I Feira Literária de Canudos acontece em novembro e exalta memória da histórica cidade



Canudos, a emblemática cidade do sertão baiano por duas vezes já destruída e reconstruída, entra, em 2019, no circuito de eventos gratuitos que combinam literatura com outras artes e ajudam a popularizar o acesso à cultura. A primeira Feira Literária de Canudos (Flican) vai acontecer de 21 a 24 de novembro e oferecerá uma programação variada para todas as idades, ocupando locais considerados icônicos, como o Parque Estadual de Canudos, o Instituto Popular Memorial de Canudos e o Memorial Antônio Conselheiro o Mirante do Conselheiro. Outros pontos foram montados especialmente para ocasião, a exemplo das tendas culturais e dos espaços Edivaldo Boaventura e José Calasans.

Durante a feira, haverá conferência, mesas de conversa, concerto lítero-musical, lançamento de livros, contação de histórias, oficinas pedagógicas, intervenções artísticas, visitas guiadas, teatro, exposições, filmes e shows, que terão como pano de fundo a história do lugar e a cultura sertaneja. A programação completa está disponível no site.

Como não podia ser diferente, a edição de estreia homenageará Antônio Conselheiro e Euclides da Cunha, principais personalidades conhecidas do público quando se trata da Guerra de Canudos, acontecimento que marcou a história nacional e completou, recentemente, 122 anos de seu desfecho. Dentre as atividades mais esperadas, estudiosos e autores abordarão diferentes e relevantes aspectos relacionados ao conflito, tema também presente nas ações educativas realizadas em parceria com escolas públicas da região. Outros destaques serão a Flicanzinha, com uma grade especialmente voltada para o público infantil, e as exposições de fotos e objetos da época da guerra.

Toda a movimentação cultural promovida pelo evento vai refletir ainda na economia local, que será impactada com o aumento do fluxo turístico, impulsionando os setores de alimentação, comércio e hospedagem. Com o capital simbólico e o amplo repertório de manifestações artístico-culturais do território, especialmente aquelas relacionadas à literatura, a expectativa é que o evento se consolide e favoreça ainda mais a região, como esclarece o curador Luiz Paulo Neiva.

“Canudos já merecia uma feira literária há muito tempo e um evento como esse também movimenta a economia de um local onde o turismo ainda é pouco explorado, mas que tem muito potencial. A cidade e a região precisam de muitos outros. É uma janela que se abre para a geração de emprego e renda em diversas áreas. Aqui o público vai encontrar uma programação rica, com forte compromisso de preservação da memória e da história desse lugar e valorização do que tem de melhor na nossa cultura regional. Esperamos cerca de centenas de visitantes nos quatro dias, que terão oportunidades únicas de entrar em contato com pesquisadores renomados e artistas consagrados”.

A realidade atual no estado contribui para essa perspectiva. O número de feiras, festas e festivais envolvendo literatura e outras expressões artísticas não para de crescer nos últimos anos. Somente para 2020, a Secretaria de Cultura do Estado já anunciou apoio a 25 eventos com esse modelo, em diferentes regiões. “O Sertão vai virar arte” é o tema dessa Flican, uma realização do Campus Avançado de Canudos da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que já desenvolve um longo trabalho de preservação da memória do lugar.

O evento ainda conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Canudos, das secretarias estaduais de Educação, Cultura, Justiça e Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, bem como, da Fundação Pedro Calmon, da Universidade do Sudoeste da Bahia, da Universidade Católica de Salvador (Ucsal), do Centro de Estudos Euclydes da Cunha e do Instituto Popular Memorial de Canudos (IPMC).

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