Agora é a ocasião especial

Não houve revelação sobrenatural. Nenhum sinal. Nenhum guru na timeline.

Foi apenas um dia comum em que nós acordamos e percebemos — com a lucidez de quem cansou de sobreviver — que estar vivos e com saúde já era mais do que suficiente.

Então fizemos um pacto silencioso:

parar de sair de casa como se estivéssemos indo resolver problemas, e não viver a própria existência.

Vestimos o que nos fazia sentir inteiros.

Não era terno, pois era domingo. Não era festa.

Era só uma roupa limpa, que respeitava nosso corpo e lembrava quem ainda somos por dentro, mesmo depois de tantos cansaços.

Saímos pela porta com a cabeça erguida.

Não havia plateia, e isso pouco importava.

O mundo não precisava nos aplaudir. Nós estávamos presentes.

E essa foi a grande virada:

Perceber que não se trata do que vestimos, mas de como escolhemos estar.

Não usamos mais as roupas de sempre.

Usamos presença. Decisão. Autenticidade.

Porque passamos anos guardando o melhor para ocasiões que nunca chegavam.

Esperando por convites, sinais ou permissão.

Hoje não esperamos mais.

Aprendemos que o agora é o único palco real.

E que a vida não manda avisos quando decide ser inesquecível.

Por isso, desde aquele dia, fizemos um trato:

– Não vestiremos pressa.

– Não usaremos desânimo como uniforme.

– Não sairemos mais para cumprir dias. Sairemos para honrá-los.

Se nos perguntarem para onde vamos assim — com brilho no olhar e dignidade no passo — responderemos, sem pressa:

“Vamos viver. E desta vez, vamos prontos.”

Por: Luciano Júnior.

Nenhum comentário: