O velório de José Carlos Teixeira trouxe a memória o mais
famoso discurso já escrito pelo autor inglês, Willian Shakespeare, e que foi
proferido por Marco Antônio na Roma antiga durante o funeral de Júlio César.
Para quem já teve a oportunidade de ler, ver no cinema onde foi interpretado
pelo ator Marlon Brando.
Antes de falarmos do discurso de Marcélio Bomfim, que
transformou o ex-governador Jackson Barreto no maior traidor da história política
do estado, vamos entender melhor, o que aconteceu com César. Assassinato por
Brutus, por pura inveja, a população da época tinha aceitado muito bem o
ocorrido, já que a explicação dada por seus autores foi a de que César estava
prestes a dar um golpe e se autonomear Rei, e Roma não aceitava tamanha ousadia
política. Ele foi traído por Brutus e
Cassius.
Inconformado pela traição de Brutus e Cassius, Marco Antônio
pede para ser a pessoa que faria o discurso de despedida de César. Este foi o
grande erro dos senadores daqueles dias, falaria um dos mais brilhantes
oradores de todos os tempos. Ele começou fazendo críticas ao morto e declara
que Brutus é um homem honrado. Essa estrutura verbal conseguiu chamar a atenção
de todos, e era visto que ele pretendia. Para depois falar da grandeza, lealdade
e do amor que César tinha pelo povo de Roma, pouco a pouco Marco Antônio
consegue mudar o estado de espírito da massa voltando-a contra os assassinos de
César. Ao final ele, a imagem de quem antes era “odiado” pelo povo, recebe o
beneplácito e é aplaudido pelos
presentes.
"O mal que os homens fazem sobrevive depois deles. O
bem é quase sempre enterrado com seus ossos." Marco Antônio.
Voltando ao velório de José Carlos, percebemos que Marcélio,
também, esperou o momento certo para colar em Jackson Barreto a pecha de
traidor. Na oportunidade ele relembrou aos presentes os bastidores da eleição
de 1986. Muitos, segundo o autor do discurso, foram os que traíram Teixeira
naquele ano. Antes ajudados pelo morto,
que inclusive teria usado de sua influência para que muitos não tenham sido
presos, torturados e mortos pela ditadura.
Olhando para Jackson, ele pediu perdão, reconheceu que errou
e que Sergipe, possivelmente, seria hoje um Estado mais bem desenvolvido se
toda a “turma” não tivesse traído José Carlos Teixeira. O orador citou
nominalmente o nome de várias pessoas e algumas, com Jackson Barreto, estavam
presentes.
Constrangido e de cara amarrada, Jackson “O Traidor”, que
estava ao lado à beira do tumulo, se retirou visivelmente irritado. Após o enterro,
muitos dos presentes cobraram o não pedido de perdão por parte de Jackson
Barreto naquele momento.
Pré-candidato ao Senado Federal este ano, Jackson é conhecido
por fazer acusações a adversários em programas de rádios e através da imprensa
escrita. Como diria o personagem Chaves, ele só não contava com a astúcia de Marcélio
Bomfim.
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