A abertura do 30º Encontro Estadual do MST em Salvador,
nesta quarta-feira (10), foi marcada por debates políticos e por uma defesa
intransigente da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a
Presidência da República e a manutenção de Rui Costa como governador da Bahia
no pleito deste ano. Petistas e políticos de partidos de esquerda se reuniram
para tratar de estratégias e traçar metodologias para esse primeiro semestre.
Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), membro do movimento na Bahia,
a mobilização é nacional em defesa da democracia e de Lula. O parlamentar vai
acompanhar o julgamento do ex-presidente em Porto Alegre, no próximo dia 24 de
janeiro, e caravanas do MST de todo o país irão desembarcar no Sul. “Deram o
golpe na presidenta Dilma, retiraram os direitos da classe trabalhadora, agora
querem tirar o direito de Lula ser candidato, isso não podemos aceitar. A
direita não conseguiu unificar e apresentar até agora para a sociedade um nome
e aí querem tirar o direito de Lula ser candidato a presidente”, frisa.
Valmir diz que o MST tem 34 anos de construção e reafirmação
em defesa da reforma agrária, nesse período o movimento aprendeu que não basta
lutar só pela terra, mas também pelas transformações mais permanentes na sociedade.
Ele cita a Bahia como uma experiência vitoriosa do PT. “Teve os governos de
Wagner, que mudou a vida do povo pobre e agora Rui deve continuar com o
projeto, tem mostrado que é um excelente administrador. Mas nesse encontro aqui
do MST, além de política também vamos preparar o movimento para as ocupações de
terra, caminhadas, ocupações de órgãos públicos em defesa da democracia
brasileira, e preparar o movimento para no dia 7 de outubro nós podermos sagrar
Lula presidente de novo”, completa.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques
Wagner, também defendeu Lula e criticou setores do judiciário e da imprensa.
“Acho que está claro para a maioria população brasileira que a venda nos olhos
da justiça parece que tem um furo. Quando se trata do Lula toda rapidez e
obsessão para condenar, quando se trata de outros, mesmo com provas
contundentes - diferente do caso de Lula - fingem que não estão vendo e colocam
na gaveta. Isso acaba fazendo com que a população se aproxime mais do Lula. Eles
sentem que não há uma verdade, há uma injustiça, uma tentativa de interditar a
candidatura dele”, salienta. “Espero que o TRF4 recoloque as coisas no patamar
da justiça. Sem prova não adianta fazer especulação, senão a sensação da
população é que a gente vive numa terra sem lei”, completa.
Durante a tarde, a senadora e presidente do PT nacional,
Gleisi Hoffmann, esteve no encontro do MST e também defendeu Lula e informou
sobre a agenda em Porto Alegre, que começa no dia 22 com uma série de reuniões que
culmina com um ato, no dia 25, de ratificação da candidatura de Lula
independente do resultado da justiça gaúcha. “Dia 25 tem reunião ampliada do PT
para reafirmar a candidatura de Lula, independente da decisão da justiça. A
reunião do dia 25 é para ratificar que Lula será candidato e vamos para a
eleição para vencer”, frisa. O líder nacional do MST, João Pedro Stédile,
dividiu a mesa com a senadora Gleisi e também defendeu manifestações em todas
as capitais e cidades grandes do interior.
“Diante do cenário atual, os movimentos sociais, dentre eles
o MST, devem se mobilizar de todas as formas possíveis para impedir a prisão e
condenação de Lula, para isso devemos aumentar a concentração em Porto Alegre,
porém em cada capital o MST vai se mobilizar para fazer mobilizações na Rede
Globo e nos sinais do poder Judiciário, de forma pacífica fazer uma vigília,
levar faixa e dizer que nós estamos atentos, não queiram ter a prepotência de
prender o nosso líder, Lula, que simboliza a classe trabalhadora brasileira.
Nos municípios também vamos fazer isso, nos manifestar pacificamente, que é o
que nos garante a Constituição”, finaliza.
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