Desabastecimento, mentiras e mercado financeiro.

Numa paralisação em uma empresa de tamanha visibilidade como a Petrobrás, a comunicação é um dos pontos em disputa. Pelas redes sociais, começaram a circular boatos de que a mobilização desabasteceria os postos de combustível, cenário que Gustavo Marsaioli julga quase que impossível.
“Na greve de 1995, soubemos que os distribuidores de gás fecharam estoques para poder lucrar com as histórias de filas de gás, colocar a culpa nos petroleiros e jogar a população contra nós. Depois descobriram que nunca faltou gás, até porque, a refinaria trabalha com estoques muito grandes e para ter impacto de desabastecer precisaria de muitos dias de greve”, explica.
Ele diz ainda que o combustível não deixou de ser vendido e estranha o pouco interesse da velha mídia. “Já tivemos movimentos de paralisação de 24 horas em que houve muito mais cobertura da mídia tradicional do que temos agora, com nove dias de greve”, enfatiza.
Aos trabalhadores, como o geógrafo e operador do HDT, Carlos Salazar, com 12 anos de Petrobras, cabe esclarecer justamente qual o papel e responsabilidade dos petroleiros na defesa de um dos maiores patrimônios do país.
“Os companheiros da greve de 1995 contam que no tempo do Fernando Henrique nem grama os caras cortavam aqui dentro, tamanho o sucateamento. E hoje trabalhamos numa condição de indústria de ponta, com alto padrão técnico de pessoal e de produção. É uma empresa que dá muito orgulho de trabalhar, porque fazemos parte do desenvolvimento do país. A gente escuta piadinha, pergunta se estamos participando da mordida e acho que é responsabilidade nossa, dos trabalhadores, da CUT e do PT, sobretudo, botar os pingos nos ‘is’, demonstrar claramente quem são as pessoas que comandaram esse processo e a coparticipação das empreiteiras, que sempre fizeram o que quiseram com o setor público do país”, define.

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