Maçãs produzidas no Vale do São Francisco chegarão ao mercado em 2016, afirma produtor.

Macieiras com dois anos de plantadas alcançaram uma média de produção de 40 toneladas por hectare no lote do agricultor André Pavesi, do perímetro Senador Nilo Coelho, em Petrolina, semiárido pernambucano. O desempenho é muito superior ao da média desse cultivo no sul do país, onde o clima mais frio e chuvoso favorece a fruta: lá, são de 12 a 15 toneladas por hectare ao ano, em média.
Pavesi é um dos produtores cujo lote está em área de cultivo experimental de projeto em parceria entre a Embrapa Semiárido e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para desenvolver, no Submédio São Francisco, cultivos alternativos como maçã, pera, caqui, cacau, rambutã.
“Acreditei no projeto e vejo que a região tem potencial produtivo. A maçã já tem seu processo consolidado. O plantio da fruta começa no próximo ano e em 2016 já teremos maçã nordestina do Vale do São Francisco no mercado”, aposta o produtor, um dos palestrantes do seminário Novas Frutíferas para o Semiárido Irrigado, que integrou a programação da 25ª Feira Nacional de Agricultura Irrigada (Fenagri), evento que vai até sábado (31) em Petrolina.
De cinco variedades testadas para o plantio da maçã nos perímetros irrigados da região do Vale do São Francisco, duas serão postas no mercado: eva e princesinha.
O seminário debateu as novas culturas que estão sendo testadas na área irrigada do Vale do São Francisco. Frutas como pera, maçã e caqui estão em processo final de experiência para tornar essas culturas viáveis comercialmente.
A diversificação de novas frutíferas para a região irrigada vem sendo testada em áreas do perímetro irrigado Nilo Coelho para o desenvolvimento da experiência. Uma dessas áreas pertence a Pavesi, agricultor e engenheiro agrônomo, 50 anos, sendo 30 dedicados a produzir no Vale do São Francisco.
Pavesi tem um lote empresarial com 60 hectares produzindo uva e manga. Desde 2011, ele cultiva meio hectare de maçã e meio hectare de pera dentro do projeto de viabilização das novas culturas para a região.
De acordo com os testes, a melhor época para a colheita da maçã ficará entre agosto e setembro. Por isso, nessa terceira safra da experiência, será feita a antecipação da colheita diferente das primeiras safras em que foram colhidas nos meses de novembro e dezembro. “Mesmo tendo a concorrência de outras regiões produtoras, é nesse período que descobrimos uma melhor qualidade da fruta”, explicou André Pavesi.
Outro grande entusiasta da nova fase da fruticultura regional do polo Petrolina-Juazeiro é o produtor Milton Bin, que também tem área testada com pera, maçã e caqui. Milton também falou com entusiasmo das novas frutíferas para uma plateia formada por profissionais da área, pesquisadores e estudantes. Ele acredita que o caqui é considerado a mais exótica para a região, das culturas em experiência, e deverá ser a que agradará mais o gosto local.
“Temos que buscar as novas potencialidades para a região. A uva e a manga já estão consolidadas e, no caso do caqui, acredito que cairá no gosto da população”, frisou Milton, que planta em área irrigada do Nilo Coelho e que pretende levar a experiência para uma área do perímetro Salitre, em Juazeiro (BA), perímetro também implantado e gerido pela Codevasf.

Outro entusiasta também do perímetro Nilo Coelho é o produtor Hiroto Yukihare que, além de disponibilizar um espaço de seu lote para os experimentos da Embrapa, ele resolveu apostar também nas novas potencialidades por conta própria. “Tenho um hectare com pera e outros dois que estou utilizando fora da parceria com a Embrapa por acreditar que as novas culturas serão viáveis em nossa região”, contou durante o seminário.

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