“É mentira dizer que o Brasil prejudica os Estados Unidos.
Nosso comércio é vantajoso para eles. O que não vamos aceitar é ameaça e
chantagem”, afirmou Lula, diante de uma plateia que incluía lideranças
políticas e comunitárias. O presidente também aproveitou para reforçar que o
processo contra Bolsonaro é conduzido pelo Judiciário de forma independente,
rebatendo insinuações de perseguição política.
A tensão diplomática ganhou contornos mais amplos após o
cancelamento de reuniões bilaterais e a suspensão de vistos de ministros do
Supremo Tribunal Federal por parte do governo norte-americano. Para Lula, a
postura de Trump ameaça uma relação de mais de dois séculos entre os países e
pode transformar um histórico de cooperação em um cenário de “perde-perde” para
ambas as nações.
Analistas avaliam que o embate vai além das tarifas e
reflete uma disputa por protagonismo geopolítico. Enquanto Trump acena para sua
base interna com medidas duras contra parceiros comerciais, Lula busca projetar
o Brasil como ator soberano, disposto a negociar, mas sem abrir mão de sua
autonomia.
Nos bastidores, diplomatas brasileiros tentam reabrir canais
de diálogo, mas reconhecem que o clima é de incerteza. Para o Planalto, a
estratégia é manter a pressão pública e, ao mesmo tempo, explorar apoios no
Congresso e no setor empresarial norte-americano para reverter as tarifas.
Seja qual for o desfecho, o episódio já entrou para a lista
de momentos mais tensos da diplomacia recente e pode influenciar não apenas a
economia, mas também o tom da política externa brasileira nos próximos anos.
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