Juan Guaidó, essa figura melancólica, inaugurou a sina dos presidentes "autoproclamados" na América Latina.
É possível que, aqui ou alhures, dia desses um boneco desses acabe mesmo empossado, porque o absurdo político também é uma sina latino americana.
De Trujillo, que fazia presos políticos comer a carne dos filhos, a Stroessner, que estuprava meninas de 12 anos, semanalmente, todo tipo de criatura abjeta já foi testada no cargo de ditador, em nome do capital.
Guaidó, contudo, é um arranjo de última hora, um surto medíocre de criatividade diante do xadrez da Venezuela.
Lá, não foi possível levar adiante a estratégia do golpe parlamentar de base jurídico-midiática, levado a cabo com sucesso em Honduras, Paraguai e, mais recentemente, Brasil.
Também foi impossível impor aos venezuelanos a narrativa anticorrupção para minar a alma do chavismo, da maneira como foi feito no Brasil, em relação ao petismo. Maduro mantém, como legado de Chávez, uma base social consolidada e o controle sobre o Poder Judiciário e as Forças Armadas.
Restaram a arapuca manjada da ajuda humanitária e a inovação patética da presidência autoproclamada.
E ambas falharam.
Por Leandro Fortes.
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