Os produtos da agricultura familiar baiana têm despertado o
interesse dos visitantes do Mesa São 2018, maior evento de gastronomia do
Brasil, realizado até este domingo (11), Memorial da América Latina, na capital
paulista. A forma de produção das cooperativas, que primam pela qualidade dos
produtos e o cuidado com o meio ambiente, chama a atenção de chefs de cozinha
nacionais e internacionais, nutricionistas, artistas, estudantes e o público em
geral.
Um dos destaques é a castanha de caju produzida por
agricultores familiares da Cooperativa da Cajucultura Familiar do Nordeste da
Bahia (Cooperacaju), do município Ribeira do Pombal, no semiárido baiano. A
Cooperacaju desenvolve um projeto de beneficiamento de amêndoas de castanha de
caju com base nos princípios da economia solidária e da sustentabilidade do
semiárido do nordeste da Bahia, com uma área de atuação que abrange 21
municípios, sendo sete unidades de beneficiamento.
De acordo com Elienai Trindade, da Cooperacaju, o sabor e a
crocância da castanha são apontados pelos consumidores do Mesa São Paulo como o
diferencial do produto. Ela explica que o diferencial do produto está na forma
do processamento da amêndoa a da castanha de caju. “A nossa castanha é
produzida de forma artesanal, em especial a natural. A amêndoa é cozida a vapor
a 80 graus, depois fica por 12 horas na estufa no processo de desidratação.
Isso assegura a qualidade, o teor dos nutrientes, não altera o sabor e mantem a
castanha crocante. Essa é a diferença uma vez que a maioria da castanha
existente no mercado é torrada”.
O cozinheiro Almir Oliveira, de Campo Grande, Moro Grosso do
Sul, destacou o processo de conservação da castanha. “É difícil de achar castanha
com essa qualidade e a preço justo. É impressionante. Espero comercializá-la em
breve, trabalho com a linha funcional e busco sempre produtos de qualidade”,
disse.
A união do palmito produzido pelos Produtores de Palmito do
Baixo Sul da Bahia (Coopalm) e o azeite de licor, da Cooperativa de Produção da
Região do Piemonte da Diamantina (Coopes), é outro destaque da agricultura
familiar baiana. “É uma explosão de
sabores. Eu não conhecia o azeite de licuri. Já havia provado na forma coquinho
e cozinhado com ele. Achei o azeite maravilhoso, muito parecido com o coco
babaçu, que temos lá no Norte”, descreveu a chef de cozinha Irina Cordeiro,
conhecida pela participação no programa de TV Masterchef Profissionais.
O americano Dan Strongn, expositor da mesa e um dos
coordenadores do Prêmio Queijo Brasil, revelou que não conhecia o azeite de
licuri. "Incrível! Porque realmente, aprofunda o sabor da pupunha. Ainda
tem o sabor de palmito, mas tem um sabor que lembra café, nozes, realmente,
delicioso, um palmito de qualidade".
Produtos
No evento, as cooperativas da agricultura familiar expõem os
produtos no estande localizado no Espaço Farofa, organizado pelo Governo do
Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR),
vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em parceria com a
Secretaria de Turismo (Setur). No local, os visitantes podem conhecer e
degustar beijus de coco, bananas chips, farinha de mandioca, licuri e
derivados, cafés especiais, amêndoas de castanha de caju, palmito e nibs de
cacau, entre outros.
Também estão expondo os produtos as cooperativas de Cafés
Especiais e Agropecuária de Piatã (Coopiatã), de Produtores Rurais de
Presidente Tancredo Neves (Coopatan), além do nibs de cacau produzido no
Assentamento Dois Riachões.
Foto: André Fofano/SDR.
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