistência Técnica: Israel Barretto

Assessoria de Imprensa: Theatre Comunicação

Design Gráfico: Diego Moreno

Registro Audiovisual: Rogério Vilaronga

Registro Fotográfico: Ton Schübber

Por Rafael Brito.

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