“E conhecerei a verdade e a
verdade voz libertará”. Está na Bíblia no livro de João, capitulo 8, versículo 32.
Nunca na história do Brasil o livro sagrado foi tão utilizado para justificar
mentiras como agora está sendo. É doloroso para Cristãos que veem o uso
incorreto das palavras do senhor.
E eu explico.
É que as milícias digitais,
abastecidas diretamente do Planalto central do Brasil, não estão preocupadas
com o que recebem diariamente em suas redes sociais, grupos ou diretamente em
seus celulares. Para essas pessoas, o pensamento crítico não existe. Elas
precisam, para se sentirem importantes e fortes, espalhar conteúdos independentemente
de serem verdadeiros ou não.
Vejamos o caso do óleo nas
praias do Nordeste. Assim que apareceram as primeiras manchas, o presidente
Jair Bolsonaro acusou a Venezuela de ser o responsável direto pelo desastre.
Foi a primeira senha para um ataque ensandecido ao país vizinho. E logo
apareceram postagens para ligar a acusação ao Fórum de São Paulo e a esquerda brasileira
como se, mesmo que fosse verdade, tivessem alguma responsabilidade.
Passados alguns dias e com a
chegada de mais óleo e a chagada dele em mais praias, a acusação mudou. O
governo acusou a Ong Greenpeace, grupo formado por ecologistas. Como se isso
fosse crível. Mais uma vez, a milícia virtual bolsonarista aceitou como
verdadeira a informação. O mais espantoso é a mudança em poucos dias de
narrativas diferentes para o mesmo assunto sem que eles consigam parar para
pensar. O navio da Venezuela foi deixado de lado como se nunca tivesse sido
noticiado por eles. Este é um fenômeno perturbador.
Muitos já se perguntam onde
erramos. Isto para questionar este tipo de gente que não consegue reconhecer que
cometeram um erro. Seja ao votar em Bolsonaro, seja para reconhecer que
propagam diariamente mentiras na rede de internet. Onde estavam esses milhões
de pessoas que não conseguimos perceber que existiam em nossa sociedade? E que
hoje estão fazendo do Brasil a piada mundial.
A última atualização da
notícia sobre o óleo é que teria, segundo o governo, sido um navio mercante de
bandeira Grega o Bouboulina o responsável pelo derramamento e poluição das
praias. Comprada rapidamente, pois precisam dar uma resposta urgente a
sociedade. Como anteriormente, os milicianos digitais aceitaram como verdadeira
a nova informação e, se quer, questionaram as outras duas soltadas
anteriormente.
Mas, a empresa proprietária do
navio, a Delta Tankers, já disse que não é a responsável pelo desastre. Ela
soltou nota informando que "pesquisa completa do material nas câmeras e
sensores que todos os seus navios carregam como parte de suas políticas de
segurança e ambientais", mostraria que nada de errado aconteceu durante o
percurso. E agora se estabelece uma disputa de narrativas. O governo terá que
provar o que diz. Enquanto isto, a verdade, seja no caso do óleo ou em qualquer
outro assunto que ligue o atual governo, a verdade é a que menos importa. O que
importa é a constante mobilização de seguidores que não pensem, mas que
repercutam o que o governo diz.
E como diz a letra da música dos
compositores, Compositores: Cruz, Da Gama, Farias e Rangel, cantada pela Banda
Cidade negra, nós vamos continuamos “a fim de saber a verdadeira verdade”. Seja
lá o que diz a Direita ou a esquerda política deste brasilzão de Meu Deus.
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