A frase de Rui Costa, que já foi governador da Bahia e conhece como poucos os bastidores da política local, soa como um abraço cordial seguido de um tapinha nas costas com luva de pelica. Afinal, Neto até que coleciona vitórias, mas só nas pesquisas prévias e nos discursos inflamados. Quando chega o dia da eleição, o povo baiano parece ter memória de elefante e coração de dendê, quente, forte e com sabor popular.
O curioso é que, mesmo derrotado, ACM Neto continua sendo
tratado como protagonista, talvez por insistência própria ou por uma imprensa
que ainda acredita no milagre da ressurreição eleitoral. Rui Costa, com sua
frase, parece ter oferecido um prêmio de consolação que é uma vitória
simbólica, talvez no campo das ideias, ou quem sabe no universo paralelo onde
Neto sempre vence, mas só até que os votos sejam contados.
A ironia fina do ministro revela uma nova fase da política
baiana, onde o jogo é jogado com inteligência e um toque de sarcasmo. Rui Costa
não precisou citar diretamente as derrotas de ACM Neto, elas já são parte do
folclore eleitoral do estado. Mas ao dizer que “todos vencem”, ele entrega um
recado claro de que há espaço para todos, inclusive para quem só vence no
imaginário.
Enquanto isso, Neto segue firme, talvez já preparando o
discurso da próxima derrota. Porque se tem algo que ele nunca perde, é a
esperança, e, claro, a capacidade de perder com estilo.
E assim, todos vencem. Uns nas urnas, outros nos memes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário