"Regionalizar a assistência materno-infantil de alta
qualidade é um compromisso do Governo da Bahia. Nos últimos 8 anos, a Secretaria
da Saúde (Sesab) investiu R$ 165 milhões na ampliação da assistência
materno-infantil para casos de média e alta complexidade. Esse dinheiro foi
aplicado em novos hospitais pediátricos e maternidades que levam a mais baianos
e baianas atendimento especializado para tratamentos, internações, cirurgias,
partos, entre outros serviços que antes não eram ofertados em todas as regiões
do estado. Só entre 2021 e 2022, além do Materno-Infantil de Ilhéus, foram
entregues três novos equipamentos de saúde em Jequié, Seabra e Salvador, além
da requalificação da rede estadual já existente", destaca a atual titular
da pasta, Adélia Pinheiro.
O HMIJS atende às regiões de Ilhéus e Valença, no baixo-sul, totalizando 20 municípios do interior baiano. No entanto, a unidade já acolheu gestantes e bebês de 89 municípios da federação, sendo 69 da Bahia e 20 de outros estados, a exemplo do Espírito Santo, Pernambuco, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Maranhão. Os boletins estatísticos do hospital apontam para a realização de mais de 30 mil exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Já o número de consultas e atendimentos ambulatoriais ultrapassou a marca de 2.200. O número de recém-nascidos atendidos e internados na UTI Neonatal foi de 220.
UTI Pediátrica
Já em funcionamento, sob regulação, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica tem o perfil clínico, sendo composta por uma equipe multiprofissional com médicos intensivistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e fonoaudiólogos e, dentre as especialidades oferecidas, estão neuropediatria, gastropediatria e nefrologia infantil.
Cuidados e humanização no atendimento
Das crianças nascidas no Hospital Infantil, 98% realizaram testes da triagem neonatal, a exemplo do teste do Pezinho, Linguinha, Ouvido e Coração. Todos estes são métodos para detecção precoce de doenças nos recém-nascidos e oportuniza ágeis intervenções para a continuidade do cuidado após a alta na maternidade. Na Unidade Interligada do Cartório de Registro Civil, instalada na unidade, foram emitidas 1.110 certidões de Nascimento gratuitas até o último dia 30. Todos os bebês também saíram da unidade com o Cadastro de Pessoa Física (CPF).
No período de um ano, diversas campanhas de humanização no atendimento foram colocadas em prática pela equipe gestora, a exemplo do Polvo Terapêutico – brinquedo de crochê, cujo objetivo é melhorar a frequência cardíaca e o índice de saturação de oxigênio nos bebês internados na UTI Neo. Outra iniciativa da equipe de humanização é a implantação da rede adaptada ao tamanho do paciente dentro da incubadora, que ajuda a criança a adquirir uma posição mais confortável, simulando a posição intrauterina. Cursos de arteterapia e experiências com aromaterapia também foram disponibilizados às puérperas cujos filhos permaneceram internados.
Visitas guiadas apresentam, semanalmente, a estrutura do
hospital às gestantes, com explicações sobre as possibilidades e condições
oferecidas para o parto. Palestras sobre controle de natalidade ou até mesmo da
convivência diária para as mães que aguardam a alta hospitalar são
permanentemente realizadas. Vacinas e acompanhamentos de pré-natal de alto
risco são feitos no ambulatório da unidade.
Consciência Ambiental
Situado em uma região referência da Mata Atlântica brasileira, o Hospital estabeleceu parcerias em defesa da sustentabilidade. Em 60 dias de campanha, mais de 500 mudas de pau-brasil foram doadas às crianças nascidas na instituição. Muitas deram o feedback com registros das plantações feitas nos quintais das residências. A campanha teve como objetivo sensibilizar os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para a importância da valorização da vida e defesa do meio ambiente. A iniciativa uniu o projeto de extensão do Horto-Florestal, desenvolvido pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) numa parceria com a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS), gestora do hospital.
Recentemente, a FESF e a Cooperativa de Catadores
Consciência Limpa (Coolimpa) assinaram um termo de cooperação e parceria
visando o desenvolvimento de um programa de coleta seletiva para fins de
reciclagem dos resíduos sólidos produzidos pelo hospital.
Educação profissional voltada ao indígena
Para fomentar os processos de formação da educação dos profissionais e de trabalhadores da saúde, o hospital incorporou à suas ações uma parceria com a Escola de Saúde Pública do Estado da Bahia para o recebimento de discentes provenientes das Universidades da região, na qual estudantes de duas ou mais profissões ou escolas distintas, trocam experiências e aprimoram a colaboração e qualidade dos cuidados e serviços.
O próximo passo a ser dado é transformar o HMIJS na primeira maternidade da Bahia a elaborar um plano de ação para a execução de um programa de incentivo da atenção especializada para os povos indígenas do estado. O HMIJS já atende, por mês, em média, 60 gestantes que se autodeclaram indígenas. Com a iniciativa, o atendimento ganhará qualificação na prestação do serviço, respeitando contextos interculturais, cuidados tradicionais e a presença de atividades de educação permanente nas aldeias, dentre outros importantes eixos, conforme previsto em Portaria do Ministério da Saúde. Na Bahia, existem 35 mil indígenas, de 20 etnias, distribuídos em mais de 130 aldeias. Juntos, eles representam 0,5% da população indígena do Brasil.
Em um ano de atividade, o HMIJS ainda é uma criança. Mas já proporciona ações inovadoras em uma região da Bahia que antes era carente de um modelo de serviço totalmente público, acolhedor e humanizado. Neste 1 ano, o ritmo pareceu único. Um ritmo que pede que o tempo não pare e que a vida seja o maior sentido dessa história que está apenas começando.
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