A notícia de que o Prefeito do
município de Canindé de São Francisco em Sergipe vai pedir a intervenção do
Estado pegou tão somente os menos avisados da situação financeira por que passa
a cidade.
Conhecida nacionalmente pelo
turismo, Canindé que antes vivia as margens do Velho Chico, como é conhecido
pelos ribeirinhos o Rio São Francisco, teve que ser reconstruída pela CHESF –
Companhia Hidrelétrica do São Francisco, quando da construção da Usina Xingó,
com capacidade instalada de 3.162,00 Mega Watts, sendo a maior da empresa.
A nova Canindé nasceu com uma
receita mensal turbinada pela arrecadação do ICMS – Imposto sobre a Circulação
de Mercadorias e Prestação de Serviços, chegando a ser a segunda arrecadação do
estado, só perdendo para a capital, Aracaju. Acrescido a isto, a CHESF ainda
paga o royaute pela área inundada e utilização das águas. O que levou, nos
tempos de fartura, a uma arrecadação mensal de R$ 22.000.000,00 (vinte e dois
milhões de reais mensais).
Com tanto dinheiro no caixa, e
pouco planejamento para estruturação da cidade pensando o futuro. Salários
foram aumentados de forma que criaram na cidade os Marajás do serviço público.
São pessoas que ganham, desproporcionalmente ao que recebe a maioria, valores
muito altos. Impactando a folha.
Com a retomada do modelo de
concessões e a renovação dos contratos de concessão das usinas, distribuidoras
e transmissoras, feito no governo da Presidenta Dilma Roussef, que barateou o custo
da geração, e com os reservatórios com seus níveis abaixo da expectativa, hoje
os geradores estão fazendo revezamento para não ficarem todos parados. E o
impacto foi grande na economia, antes farta, agora em declínio. No último mês,
não ultrapassou os R$ 6.000.000,00 (seis milhões mensais).
Com receita pequena e despesas
enormes, o atual prefeito, Ednaldo da Farmácia, todos os meses tem que escolher
a quem vai deixar de pagar. Se ficam de fora a empresa do lixo, a cidade será
inundada por sujeira jogada nas ruas. Se não paga os Carros Pipas, os moradores
da zona rural ficam sem água para o consumo, se não paga os transportes
escolares, a grande maioria dos estudantes não vão ter como chegar as escolas.
Isto são só alguns exemplos do grande problema que ele tem nas mãos. E ainda
tem os funcionários, que sem receber salários paralisaram os trabalhos,
impactando diretamente na prestação de serviços a toda a população.
O que se pergunta agora é, se
for colocado mesmo em prática o plano de intervenção no município, qual será
esse tempo e o que poderá acontecer? De uma coisa ninguém tem dúvidas, haverá
demissões ou redução dos salários, já que os gastos com a folha de pagamentos
já ultrapassam o que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal que limita
esses gastos pelo gestor municipal.
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