Com o objetivo de mitigar e compensar os danos ambientais
causados pela implantação das estruturas do Projeto de Integração do Rio São
Francisco (PISF) e do Ramal do Agreste, o Núcleo de Ecologia e Monitoramento
Ambiental (NEMA) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)
desenvolveu modelos de nucleação e técnicas de implantação para a recuperação
de áreas degradadas e a preservação ambiental da Caatinga. Essas atividades
fazem parte do Plano Básico Ambiental-09 (PBA-09), Programa de Recuperação de
Áreas Degradadas (PRAD) executado juntamente ao Ministério do Desenvolvimento
Regional (MDR). Neste mês, foi finalizado o plantio de 44.664 mudas e a
semeadura de aproximadamente 3,6 toneladas de sementes em uma área total de
intervenção de mais 518 hectares.
Desde 2016, já foram plantadas 75.386 mudas e 5.943 kg de
sementes foram lançadas em cerca de 860 hectares de áreas de influência do
PISF. As ações do Ramal do Agreste iniciaram no final do ano passado e já
totalizam 2.639 mudas plantadas e cerca de 223 kg de sementes semeadas em
aproximadamente 28 hectares. Todas as mudas são identificadas através de
tombamento de plaquetas e cadastradas em sistema para monitoramento. É possível
ter o controle de onde veio cada lote, identificação botânica, região, idade,
porcentagem de germinação, floração e frutificação.
A produção das mudas necessárias para a realização dos
plantios acontece nos viveiros do NEMA, localizados em Sertânia (PE), Salgueiro
(PE) e Brejo Santo (CE). “Realizamos diversos procedimentos da maneira mais
orgânica possível para melhorar o crescimento e a taxa de sobrevivência das
mudas até o momento em que elas serão plantadas nas áreas selecionadas”,
explica o pesquisador responsável pelos viveiros, Jaison Eduvirgem.
Para incentivar viveiristas de municípios sob influência do
empreendimento a também produzirem mudas nativas para recuperação de áreas
degradadas, a Rede de Sementes do PISF, uma iniciativa do NEMA com apoio do
MDR, realiza doações de sementes a viveiros cadastrados no site. Desde o início
da execução dos plantios do PRAD, mais de 19 mil mudas de viveiristas parceiros
foram destinadas às áreas de recuperação, por meio da doação de sementes
realizada pela Rede a viveiros de estados como Pernambuco, Ceará e Paraíba.
“As doações de sementes, somadas às capacitações para
produção de mudas que realizamos, garantem parte das mudas necessárias ao
PBA-09 do PISF e Ramal do Agreste e proporcionam a possibilidade de um meio de
subsistência alternativo a muitos viveiristas. Além de contribuírem, de maneira
direta e indireta, para recuperar pequenas e grandes áreas de Caatinga
degradadas em suas cidades”, explica a pesquisadora do NEMA responsável pela
Rede de Sementes do PISF, Edjane Damasceno.
De acordo com o ecólogo do NEMA responsável pelo
gerenciamento das atividades do PBA-09, Fábio Socolowski, estão sendo
aperfeiçoados e criados novos modelos
com maior número de espécies e desenvolvidas novas técnicas de
implantação. “Essa evolução dos modelos e técnicas de implantação desenvolvidos
no NEMA, desde nossa primeira intervenção em 2016, propiciou uma maior
sobrevivência das mudas plantadas e também uma maior cobertura do solo. Além
disso, nossas atividades transcendem a melhora dos resultados em campo, pois
também incentivamos e qualificamos uma cadeia de produtores de mudas”,
ressalta.
Por: Karen Lima.
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