O secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, anunciou
nesta segunda-feira (4) o encaminhamento de uma nova Política Estadual de
Atenção Integral à Saúde do Paciente com Albinismo. Os compromissos foram
firmados em Salvador, durante encontro com a perita sobre albinismo do Conselho
de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Ikponwosa Ero, e a
representante do Alto Comissariado da ONU, Alive Dehsebein.
Com o objetivo de prevenir o câncer de pele e a cegueira em
pessoas com albinismo, a partir de 2020,
a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) fará a aquisição e
distribuição de protetores solares, bem como ofertará serviços de triagem nas
especialidades de oftalmologia e dermatologia em todas as policlínicas
regionais de saúde.
De acordo com o secretário, o Governador Rui Costa tem
buscado o aperfeiçoamento contínuo das políticas públicas de saúde. No último
censo realizado em 2018, foram identificadas 600 pessoas com albinismo vivendo
em 133 municípios, sobretudo, em áreas rurais. "Temos muitos albinos sem
acompanhamento e, portanto, é preciso a qualificação de profissionais da
Atenção Básica a fim de diagnostica, fazer a notificação na vigilância como
doença não transmissível e iniciar o tratamento adequado", afirma
Vilas-Boas.
A perita do Conselho de Direitos Humanos da ONU aponta que a
Bahia está no caminho certo. "As policlínicas são boas práticas de outros
países no atendimento a albinos, onde eles têm acesso a dermatologistas,
oftalmologistas e até aos dispositivos adaptativos, como óculos e
monóculos", ressalta Ikponwosa Ero, que estará no Brasil até o próximo
sábado e ainda visitará os estados de Alagoas, São Paulo e Distrito Federal.
"Escolhi dois países para visitar e conhecer as
experiências, que foram Fiji e o Brasil. Em ambos ainda há um problema de
acesso e, para alguns, é ainda pior devido a pobreza extrema e o caráter
afrodescendente. É preciso entender que o direito à saúde é o direito à vida,
mas também é o direito ao trabalho, pois ninguém quer contratar alguém que
esteja mutilado por uma doença", diz Ikponwosa Ero.
A representante do
Alto Comissariado da ONU, Alive Dehsebein, informou que será apresentado
um relatório global em março de 2021 sobre a questão do albinismo, com uma
série de recomendações para os países signatários.
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