A esquerda burra e irresponsável nas redes sociais

É evidente que as redes sociais no Brasil se tornaram um campo de batalha ideológica, onde a extrema-direita tem levado a melhor sobre a esquerda, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade de engajamento. A extrema-direita tem usado as redes sociais como uma arma para disseminar suas mentiras, seus ódios e seus interesses, contando com uma rede de influenciadores digitais, robôs e financiadores que garantem sua hegemonia no debate público.

Diante desse cenário, qual tem sido a postura da esquerda nas redes sociais? Infelizmente, muitos que se dizem de esquerda têm agido de forma burra e irresponsável, contribuindo para o fortalecimento da extrema-direita. Em vez de produzir conteúdos originais, críticos e educativos, que mostrem a realidade do país e do mundo sob uma perspectiva progressista, muitos se limitam a repercutir as postagens da extrema-direita, seja para criticá-las, seja para ironizá-las, seja para se indignar com elas em busca de engajamentos em suas postagens.

O que esses esquerdistas não percebem é que, ao fazerem isso, estão dando mais visibilidade, mais audiência e mais legitimidade para a extrema-direita. Estão alimentando o monstro que querem combater. Estão caindo na armadilha que a extrema-direita montou para provocar e polarizar a opinião pública. Estão desperdiçando tempo e energia que poderiam ser usados para construir uma alternativa política e social para o país.

Não se trata de ignorar ou silenciar a extrema-direita, mas de enfrentá-la de forma inteligente e estratégica. Não se trata de se isolar ou se fechar em uma bolha, mas de dialogar e convencer os que estão em dúvida ou desinformados. Não se trata de se render ou se adaptar ao discurso da extrema-direita, mas de afirmar e defender os valores e os princípios da esquerda.

A esquerda precisa entender que as redes sociais são um espaço de disputa, mas também de formação. É preciso usar as redes sociais para informar, conscientizar e mobilizar as pessoas, para criar uma cultura política de resistência e de transformação. É preciso usar as redes sociais para divulgar as lutas, as propostas e as conquistas da esquerda, para mostrar que há um outro caminho possível e necessário para o Brasil. É preciso usar as redes sociais para fazer política, e não para buscar engajamentos e cliques.

 

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