CARTA ABERTA “Justiça e paz se abraçarão” (Salmo 85,11).

Nós, religiosos agostinianos do Vicariato Nossa Senhora da Consolação do Brasil ,–Ordem de Santo Agostinho, com sede em Belo Horizonte, como seguidores de Jesus de Nazaré, no caminho espiritual de Santo Agostinho que, no livro “A Cidade de Deus”, refletiu sobre os acontecimentos políticos de seu tempo à luz da fé, queremos demonstrar nossa  apreensão, preocupações e esperanças diante da situação sócio-política  que atravessa nosso país.
Nossa apreensão fundamenta-se na dificuldade de compreender como as conquistas alcançadas na sociedade brasileira nos últimos anos  não são consideradas ou até menosprezadas no momento atual. Entre as conquistas podem-se destacar: o avanço do processo democrático, a diminuição do índice de pobreza, o crescimento econômico no grupo de países emergentes, os avanços nas questões de gênero, na educação, na moradia, entre outras.
As manifestações de ódio, violência e intolerância que setores  da sociedade brasileira e a maioria dos meios de comunicação tem insuflado na população, não podem  ser aceitas, sob o risco de prejudicar as conquistas  e provocar a desestabilização do país.
Esse quadro justifica  nossas preocupações . Não se pode aceitar a “partidarização da justiça”, a “judicialização da política” e “a espetacularização das ações judiciais”.
Combater a corrupção é um imperativo ético. A corrupção destrói a vida das nações e de qualquer agrupamento humano. Mas não é isso o que ocorre no país neste momento. O que temos visto é o combate  de forma seletiva, destacando apenas  a corrupção de um determinado grupo. Nós queremos que o combate seja equânime, que alcance a corrupção em todos os níveis e de todos os grupos.
Ninguém está por cima da Constituição, se ela for desrespeitada corremos o risco de voltar aos tempos totalitários da ditadura. Nenhum dos poderes pode desrespeitá-la . Se  o  Judiciário, o Executivo ou  o Legislativo o fizerem é o fim do Estado de Direito.
Apesar dessa preocupante situação, com esperança queremos seguir acreditando e apoiando as conquistas democráticas feitas, e as que deverão ser realizadas nas áreas: agrária, tributária, política e sanitária.
Iluminados pela fé e pela esperança ativa e solidária  pensamos que é preciso   seguir sendo sementeira de um “mundo onde caibam todos” e um “mundo de muitos mundos, onde justiça e paz se abraçarão.
Ao Deus da Vida de todos e de tudo, que toma partido a favor dos mais vulneráveis e perseguidos, pertence a vitória Pascal. Seja Ele nosso guia.
 
​​​​Belo Horizonte 10 de abril de 2016

Codevasf em Juazeiro intensifica campanha contra o Aedes Aegypti.

A superintendência regional da Codevasf em Juazeiro (BA), em parceria com a  direção do Colégio Democrático Estadual Professora Florentina Alves dos Santos - CODEFAS, intensificou as ações da campanha deflagrada pelo governo federal em todo o país contra a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, com o objetivo de combater a dengue, a chikungunya e o zika vírus.
Para marcar a passagem do dia mundial da Saúde (07), a direção da escola promoveu na noite da quarta-feira (06) uma reunião de pais e mestres nas dependências da escola. Segundo o diretor da entidade, Josemar Rodrigues, "o objetivo foi promover a sensibilização a cerca da necessidade da união de todos no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus".
Durante o evento foram distribuídos alguns panfletos repassados pela assessoria regional de comunicação e promoção institucional da Codevasf  em Juazeiro, fornecidos pelo Ministério da Saúde, alusivos à campanha nacional. A programação incluiu ainda a apresentação de vídeos institucionais a respeito do tema, e uma posterior discussão sobre as maneiras de combater a proliferação do mosquito causador das doenças.
Segundo o diretor Josemar Rodrigues, "tais eventos são importantes e necessários, pois entendemos que a escola, enquanto instituição, deve sempre estar envolvida em questões de suma importância como esta. Com a ação, esperamos que os alunos e pais possam pulverizar as informações em suas comunidades, colaborando assim para com o sucesso da campanha".

O CODEFAS é uma instituição de ensino médio que atende a mais de 800 alunos do bairro de Piranga, na zona leste da cidade, próximo à sede da superintendência regional da Codevasf. Outra instituição,  localizada no mesmo bairro, o Colégio Estadual Jutahy Magalhães, também está inserido nesta parceria. Ele atende mais de 470 alunos do ensino fundamental (séries finais) e cerca de 245 integrantes do ensino médio. A coordenadora da campanha no Jutahy é a professora Elba Maria Campos Loureiro.

Ocupa São Paulo começou hoje.

ATENÇÂO! URGENTE!
Movimentos sociais (SEM TETO, SEM TERRA, CUT, CTB etc) vão ocupar AGORA a Praça do Patriarca, no centro de São Paulo e montar o acampamento de resistência ao golpe e de esclarecimento da população.
A Praça do Patriarca está sendo ocupada INDEFINIDAMENTE.
Os manifestantes estão pedindo para apoiadores que tragam água, alimentos não-perecíveis de consumo imediato (biscoitos, por exemplo).
Está sendo montado agora!!!
Vai haver barracas de estrutura, faixas de protesto, fogão, banheiro químico, seguranças...
A inauguração foi hoje às 19h com uma palestra sobre o golpe de 64. E depois  começaram a ser montadas as barracas para o pernoite!
A única possibilidade desse acampamento se tornar o maior pólo da resistência em SP e se manter pelo tempo que for necessário até barrarmos de vez com o golpe será se a militância apoiar e ajudar com o que puderem!
Os movimentos fizeram uma escala de pernoite. Alguém poderia pernoitar no acampamento no Patriarca nessa quarta (pelo menos)?
Para hoje, precisamos que todos que puderem compareçam e divulguem a inauguração do acampamento, e QUEM TIVER BARRACA, POR FAVOR, EMPRESTE PARA NÓS!
Faremos um cadastro para devolver depois!!!
E quem puder trazer uma água ou um biscoito, agradecemos tb!
RESISTÊNCIA!!!
NÃO VAI TER GOLPE!!!"
DIVULGUE! APÓIE!

Lula é o único que pode reunificar o Brasil.

O país saiu dividido das eleições, em que o mais significativo – e quase decisivo – foi o fato de que a oposição conseguiu captar uma parte importante do voto popular, beneficiário dos programas sociais do governo. Além disso, pela primeira vez um presidente foi eleito no Brasil com a oposição de praticamente a totalidade do grande empresariado, isto é, numa sociedade capitalista, o capital se choca com a oposição majoritária da população, que seguiu preferindo o modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda. 

O governo só fez a leitura das condições de desequilíbrio das contas publicas que ele herdava do seu próprio primeiro mandato, resultado do erro de ter promovido isenções e subsídios sem ter cobrado contrapartida das grandes empresas que as recebiam. Não levou em conta que o objetivo principal da esquerda é conquistar de volta o popular.

Além de que a virada da situação internacional também contribuiu para a extensão da estagnação econômica do primeiro mandato, que o próprio governo transformou em recessão, com seu infeliz ajuste fiscal, que fez recair sobre os trabalhadores e não sobre os responsáveis pelos desequilíbrios, o ônus da crise.

A direita se aproveitou de um governo enfraquecido de apoio popular, que puxou o  próprio tapete sob os seus próprios pés, com o ajuste e alienou o apoio dos que o haviam reeleito, na busca infrutífera de apoio do mercado. O governo acabou sem um e sem outro, quase que suspenso no ar, isolado social e politicamente.

A divisão do pais se tornou fratura, conforme a direita – mídia, partidos, grande empresariado, setores do Judiciário e da Policia Federal – promoveram uma política de ódio ao governo, ao Lula e ao PT, e arrastaram setores significativos da classe media e da burguesia nessa campanha. Note-se que os setores populares que votaram pelo candidato da direita não se deixaram arrastar nesse ódio. Embora não apoiem o governo, não encontram nas lideranças de direita seu dirigentes.

As propostas de saída da crise por parte da oposição são todas conservadoras. Algumas apenas aprofundam o equivocado e ineficiente ajuste fiscal do governo, apontando de maneira mais direta com vingança dura contra os setores populares beneficiários das políticas do governo. Se aprofundaria a fratura social e política no pais, com perspectivas de instabilidades muito maiores que as atuais, com enfrentamentos abertos de classe.

Não somente não haveria retomada do crescimento econômico, porque o aprofundamento do ajuste intensificaria a recessão, como a fratura social seria ainda mais profunda e a democracia seria profundamente afetada, porque a direita, sem legitimidade popular, usaria a repressão contra os movimentos populares e qualquer forma de reivindicação que afetasse sua política de exclusão social e de reconcentração de renda.

Nessa condições, a única política que pode reunificar o pais é a de retomada do desenvolvimento com distribuição de renda, que gozaria de amplo apoio popular e poderia incorporar os empresários interessados na expansão produtiva da economia e até mesmo setores do capital financeiro, que se disponham a ajudar a financiar o crescimento econômico mediante créditos para o investimento, para o consumo e para a pesquisa.

A única liderança com credibilidade com o povo e com dialogo com o empresariado é a do Lula, como ele ja demonstrou nos seus dois mandatos de governo, que representaram o momento mais feliz e virtuoso de crescimento e combate às desigualdades que tivemos até aqui na nossa historia. Sua capacidade de agregação faz dele o único líder politico capaz de recompor a unidade do pais em torno de um projeto de futuro, de progresso, de reunificação social e política.

Por isso a direita, que não se interessa que o pais avance nessa direção, tenta projetar uma imagem negativa, odiosa, do Lula, tenta criminaliza-lo, tira-lo da vida política. Exatamente porque conhece esse formidável potencial do Lula, que ao reaparecer aos olhos da grande massa da população depois da frustrada tentativa de detê-lo, ressurge como a esperança de que o Brasil volte a ser um pais que progride, gera empregos, se projeta de forma extraordinária no mundo, recomponha o dialogo no debate politico, reconquista o apoio popular de que só o Lula pode deter. Só Lula pode reunificar o Brasil, condição da saída democrática da crise atual.
Por Emir Sader.

"Eu estou protegendo você, seu filho da puta".

Eu estou protegendo você, seu filho da puta! (por Ayrton Centeno)

Ayrton Centeno

— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
Dita no calor da hora, a frase dura de um possesso Ciro Gomes carrega um desaforo dos mais evidentes, tradicionais e utilizados para aquele momento em que a temperatura sobe e a cusparada retórica se projeta com sua missão de destratar.  Era madrugada do dia 17 e um grupelho de jovens ululantes e disfuncionais fazia barulho diante da casa do ex-governador e ex-ministro de Itamar e Lula.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
Mas, no caso, o mais importante não é o insulto saído da boca de um político notório pelo temperamento explosivo. Junto, traz um ensinamento sábio. Com sua validade confirmada pela história recente.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
A última vez que tal conselho deixou de ser ouvido custou 21 anos de ditadura ao Brasil.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
Em 1964, no momento em que articulava o golpe contra Jango, o arquiconspirador Carlos Lacerda desconsiderou a possibilidade de reversão do que urdia. Embora sagaz, não imaginou que a usurpação de um presidente eleito, que parecia abrir-lhe o caminho para a presidência, viesse a ser, como foi, o começo do fim de suas próprias ambições presidenciais. Aos 50 anos, vivia o auge de sua carreira. Foi preso e cassado pelos novos inquilinos do poder que ajudou a implantar. Morreria em 1977 sem recuperar seus direitos políticos. Provavelmente lamentaria não ter sido admoestado — antes da vitória que se transformaria em derrocada — por um adversário mais atrevido que lhe dissesse nas fuças:
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
Outro conspirador, Adhemar de Barros, também não ouviu a voz da razão. Ele e a mulher, Leonor,  puxaram a edição paulista da Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Também sonhava com o Planalto ao qual já fora duas vezes candidato. Seu problema era semelhante aos dos demais conjurados: falta de voto. Quando veio o golpe que pediu, Adhemar avisou: “Agora, caçaremos os comunistas por todos os lados do país”. Dono de cadeia de rádios e jornais que hoje compõem a Rede Bandeirantes, Adhemar levou uma rasteira do destino: foi caçado e cassado. A exemplo de Lacerda, morreu sem recuperar os direitos políticos.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
O mesmo aconteceu com parcela dos jornais embarcados na conspirata, caso do Correio da Manhã, o mais destemperado dos inimigos de Jango, que feneceu destroçado pela censura e a perseguição dos militares. Claro que isso não se aplica às Organizações Globo, que somente se viabilizaram como um dos maiores impérios de comunicação do mundo através de suas relações carnais com um governo de assassinos. Sem vacilar diante da mentira, quando o poder constitucional foi derrubado, O Globo proclamou na sua manchete de capa em 2 de abril de 1964: “Ressurge a democracia”. Para o Globo, a democracia golpeada era a ditadura, enquanto a ditadura que chegava era a democracia.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
Quando o golpe deu seus primeiros vagidos, a Ordem dos Advogados do Brasil, através de seu conselho federal, correu a embalar aquele sinistro berço de renda negra. Enalteceu “os homens responsáveis desta terra” que baniram “o mal das conjuras comuno-sindicalistas”. E, paradoxalmente, o estupro se dera “sob a égide intocável do Estado do Direito”. Sob a mesma égide e de tal estado, em 27 de agosto de 1980, uma carta-bomba na sede da Ordem matou a secretária Lyda Monteiro da Silva, de 59 anos. A carta era dirigida ao presidente do conselho federal da Ordem, Eduardo Seabra Fagundes. Ocorre que, após apoiar a implosão da Constituição, a OAB percebera seu erro. E mudara.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
O Supremo, para vergonha dos pósteros, agiu igual. Sob o pitoresco olhar do STF, tudo estava em seu lugar: o golpe era legítimo, a democracia estava preservada e a constituição idem. Seu presidente, Álvaro Moutinho da Costa, saudou o general Castello Branco em visita à corte. Porém, após o AI-5, três ministros, os mais independentes, foram aposentados compulsoriamente.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
Filha de coronel do Exército, a adolescente Sônia Moraes foi levada pelo pai e a mãe à versão carioca da marcha da família com deus pela liberdade.  Era 1964 e os Moraes festejavam a queda do governo constitucional.  O tempo passou, o regime mostrou seus dentes e Sônia desapareceu.  Engajara-se na luta armada contra a ditadura. Presa,  teve os seios arrancados e foi chacinada até a morte. Desesperado, o pai procuraria durante anos pela filha. Um dia recebeu um presente sem sentido, enviado pelo seu desafeto, o general Adyr Fiúza de Castro, comandante do DOI-Codi, no Rio. Era um cassetete da Polícia do Exército. Descobriria depois que aquilo representava uma advertência e um escárnio. Com aquele cassetete sua filha, Sônia Maria de Moraes Angel  Jones, fora estuprada antes de morrer em suplicio.
— Eu estou protegendo você, seu filho da puta!
Talvez da explosão de Ciro fique mais o destempero do que o aviso. Mas é este que conta e tudo resume. Não é o mandato de Dilma que está em jogo. Quando a comandante suprema das forças armadas é grampeada, o recado é sucinto:  ninguém está livre, hoje foi ela, amanhã serão vocês.  Por isso, a violência ilegal, absurda e flagrante que se abate sobre a atual e o ex-presidente é apenas  uma fachada. Atrás dela vem o estado de exceção. Quando diz ao aprendiz de fascista “Eu estou protegendo você, seu filho da puta!”, Ciro expressa o que acontece após a ruptura do Estado Democrático de Direito quando até o guarda da esquina sente-se investido de superpoderes.
Como imensos contingentes da militância golpista limitam seu vocabulário a meia dúzia de chavões e não sabem  bem o que estão fazendo ali e a História mostra que o que está acontecendo é somente um revival  dos  tempos de 1954 e de 1964, e tem muito a lhes ensinar, talvez a melhor resposta ao rancor não seja a de Ciro mas a do ministro Jaques Wagner. Aborrecido num restaurante com o glossário golpista de um cidadão que o importunava, reagiu de maneira sintética: “Vá estudar!” Estudo é uma arma de exterminar fascistas. E ainda poderemos dizer a quem seguir a sugestão: “Estamos protegendo você”.

Ayrton Centeno é jornalista.

A LIBERDADE É A REGRA CONSTITUCIONAL!

Toda investigação é sempre muito bem vinda. Ninguém no Estado Democrático de Direito está blindado ou  imune a investigação. Porém, é claro, não bastam indícios. Deve existir razoabilidade. Senão, a Polícia vira uma fábrica de inquéritos; violando o Princípio Fundamental da República: a Dignidade Humana!

Responda rápido: - Qual o delegado, promotor, procurador da República, juiz, desembargador, ministro ou general que gostaria que o seu filho ou filha fosse indiciado, vale dizer, sem indícios razoáveis? 

Por outras palavras, o inquérito não é nada quando é com os outros... Nada mais liberal quando conservador vai pra cadeia, né?

Vale lembrar que o inquérito é sigiloso(art.20 CPP). O ordenamento jurídico veda qualquer pirotecnia e efeitos midiáticos na apuração do fato criminoso. Até porque , após a entrevista e holofotes, o suspeito ou indiciado terá direito de exercer o contraditório? No senso comum, quando o delegado, promotor e procurador da República  emitem juízo de valor sobre determinado fato, passa a ser a “verdade”.  É o sofisma da autoridade!

A meu ver, também, não pode ser supostamente fato criminoso. Como assim?  Ora, não é  função constitucional da Polícia apurar as infrações penais? Isso está claro como a luz solar, consoante Constituição da República (art.144, § 1º, I e 144, § 4º) e art.4, do CPP.

No mesmo sentido, a denúncia conterá a exposição do fato criminoso e suas circunstâncias.(art.41 do CPP). O dolo tem que já  estar demonstrado por A + B, na peça acusatória.Não vale dizer: no decorrer da instrução criminal o MP provará a culpa. No processo penal constitucional  o réu é coisa sagrada. Tem direito de ficar calado ou de se justificar. De não ser torturado. Direito a não autoincriminação. De não produzir prova contra si mesmo.De não ser obrigado a delatar. 

Tem direito a presunção de inocência. Levamos séculos para sairmos das trevas. Do processo medieval. Da barbárie. Em  busca da razão.

Isso vale para todos!

Então, qual o sentido da condução coercitiva? Humilhar? Fazer espetáculo patético e inútil? Qual o sentido da prisão preventiva? Não quero dizer que ela é inconstitucional. Não é isso. 

MAS QUE A LIBERDADE É A REGRA CONSTITUCIONAL! A PRISÃO É A EXCEÇÃO DA EXCEÇÃO! (CF, art. 5º , LXVI)

Por outras palavras, havendo necessidade, SIM! Presentes os requisitos da cautelar, do art. 312 do CPP:  periculum libertatis,  ou seja, periculum in mora (PM), fumus boni iuris (FBI), prova do crime e indícios de autoria(PC). É só lembrar das 3 polícias: militar, FBI e civil... 

Insta ressaltar que o conceito de ordem pública é vago. É um conceito jurídico indeterminado. Em nome da ordem pública os nazistas massacraram os judeus. O poder sempre manipula o conceito de ordem pública a seu bel prazer. Clamor público? O que é? 

Aliás, o cidadão é conduzido debaixo de vara em nome da ordem pública. Hoje, faz com A, B ou C. Amanhã faz com você.Primeiro Francisco, depois Chico.

Trago à baila a frase do festejado jurista Lenio Streck: “Direito não pode ser produto de desejos, paixões e ideologias. Mas não pode mesmo.”

O Direito não é o que o juiz , o promotor, procurador da República ou delegado  querem que seja. É o que diz a lei e a Constituição!

O Ministério Público tem  a nobre missão de defesa da Constituição e  ordem jurídica. Não obstante,  nunca poderá também ser uma fábrica de denúncias. Não pode denunciar por desejo político.Por desejo de vingança ou justiçar. 

Tem que, sim, promover a Justiça!

 
Não se avança prendendo pra investigar, indiciando sem razoabilidade, denunciando sem  justa causa, isto é, sem um lastro probatório mínimo. 

Não se avança prendendo pra delatar!

Não se pode avançar na nossa recente e frágil democracia brasileira atropelando regras constitucionais. Sem o respeito às garantias constitucionais. Sem respeito aos direitos fundamentais. Ninguém está acima  da Lei Maior. É retrocesso. 

Barbárie!

Prende pra averiguar
Prende pra investigar
Prende pra Delatar
Prende pra minerar.

Prende pra intimidar
Prende pra matar
(Onde está Careli?  Cadê Amarildo?)

Prende pra torturar
Prende pela “ordem pública,
Prende nome da "comoção social"

Prende pra recuperar?
Prende pra socializar? 
Ou prende pra justiçar
e vingar?

Por Renata Ferraz.

Lava Jato sequestra documentos do Instituto Lula.

Durante a operação de busca e apreensão no Instituto Lula na última sexta-feira (4), a Polícia Federal exigiu, sob voz de prisão do técnico de informática, a senha do administrador das contas de e-mail @institutolula.org, o que não constava no mandado da justiça, que fazia referência apenas poucas contas de e-mail específicas.

Com a informação que receberam sem mandato, passaram a ser os únicos a poder criar e bloquear e-mails, além de terem acesso livre a todas as contas do Instituto Lula, indo muito além do mandado original expedido pelo juiz Sérgio Moro. 

Mais do que isso. Ontem foi efetivamente violado o sigilo de cinco contas de e-mail, todas sem o respaldo legal de um mandato judicial.

Trata-se não somente de mais uma violação das regras legais. Trata-se de uma violência às garantias e direitos fundamentais expressos no artigo 5º da Constituição Federal, uma salvaguarda civilizatória defendida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e por todas as democracias deste planeta.

O Instituto Lula peticionou na terça-feira (8), ao juiz Moro, a devolução da senha do administrador para o fim desse abuso de poder contra o trabalho de uma entidade da sociedade civil brasileira.

A apropriação ilegal da senha do administrador dos e-mails do Instituto (hospedados no Google) permite à Polícia Federal: ler todas as mensagens de todas as contas do Instituto (inclusive esta e qualquer comunicação com a imprensa, violando princípio constitucional), apagar informações, e, como já aconteceu, trocar a senha, impedindo o acesso as contas pelos seus usuários, bloqueando seu trabalho e contatos.

A senha também permite que eles criem novos (e ilegítimos) e-mails com o domínio do institutolula.org e que mandem mensagens em nome de qualquer conta do Instituto. Imagine se um abuso desse fosse cometido com a sua conta de e-mail pessoal, com a conta de e-mail de uma empresa, ou de um órgão da imprensa. 

O Instituto Lula é uma organização da sociedade civil brasileira sem fins lucrativos, com contatos e trabalho conjunto com movimentos sociais, entidades sindicais, organismos internacionais, governos e ex-mandatários da África, América Latina, Estados Unidos, Europa, Ásia e Oceania. 

Apenas para citar alguns exemplos, temos acordos, parcerias ou relacionamento com a FAO, a Cepal, com a União Africana, com a União Europeia, com a Unasul, com as fundações do Partido Socialista Francês e do Partido Social Democrata Alemão, com o Podemos e o PSOE da Espanha, com o sindicato dos trabalhadores da indústria automotiva dos Estados Unidos (UAW), com o sindicato dos metalúrgicos da Alemanha (IG Metall), com a Central Sindical da África do Sul (Cosatu), com a Fundação Bill e Melinda Gates, com a Fundação Clinton etc. 

Recebemos visitas de jornalistas, acadêmicos, embaixadores, lideranças partidárias, chefes e ex-chefes de estado interessados em conversar sobre o cenário político mundial e a experiência do Brasil no combate à pobreza com os diretores do Instituto e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma das personalidades brasileiras mais conhecidas no exterior.

O sequestro feito pela Polícia Federal de toda a nossa autonomia e privacidade em comunicações eletrônicas é uma violência contra a democracia, a liberdade de organização e expressão.

Instituto Lula.

O que aconteceu nas horas em que Lula esteve preso.


O que teria, de fato, atrapalhado os planos de levarem o ex-presidente Lula para Curitiba é umas das questões mais levantadas após a última tentativa da equipe de Moro.

Aeroporto de Congonhas, sexta-feira, 04 de março, cedo da manhã.

Soldados da Polícia da Aeronáutica estranham a movimentação de outros policiais armados.

Bloqueiam a entrada e não deixam eles entrarem no aeroporto. Não teriam reconhecido a farda que foi usada pela Polícia Federal, que estava fortemente armada.

Um dos soldados avisa ao coronel o que está ocorrendo.

O coronel fica furioso.

O reforço é chamado. Em poucos minutos a Polícia da Aeronáutica está preparada com centenas de homens para, se preciso for, confrontar os policias da PF.

A confusão é enorme, então descobre-se que o ex-presidente estava sendo conduzido. Neste momento, o coronel assume o comando do aeroporto e dá ordens para que cem homens da Polícia da Aeronáutica cerquem o jatinho que, segundo lhe informaram, levaria o ex-presidente Lula para Curitiba.

Mais tensão.

Sabe-se então que Lula está na sala da PF para interrogatório. Neste instante é aventada a decisão de invadir a sala para resgatar o ex-presidente. Há uma negociação, mas o coronel, que segundo consta é legalista, teria perguntado: “O que vocês pensam que estão fazendo com um ex-presidente?”.

Em meio a isso, o ex-deputado, professor Luisinho já estaria protestando contra a detenção de Lula e há uma baderna enorme defronte a sala da PF. Manifestantes contra Lula entram em êxtase.

Desmentidos surgem, mas o coronel do aeroporto não dá sinais de recuar. A PA permanece a postos, pronta para qualquer tentativa de condução de Lula.

A equipe da lava-jato desiste do plano A, que seria levar Lula à Curitiba — onde deputados de oposição já estariam comemorando.

Além disso, decidem reduzir o tempo do interrogatório, que era pra ser bem mais longo e, consequentemente, mais cansativo ao ex-presidente.

A Polícia da Aeronáutica, sob o comando do coronel, não arreda pé.

Diante do impasse, o juiz Sergio Moro teria dado ordens para abortar a operação.

O ex-presidente Lula é libertado.

A operação fracassou.

Quem forneceu essas informações, relatou tudo isso, exatamente desta forma.

Provavelmente quem esteve no local, naquela fatídica manhã de sexta-feira, possa ter visto parte desse impasse.

Sobre a veracidade desta versão, cabem duas questões:

De fato aconteceu desta maneira, a partir da ótica do narrador.

Ou, como disse a personagem do filme “Cortina de Fumaça”, Paul Benjamin, interpretado por William Hurt, após ouvir a história de natal de Auggie Wren (Harvey Keitel):

“Para se contar uma boa história tem-se que saber apertar as teclas certas. E nisso, você é mestre”.

Quando o narrador dessa história terminou de contar, me disse: “Podia ter acontecido uma tragédia. Foi muito tenso”.

A mim coube apenas a fidelidade do relato sem o uso de qualquer recurso literário.

Do Textículos do Jari

Enquanto tudo isso acontecia. Louve-se o que fez o Profesdor Luizinho que estava no aeroporto naquele momento, e ao saber do ffato, começou a fazer barulho, denunciado o que estava acontecendo.
Lembremos, também, do Ministro Marco Aurélio de Mello. Ele, também, estava no aerupprtp. Ao ser informado da prisão de Lula. Buscou a imprensa e fez a denúncia da ilegalidade.

A prefeitura de Juazeiro na Bahia abre 142 vagas para concurso público.

A Prefeitura Municipal de Juazeiro/BA, divulgou na sexta-feira, 04/03/2016 o edital de Concurso Público. O certame oferta vagas para diversos cargos, com salários de até R$ 3.000,00.
São 142 vagas para níveis médio, nível técnico, nível superior.
As inscrições serão realizadas até o dia 04/04/2016 no SITE e no posto de inscrição presencial.

A Prova Objetiva será aplicada na cidade de Juazeiro, estado da Bahia, na data provável 24 de abril de 2016, em horário e local a ser informado através de edital disponibilizado oportunamente e no Cartão de Informação do candidato no endereço que consta AQUI.

Moro e o “se colar, colou”.


Moro e o “se colar, colou”.

Sabe aquela frase “testando hipóteses”? Que foi dita por um certo senhor para justificar as versões divulgadas em um telejornal nacional. Pois bem, ontem o Juiz Sérgio Moro, parece que levou até as últimas consequências estes ensinamentos.
Pelo que já se sabe, não foram os procuradores, nem a policial federal que pediram a “condução coercitiva” para o ex-presidente Lula no dia de ontem, 04 de março de 2015. Um dia que será lembrado como aquele em que uma das maiores lideranças do mundo moderno, foi tratado da forma mais mesquinha possível. E, também, já está posto que a definição de retirar o líder de sua casa e o levar até o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi única e exclusivamente, do Moro. Ele chamou para si toda a responsabilidade do ato.
O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, Roberto Lima, auditor fiscal da Receita Federal e o delegado Igor de Paula, da Polícia Federal, nos deixou bastante informados das investigações. As palavras mais citadas durante a entrevista show foram, “provavelmente, pode ser e supostamente”. O que nos leva a crer que, eles andaram mesmo testando hipóteses com o Lula. Primeiro encontraram alguém para um crime. Depois foram em busca das evidências para depois determinar qual o crime que, supostamente, ele poderia ter cometido.
Levado ao aeroporto para que fosse tomado o seu depoimento, eles esperavam a negativa do Ex-presidente para assim o levar, segundo o despacho do Moro, coercitivamente até a Curitiba como um troféu a ser mostrado para jornais e revistas. Para isso, até um avião, divulgado pela própria imprensa, teria sido estacionado ao lado do hangar onde ocorreu o depoimento. Mas, eles não esperavam a reação da militância do Partido dos Trabalhadores, muito menos que em jornais, sites e TV´s, juristas e comentarias aparecessem para condenar o ato, que segundo Marco Aurélio, ministro do STF disse, “não me consta que o presidente da república, e poderia ser um cidadão comum, tenha se recusado a comparecer. Ou seja, não me consta aqui que o mandado de condução coercitiva tenha sido antecedido por um mandado de intimação para comparecer espontaneamente perante a autoridade”. Ou seja, o balão de ensaio, a hipótese testada, o se colar, colou, não deu certo e eles tiveram que retroceder no golpe.
Mas não se engane Lula, muito menos o Partido dos Trabalhadores, pois o justiçamento que vem praticando aqueles que criaram a operação lava jato, não vão se sentir derrotados. Muito pelo contrário, hoje, eles devem estar, como se diz no nordeste, envenenados de ódio porque não conseguiram o intuito de prender, humilhar e retirar o ex-presidente das eleições de 2018.

Para Lula, não há outro caminho que não seja o das ruas. Nelas ele é imbatível. E esse é o medo que tem a oposição.
Dimas Roque.

Secretaria de Administração está entregando o DIRF aos funcionários.

Os funcionários municipais de Canindé de São Francisco em Sergipe, já podem a secretaria de administração para retirarem o seu DIRF – Declaração de Imposto de Renda para Pessoa Física. O documento é necessário para que se possa fazer a declaração do Imposto de Renda.

O prazo de entrega das declarações de 2016 começaram ontem, 01. A Receita Federal espera receber este ano 28,5 milhões de declarações.

A entrega pode ser feita até as 23h e 59min e 59seg do dia 29 de abril. A multa para quem entrega a declaração fora do prazo é de 1% ao mês. O valor mínimo é de R$ 165,74, e o máximo é de 20% do imposto devido.

Quem declara.

É obrigado a declarar Imposto de Renda o brasileiro que, em 2015, morava no país e se encaixou em qualquer uma das situações abaixo:

Recebeu mais de R$ 28.123,91 de renda tributávelno ano (salário, por exemplo);
Ganhou mais de R$ 40 mil isentos, não tributáveis ou tributados na fonteno ano (como indenização trabalhista);
Teve ganho com venda de bens (casa, por exemplo);
Comprou ou vendeu ações em Bolsas;
Recebeu mais de R$ 140.619,55 em atividade rural (agricultura, por exemplo) ou tem prejuízo rural a ser compensado no ano calendário de 2015 ou nos próximos anos;
Era dono de bens de mais de R$ 300 mil;
Vendeu uma casa e comprou outra num prazo de 180 dias, usando isenção de IR no momento da venda.

Não deixe para a última hora. Vá o mais breve possível e faça a sua declaração do Imposto de Rendo dentro do prazo legal.

Comunicação Canindé.

Não acontece nada com os crapulosos tucanos.

Falei em Fla-Flu, mas o jogo é Fla-Fla, só um time joga, dá pontapés. 

O resto apanha. Não acontece nada com os crapulosos tucanos. 

Podem roubar durante décadas nos trens de São Paulo, comprar votos, se meter em negociatas de um bilhão de dólares com refinarias argentinas e até roubar na merenda escolar.

Também podem, sendo políticos drogados de alto bordo, espancar mulheres, pois não serão queimados como outros. 

Vai dar pizza com Samarco e a privada Vale. São frutos tucanos. Eles podem até mesmo pretextar uso político quando são comprometidos em pensões e compras de apês na Europa para filhos — ou não —, fora dos casamentos exemplares, cujas mães foram perseguidas. 

O sub-relator da CPÍnfima do BNDES, o tucano Alex Baldy Cheio de M quer prender o Lula. Se ele for criminoso, tudo certo, mas, em nome da decência, prendam o Azeredo, a quadrilha no Paraná, os espancadores de esposas que são candidatos à Presidência da Ré-pública.

Não tá tranquilo nem confiável, Bin Laden. Tá Samarco e ChicunCunha.

Por Aldir Blanc é compositor na Central de notícias PEQUI BRAVO.

Rui vai à China destravar obras estruturantes para a Bahia.

A viagem da comitiva do Governo do Estado à China é destaque do programa Digaí, Governador! desta semana. Liderada pelo governador Rui Costa, a equipe viaja em busca de parcerias para concretizar os mais importantes projetos em áreas como infraestrutura e mobilidade na Bahia. De acordo com Rui, a ponte Salvador-Itaparica, o Porto Sul, a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Subúrbio de Salvador estão incluídos nas negociações.

“Nós vamos apresentar projetos estruturantes, investimentos na área de infraestrutura logística, na área de energias renováveis, na área de abastecimento e tratamento de água, porque eles também têm empresas que fazem investimentos nessa área. Vamos apresentar as possibilidades de investimentos na Bahia. Nós estamos otimistas, inclusive está no planejamento assinar protocolos de entendimento, [que] já [são] passos adiante para que essas empresas venham produzir aqui”, afirma o governador.

Confira!

Arte da Guerra.

Sun Tzu já dizia em a "Arte da Guerra". "Sem planejamento a derrota é certa. Organizados e mobilizados somos imbatíveis!".

Os equívocos do PT e o sonho de Lula! (Por Leonardo Boff)

Durante quatro a cinco décadas houve vigorosa movimentação das bases populares da sociedade discutindo que “Brasil queremos”, diferente daquele que herdamos. Ele deveria nascer de baixo para cima e de dentro para fora, democrático, participativo e libertário. Mas consideremos um pouco os antecedentes histórico-sociais para entendermos por quê esse projeto não conseguiu prosperar.

É do conhecimento dos historiadores, mas muito pouco da população, como foi cruenta a nossa história tanto na Colônia, na Independência como no reinado de Dom Pedro I, sob a Regência e nos inícios do reinado de Dom Pedro II. As revoltas populares, de mamelucos, negros, colonos e de outros foram exterminadas a ferro e fogo, a maioria fuzilada ou enforcada. Sempre vigorou espantoso divórcio entre o Poder e a Sociedade. Os dois principais partidos, o Conservador e o Liberal, se digladiavam por pífias reformas eleitorais e jurídicas, porém jamais abordaram as questões sociais e econômicas.

O que predominou foi a Política de Conciliação entre os partidos e as oligarquias mas sempre sem o povo. Para o povo não havia conciliação mas submissão. Esta estrutura histórico-social excludente predominou até aos nossos dias.

No entanto, pela primeira vez, uma coligação de forças progressistas e populares, hegemonizadas pelo PT, vindo de baixo, chegou ao poder central. Ninguém pode negar o fato de que se conseguiu a inclusão de milhões que sempre foram postos à margem. Far-se-iam em fim as reformas de base?

Um governo ou governa sustentado por uma sólida base parlamentar ou assentado no poder social dos movimentos populares organizados.

Aqui se impunha uma decisão. Na Bolívia, Evo Morales Ayma buscou apoio na vasta rede de movimentos sociais, de onde ele veio como forte líder. Conseguiu, lutando contra os partidos.

Depois de anos, construiu uma base de sustentação popular, de indígenas, de mulheres e de jovens a ponto de dar um rumo social ao Estado e lograr que mais da metade do Senado seja hoje composta por mulheres. Agora os principais partidos o apoiam e a Bolívia goza do maior crescimento econômico do Continente.

Lula abraçou a outra alternativa: optou pelo Parlamento no ilusório pressuposto de que seria o atalho mais curto para as reformas que pretendia. Assumiu o Presidencialismo de Coalizão. Líderes dos movimentos sociais foram chamados a ocupar cargos no governo, enfraquecendo, em parte, a força popular.

Para Lula, mesmo mantendo ligação com os movimentos de onde veio, não via neles o sustentáculo de seu poder, mas a coalizão pluriforme de partidos. Se tivesse observado um pouco a história, teria sabido do risco desta política de Coalização que atualiza a política de Conciliação do passado.

A Coalizão se faz à base de interesses, com negociações, troca de favores e concessão de cargos e de verbas. A maioria dos parlamentares não representa o povo mas os interesses dos grupos que lhes financiam as campanhas. Todos, com raras exceções, falam do bem comum, mas é pura hipocrisia. Na prática tratam da defesa dos bens particulares e corporativos. Crer no atalho foi o sonho de Lula que não pode se realizar.

Por isso, em seus oito anos, não conseguiu fazer passar nenhuma reforma, nem a política, nem a econômica, nem a tributária e muito menos a reforma agrária. Não havia base.

A “Carta aos Brasileiros” que na verdade era uma Carta aos Banqueiros, obrigou Lula a alinhar-se aos ditames da macroeconomia mundial. Ela deixava pouco espaço para as políticas sociais que foram aproveitadas tirando da miséria 36 milhões de pessoas. Nessa economia, o mercado dita as normas e tudo tem seu preço.

Assim parte da cúpula do PT, metida nessa Coalizão, perdeu o contato orgânico com as bases, sempre terapêutico contra a corrupção. Boa parte do PT traiu sua bandeira principal que era a ética e a transparência.

E o pior, traiu as esperanças de 500 anos do povo. E nós que tanta confiança depositávamos no novo, com as milhares comunidades de base, as pastorais sociais e os grupos emergentes…

Elas aprenderam articular fé e política. A mensagem originária de Jesus de um Reino de justiça a partir dos últimos e da fraternidade viável, apontava de que lado deveríamos estar: dos oprimidos. A política seria uma mediação para alcançar tais bens para todos. Por isso, as centenas de CEBs não entraram no PT; fundaram células dele e grupos, como instrumento para a realização deste sonho.

O partido cometeu um equívoco fatal: aceitou, sem mais, a opção de Lula pelo problemático presidencialismo de coalizão. Deixou de se articular com as bases, de formar politicamente seus membros e de suscitar novas lideranças.

E aí veio a corrupção do “mensalão” sobre o qual se aplicou uma justiça duvidosa que a história um dia tirará ainda a limpo. O “petrolão” pelos números altíssimos da corrupção, inegável, condenável e vergonhosa, desmoralizou parte do PT e parte das lideranças, atingindo o coração do partido.

O PT deve ao povo brasileiro uma autocrítica nunca feita integralmente. Para se transformar numa fênix que ressurge das cinzas, deverá voltar às bases e junto com o povo reaprender a lição de uma nova democracia participativa, popular e justa que poderá resgatar a dívida histórica que os milhões de oprimidos ainda esperam desde a colônia e da escravidão.

Apesar de tudo, e quer queiramos ou não, o PT representa, como disse o ex-presidente uruguaio Mujica, quando esteve entre nós, a alma das grandes maiorias empobrecidas e marginalizadas do Brasil. Essa alma luta por sua libertação e o PT redimido continua sendo seu mais imediato instrumento.

Quem cai sempre pode se levantar. Quem erra sempre pode aprender dos erros. Caso queira permanecer e cumprir sua missão histórica, o PT faria bem em seguir este percurso redentor.

Por Leonardo Boff.

NÃO PASSARÃO. (por Leandro Fortes)

O alvo sempre foi Lula.

É um trabalho interno das velhas estruturas da burguesia brasileira que se congelaram, como um vírus, depois do fim da ditadura militar.

Foi preciso mais de uma década para a construção de uma narrativa de ódio herdada do anticomunismo mais rasteiro adaptada, primeiro, ao antipetismo e, finalmente, à figura de Lula.

Lula foi o mais importante presidente brasileiro de todos os tempos, por várias razões, e os números de seus governos são, no todo, o detalhe menos relevante. 

A construção da narrativa de ódio, feita pela mídia e por uma geração de jornalistas adestrados em cursinhos de trainee, foi consolidada em cima de conceitos bizarros e raciocínios absurdos.

Fruto de uma seleta alcateia de monstrinhos treinados nas redações para superar nos métodos e nos desejos os mestres que lhe sobraram, os chapas-brancas da Casa Grande premiados, dia e noite, por sua servil mediocridade.

Nessa sopa de ressentimento, veneno e ódios diversos está a base de convencimento do juiz Sérgio Moro, por mais degradante que esse quadro se apresente sob a ótica da racionalidade de qualquer ordenamento moral.

O alvo sempre foi Lula.

Mas aqueles que pretendem se lançar na aventura de prendê-lo não têm a menor ideia do monstro popular que estão prestes a despertar.

Caso isso aconteça, Moro irá reduzir nossa história ao que éramos antes de Lula: uma nação irrelevante, miserável e permanentemente de joelhos.

Como sempre foi a vontade da Casa Grande e de seus vassalos de plantão.

O alvo sempre foi Lula.

E todos nós.

Por Leandro Fortes.

Rui Costa convoca empresários para combater o Aedes aegypti.

O governador Rui Costa mobiliza empresários baianos para entrar no combate ao Aedes aegypti, como parte das ações do Governo do Estado na luta contra o mosquito responsável pela dengue, zika e a febre chikungunya. O encontro do governador com entidades e lideranças empresariais acontece nesta terça-feira (23), às 9h, no auditório do Senai/Cimatec, em Piatã, Salvador. 

Já na quarta-feira (24), às 9h30, é a vez dos movimentos sociais e lideranças religiosas se reunirem com Rui, no auditório da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), no Centro Administrativo da Bahia. 

Durante o encontro com o empresariado baiano, Rui vai apresentar propostas para intensificar o controle e evitar a proliferação do mosquito. “Quando olhamos os dados das pessoas que tiveram dengue, zika ou chikungunya, 90% foram contaminadas em sua própria casa, então é preciso que todo mundo faça uma vistoria geral na sua residência”, recomendou Rui. “Por isso, não adianta o governo fazer a sua parte, se a população não colaborar, buscando fazer o controle em cada casa”, reforçou.

Cineasta Jorge Furtado sai em defesa de Lula e chama Moro de "juiz medíocre".

Diretor afirma que há uma campanha da “direita” contra o petista.
O cineasta gaúcho Jorge Furtado usou a sua conta no Facebook para escrever um texto em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o que chamou de “perseguição política” da “direita”.
Citando os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, Furtado afirmou que “nunca houve uma perseguição política contra um homem público como a que a direita e sua mídia estão fazendo agora contra Lula”. Segundo ele, um “golpe de estado” só não ocorre porque Lula é “um sobrevivente do apartheid brasileiro, sem a vocação suicida de um fazendeiro rico e deprimido como Getúlio”.
O gaúcho também atacou o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba, a quem chamou de “juiz medíocre de primeira instância”. Para Furtado, o magistrado e os procuradores “tucanos” são “parte deste espetáculo grotesco, onde a imprensa de direita é, mais uma vez, a protagonista”.
Por fim, o diretor de cinema diz que, “aparentemente, a campanha” contra Lula “está funcionando”. Para ele, cresce o número de pessoas “que acreditam que Lula cometeu vários crimes, embora não saibam citar nenhum”.
Investigações contra Lula
Formalmente, o ex-presidente Lula é investigado pelo Ministério Público do Distrito Federal e de São Paulo, mas não pela Operação Lava Jato, cujo juiz em primeira instância é Sérgio Moro.
Nos casos em que é investigado oficialmente, pesam sobre o petista as suspeitas de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

No inquérito conduzido em Curitiba, um sítio frequentado pelo petista é investigado, mas não o ex-presidente. O imóvel foi registrado em nome de dois sócios de Fábio Luis Lula da Silva, filho de Lula, e teria sido reformado por empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras.

Do Uol54.

Sistema de tratamento de água de chuva também contribui no combate ao Aedes aegypti.

O armazenamento inadequado da água proporciona o ambiente ideal para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite além da dengue, a febre chikungunya e o zika vírus. No norte baiano, uma tecnologia testada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), voltada para captação e tratamento de água de chuva, também é uma importante aliada para o combate ao mosquito.
O sistema foi desenvolvido por técnicos da superintendência regional da Companhia em Juazeiro. Segundo o analista em desenvolvimento regional da Codevasf, Joselito Menezes de Souza, a tecnologia foi projetada com acessórios e dispositivos que impedem a entrada e proliferação de mosquitos.
“Esse sistema de captação, armazenamento e tratamento de água de chuva foi desenvolvido no âmbito do Programa Água para Todos do governo federal. Ele é composto por um reservatório para o armazenamento da água da chuva e diversos dispositivos que proporcionam o tratamento de água para que ela atinja o padrão de  potabilidade. O sistema foi desenvolvido para impedir a entrada de insetos que possam causar danos à saúde humana”, ressalta Menezes.
Por conta de sérios problemas ligados à falta de água no Nordeste, muitos produtores têm optado por estocar água em galões, baldes, garrafas e caixas, sem tomar cuidados com a proteção adequada desses reservatórios. O analista em desenvolvimento regional da Codevasf em Juazeiro Joselito Menezes de Souza lembra que a população precisa cuidar frequentemente da limpeza e inspeção dos reservatórios utilizados no armazenamento de água, a fim de evitar a proliferação do Aedes aegypti.
“Nós recomendamos a revisão das calhas que fazem a condução da água captada dos telhados; deixar os reservatórios, como as cisternas, sempre tampados; e ter uma atenção especial com os suspiros, que são os extravasores da água das cisternas, para que eles fiquem cobertos e protegidos por uma tela de mosquiteiro para impedir a entrada de insetos”, adverte.

Os dispositivos e acessórios são de baixo custo de instalação e manutenção, além de facilidade na sua operação, por isso não necessitam de treinamento específico para operá-los. Trata-se de uma tecnologia social que visa assegurar a qualidade da água para fins de potabilidade, que pode auxiliar produtores, cooperativas e outras entidades no atendimento de exigências e recomendações dos Ministérios da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Vargas, Juscelino, Lula.

O ódio vítreo que se construiu contra Vargas e JK é semelhante ao direcionado a Lula
A característica certamente mais exemplar de nossa história é a conciliação. De cúpula sempre (ou seja, conciliação em nome da preservação dos interesses da classe dominante), impedindo a revolução (como tal entenda-se também a simples ameaça de emergência das massas) e retardando as reformas das mais simples às mais essenciais – todas, como meras reformas, pleiteadas conforme as regras do regime que não visavam a altera.
Em todos os momentos graves, a ruptura – ainda quando uma exigência histórica – cedeu espaço à concordata pois o essencial foi sempre a conservação dos donos do poder no poder. Da Colônia ao Império, do Império à República, e até aqui.
Mas a opção pela conciliação não impediu que nossa história fosse, desde o Primeiro Reinado, juncada de irrupções militares, às vezes quase só motins, como aqueles que precederam (preparando-a) a Independência e a sucederam (consolidando-a), até a resignação do Imperador, de malas prontas para o cerco do Porto e a revolução liberal que, depondo d. Miguel, faria D. Maria, a rainha brasileira dos portugueses, subir ao trono.
No Segundo Império a preeminência militar senta praça após a infeliz guerra ao Paraguai, quando nossas forças de terra e mar alcançam algum grau de organização e profissionalismo/profissionalização e, animadas pelas penosas vitórias nos campos de batalha, decidem exercer presença na política imperial.
Era propício o momento, com as seguidas crises dos seguidos gabinetes, as campanhas abolicionista e republicana e, no plano ideológico, o positivismo grassando na caserna e conquistando a jovem oficialidade. Assim, na formação histórica brasileira, temos duas linhas convergentes sob o fundo autoritário: a conciliação e a insurgência militar.
Mas na altura do II Reinado nada que sugerisse, nem de leve, o que seria a presença desestabilizadora dos militares na República. Se o marco inaugural foi a ‘parada militar’ do 15 de novembro, que derrubou o Império e viu a República consolidar-se com o golpe de Floriano, o ciclo se fecha com a conjuração do golpe de 1º de abril de 1964, que se afirmaria como uma ditadura de 20 anos.
Entre um polo e outro, de intentonas e sublevações seria rico o primeiro terço do século: o levante do Forte de Copacabana (1922), a insurgência paulista de Miguel Costa (1924) e a coluna Prestes (1924-1927) caracterizaram a República Velha, que morreria em 1930 com a irrupção civil-militar que passaria à história como Revolução de 30, hegemonizada pelos tenentes de 22 e 24, que comandariam as forças militares e permaneceriam no proscênio da política até a ditadura de 1964: Eduardo Gomes, Juarez Távora, Cordeiro de Farias, Ernesto Geisel…
A revolução de 1930 – que empossa Getúlio Vargas –, transforma-se na ditadura do Estado Novo em 1937, após sufocar um putsch integralista (1932) e um levante de militares comunistas comandados por Luís Carlos Prestes (1935). Os mesmos generais responsáveis pelo golpe de 1937 (à frente de todos os generais Góis Monteiro e Eurico Gaspar Dutra) agora se levantam contra Vargas, e abrem caminho (1945) para a restauração democrática.
Inicia-se com um general, o ex-ministro da Guerra da ditadura, o general Dutra, o ciclo de presidentes eleitos pelo voto popular e de regimes democráticos que os mesmos militares sufocariam 18 anos passados.
Após uma sequência de golpes militares e tentativas de golpe – deposição e renúncia de Vargas (1954); tentativa de impedimento da posse de JK-Jango e contragolpe militar de Lott-Denis (1955), tentativa de impedir a posse de Jango (crise da renúncia de Jânio Quadros) e golpe parlamentarista (1961) – a estratégia da preeminência militar abandona as intentonas e as irrupções, para exercer um efetivo superpoder, pairando acima dos três poderes constitucionais, regendo a República sem depender da soberania popular ou submeter-se a qualquer regramento.
Foi o largo período dos pronunciamentos militares manifestando-se sobre a vida civil e interferindo na política. Naquele então o Clube Militar era uma instância suprema, na qual os destinos do País eram decididos. Naquele então, os militares se pronunciavam sobre tudo, até sobre os índices do salário-mínimo, e podiam exigir e obter a demissão do ministro do Trabalho que ousava favorecer os interesses dos trabalhadores.
Momento dos mais significativos dessa preeminência – ou do exercício desse poder para-constitucional –, seria observado, no regime democrático, em 1954, com a ‘República do Galeão’, anunciando o que seriam os tempos da ditadura de 1964-1984.
Os fatos estão no registro da história. Em agosto de 1954, uma desastrada tentativa de assassinato de um jornalista (Carlos Lacerda) termina com a morte de seu guarda-costas, um major da aeronáutica (Rubens Vaz), da ativa, o que enseja a brigadeiros e coronéis da FAB instalarem um IPM – à revelia da Polícia Civil – e, sob o pretexto das investigações desse crime, instaurarem o que ficou batizado como a ‘República do Galeão’, em homenagem ao aeroporto carioca em cujas instalações militares os coronéis operavam, à margem da ordem legal.
E assim sem leis a observar, desconhecendo limites a obedecer, o comandante do inquérito, ou presidente dessa República auto-constituída dentro da República constitucional, tornou-se um reizinho absoluto, porque tudo podia, todas as diligências, todas as prisões, senhor que era de todas as jurisdições. Porque tinha o respaldo de seus superiores – fortalecidos em face da fragilidade crescente do governo e de seu chefe – e o aplauso da grande imprensa, que o incentivava.
Tudo queria, tudo podia e tudo alcançava porque seu objetivo, o objetivo do IPM e da ‘República’, não era apurar a morte do major guarda-costas, mas atingir, como afinal atingiria mortalmente, a honra do presidente Getúlio Vargas, alvo da mais injuriosa, da mais violenta campanha de imprensa jamais movida no Brasil contra um chefe de Estado.
A infâmia, a injúria e a difamação não conheciam limites, invadindo mesmo sua privacidade e a intimidade de sua família. Vargas, o homem, o presidente, o líder de massas era o objetivo da imprensa unanimemente hostil, a serviço da direita derrotada com sua eleição em 1950.
Destruí-lo era o desejo de uma oposição desvairada, era o projeto de militares sublevados e de setores ponderáveis da classe-média, conquistados para a razzia antivarguista pelas denúncias, jamais comprovadas, de um ‘mar de lama’ que correria pelos inexistentes porões do discreto e quase ascético Palácio do Catete.
Enterrado Vargas, empossados Café Filho (presidente), Eduardo Gomes (ministro da Aeronáutica) e Juarez Távora (ministro chefe da Casa Militar), encerraram-se os inquéritos e nem os militares, nem a imprensa, nem a antiga oposição voltam a falar em corrupção.
Em 1964, retornam os IPMs, os inquéritos comandados por coronéis, e a caça às bruxas, primeiro indiscriminadamente, em seguida de forma metódica, com alvo preciso, o ex-presidente Juscelino Kubitscheck. Mas aí era um regime de exceção, uma ditadura.
Os inimigos do novo regime foram transformados, uns (pessoas e entidades, como os sindicatos) em subversivos, outros em corruptos, e porque eram inimigos do regime eram, necessariamente, aos olhos deste, subversivos ou corruptos. Antes de acusados eram condenados, pois a acusação era a justificativa da condenação prévia, e os acusados eram presos para que seus crimes fossem apurados, apurados para justificarem a condenação e a pena, já imputadas.
Juscelino era, nos primeiros anos do golpe militar, o único líder civil do regime anterior politicamente sobrevivente. Jango, Brizola e Arraes amargavam o exílio. Torna-se, assim, JK, o inimigo a ser abatido. Como não poderia ser acusado de subversivo, foi condenado como corrupto, pela imprensa e pelos militares, a imprensa repetindo o ditado dos militares, embora nada tivesse sido ou fosse apurado contra ele.
Condenado, foi chamado a depor duas ou mais vezes em inquéritos militares (pois a pena decretada era sua desmoralização pública) até que, ameaçado, temendo maiores humilhações e mesmo temendo por sua integridade física, optou pelo exílio. Os militares não falaram mais nos inquéritos abertos e a imprensa o ignorou até ser obrigada a registrar o pranto nacional em sua trágica morte.
A história não se repete, mas saltam aos olhos as semelhanças entre o ódio vítreo que se construiu contra Vargas e JK e este que a imprensa brasileira, quase em uníssono, destila, alimenta e propaga contra o ex-presidente Lula, açulando, não mais as Forças Armadas como antes, mas agora agentes policiais sem comando, procuradores sem limites e juiz na presidência de inédita jurisdição nacional.
A história não se repete. Mas o ex-presidente Lula já foi chamado a depor, na Polícia Federal, umas duas ou três vezes, e agora é intimado, com a mulher, a depor em inquérito aberto pelo Ministério Público paulista. Precisa explicar porque desistiu da compra de um tríplex em Guarujá e porque visitava um sítio em Atibaia, e porque incentivou a indústria automobilística quando o País precisava criar empregos.
Condenado sem sursis como corrupto pela imprensa – como Vargas e JK –, exposto à execração pública, decaído em seu prestígio, como agora, Lula – e eis o que se pretende – estará afastado das eleições de 2018, seja como candidato, seja como grande eleitor.
Condenação decretada, pena anunciada, procura-se uma narrativa: eis o propósito, a finalidade dos inquéritos abertos e a serem abertos. Trata-se de destruir o último grande líder popular brasileiro. E isso vale, aos olhos de seus algozes, todo e qualquer preço.
A burguesia regurgita o sapo barbudo que as massas a fizeram engolir nas últimas eleições.

Por Roberto Amaral.

DESALENTO PETISTA (MAS HÁ OUTRO CAMINHO)

Após mais de uma década sob a hegemonia de uma estratégia que elegeu a  conciliação como valor absoluto; do pragmatismo  consolidado como caminho único para mudanças (sempre graduais); da estigmatização da mobilização social e do enfrentamento ideológico, eis que hoje a maioria dos quadros petistas e boa parte da militância de base se encontra prostrada.

Converso com meus companheiros e companheiras, militantes, quadros intermediários e mesmo dirigentes do PT e, em quase todos, só vejo desalento, pessimismo e desorientação sobre o cenário político-econômico. Sobram derrotismo, passividade,  conformismo. 

Mas, ora: nunca o PT e o projeto democrático-popular estiveram tão atacados. Estivemos à beira do impeachment de Dilma e Lula pode  até ser preso! A conjuntura exige mais do que nunca reflexão, coesão,  clareza, disposição de luta, mobilização.

TODAVIA, a responsabilidade sobre esse estado de torpor não  pode ser atribuída apenas à militância e aos quadros médios. 

Defensivismo, falta de combatividade,  burocratismo, acomodação, ausência de formação política, hiper-pragmatismo, distanciamento da luta social foi um arcabouço construído pela maioria da direção petista  e pelo nosso Lula nos últimos 20 anos.

O mais grave: mesmo nesse momento de crise mais aguda, nem a maioria da direção do  PT, nem Lula, e muito menos Dilma fazem qualquer movimentação assertiva, combativa, de enfrentamento ao tsunami reacionário.

Parecemos todos avestruzes, com nossas cabecinhas docemente enfiadas no chão.

Será que a tática (genial e secreta)  é apanhar seguidamente sete rounds e reagir no final do oitavo, com um nocaute espetacular, mimetizando Mohamed Ali - naquela lendária luta contra Foreman?

Um exemplo: alguém sabe explicar o  que foram aquelas três inserções do PT veiculadas semana passada? 

A protagonizada pelo Rui trouxe bom discurso, mas sem um chamado mais concreto à luta. A outra, reproduziu um senso comum, meio auto-ajuda, na linha "sou brasileiro, não desisto nunca" - inócua. E a terceira, pior de todas: conclamou todos brasileiros, os azuis, os verdes e  os vermelhos a abaixarem suas bandeiras, porque o momento agora é de união nacional. Cumã? Será que combinaram com os tucanos isso? Really?

Logo agora, no momento que deveria ser  de absoluta resistência, de organizar a contra-ofensiva ao golpismo e à tentativa de destruição do PT e  linchamento do Lula? 

Nesse quadro crítico, a linha da nossa direção é baixar as bandeiras vermelhas? Fugir do enfrentamento político? Torcer para crise  passar? É conciliar com quem quer nos exterminar?

Todos os dias fico me perguntando o que mais  precisa acontecer para o governo Dilma mudar sua política econômica ou para a presidenta trocar o Ministro da Justiça e dar um basta aos abusos da Polícia Federal tucana.

E o que ainda mais falta para que  Lula e a  maioria da direção do PT reajam  partam para a disputa aberta contra a direita? Quando vão parar de subestimar a grande mídia, o aparato MP-PF-Judiciário, o PSDB, a burguesia, o imperialismo?

Será que estamos esperando a prisão de Lula e a cassação de registro do PT para pensar em começar a reagir?

Daí porque que só restou à  maioria da militância petista - forjada na política de conciliação - um governismo acrítico e um profundo desalento.

O que nos salva é que nesse Brasil  existe  muita esquerda organizada. E existe o petismo, uma ampla massa militante e simpatizante, que pode fazer a diferença. 

Temos a Frente Brasil Popular (com CUT, MST, UNE, CMP), temos a Frente Povo sem Medo, temos movimentos sociais, temos o ativismo digital, a juventude progressista, temos PSOL, PCdoB, setores do PDT, PCO, a base petista não entorpecida. 

Esses setores barraram o impeachment. Apontaram a  possibilidade da construção  um campo de resistência e re-afirmação do projeto democrático-popular e socialista no Brasil.

E são esses atores que no dia 17 de fevereiro, 10h, estarão no Fórum da Barra Funda dizendo para as elites: "mexeu com Lula, mexeu comigo".
 CAMINHO) Julian Rodrigues.

Dilma e ministros viajam para participar de ações contra Aedes.


Presidente participará de ato no Rio de Janeiro neste sábado (13).
Cerca de 220 mil militares atuarão em 356 municípios durante mobilização.

A presidente Dilma Rousseff e 23 ministros do governo viajarão no próximo sábado (13) para participar do dia nacional de mobilização contra o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da zika, da dengue e da febre chikungunya.
O dia nacional de mobilização ocorre em meio às medidas do governo para combater o vírus da zika, apontado pelo Ministério da Saúde como responsável pelos casos de microcefalia que têm sido registrados em bebês desde o ano passado.

Segundo o Ministério da Defesa, no sábado, cerca de 220 mil militares da Forças Armadas percorrerão 356 municípios do país – as 27 capitais e 329 cidades consideradas “endêmicas” – para informar a população sobre a importância de erradicar os criadouros do Aedes aegypti.
Em discursos nos eventos dos quais tem participado desde as últimas semanas, a presidente Dilma tem dito que, enquanto não há vacina contra o vírus da zika, a sociedade precisa se engajar para que os focos de reprodução do mosquito sejam eliminados. Ela chegou a fazer um pronunciamento à nação, na semana passada, no qual disse que a “guerra” contra o Aedes é complexa.
Dilma
Enquanto os ministros estarão em 23 cidades do país, a presidente Dilma deverá participar da mobilização contra o mosquito no Rio de Janeiro. A cidade sediará os Jogos Olímpicos deste ano, em agosto, e tem sido foco do noticiário internacional quando o tema do vírus da zika é abordado.
Segundo o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, mesmo com o atual cenário, não há a possibilidade de o Brasil abrir mão de sediar as Olimpíadas. Ele tem dito também que órgãos internacionais, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Comitê Olímpico Internacional (COI), podem ajudar a explicar à comunidade internacional que não é preciso deixar de visitar o Brasil em fução do surto do vírus da zika.
Veja abaixo a lista de onde cada ministro estará no dia de mobilização:
Jaques Wagner (Casa Civil) – São Luis (MA)
Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) – Manaus (AM)
Edinho da Silva (SECOM) – Maceió (AL)
Marcelo Castro (Saúde) – Salvador (BA)
José Eduardo Cardozo (Justiça) – Fortaleza (CE)
Juca Ferreira (Cultura) – Rio Branco (AC)
Nelson Barbosa (Fazenda) – Goiânia (GO)
Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) – Natal (RN)
Gilberto Occhi (Integração Nacioanl) – Aracaju (SE)
Alexandre Tombini  (Banco Central) – Brasília (DF)
Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) – Vitória (ES)
Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) – Belo Horizonte (MG)
Henrique Eduardo Alves (Turismo) – João Pessoa (PB)
Tereza Campello (Desenvolvimento Social) – Recife (PE)
Nilma Lino Gomes (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos) – Teresina (PI)
Antonio Carlos Rodrigues (Transportes) – São Paulo (SP)
Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) – Curitiba (PR)
Eduardo Braga (Minas e Energia) – Porto Alegre (RS)
Valdir Simão (Planejamento) – Belém (PA)
Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social) – Palmas (TO)
George Hilton (Esporte) – Campo Grande (MS)
Gilberto Kassab (Cidades) – Cuiabá (MT)
Aldo Rebelo (Defesa) – Campinas (SP)
Filipe Matoso
Do G1, em Brasília.

Os equívocos do PT e o sonho de Lula!

Durante quatro a cinco décadas houve vigorosa movimentação das bases populares da sociedade discutindo que “Brasil queremos”, diferente daquele que herdamos. Ele deveria nascer de baixo para cima e de dentro para fora, democrático, participativo e libertário. Mas consideremos um pouco os antecedentes histórico-sociais para entendermos por quê esse projeto não conseguiu prosperar.

É do conhecimento dos historiadores, mas muito pouco da população, como foi cruenta a nossa história tanto na Colônia, na Independência como no reinado de Dom Pedro I, sob a Regência e nos inícios do reinado de Dom Pedro II. As revoltas populares, de mamelucos, negros, colonos e de outros foram exterminadas a ferro e fogo, a maioria fuzilada ou enforcada. Sempre vigorou espantoso divórcio entre o Poder e a Sociedade. Os dois principais partidos, o Conservador e o Liberal, se digladiavam por pífias reformas eleitorais e jurídicas, porém jamais abordaram as questões sociais e econômicas.

O que predominou foi a Política de Conciliação entre os partidos e as oligarquias mas sempre sem o povo. Para o povo não havia conciliação mas submissão. Esta estrutura histórico-social excludente predominou até aos nossos dias.

No entanto, pela primeira vez, uma coligação de forças progressistas e populares, hegemonizadas pelo PT, vindo de baixo, chegou ao poder central. Ninguém pode negar o fato de que se conseguiu a inclusão de milhões que sempre foram postos à margem. Far-se-iam em fim as reformas de base?

Um governo ou governa sustentado por uma sólida base parlamentar ou assentado no poder social dos movimentos populares organizados.

Aqui se impunha uma decisão. Na Bolívia, Evo Morales Ayma buscou apoio na vasta rede de movimentos sociais, de onde ele veio como forte líder. Conseguiu, lutando contra os partidos.

Depois de anos, construiu uma base de sustentação popular, de indígenas, de mulheres e de jovens a ponto de dar um rumo social ao Estado e lograr que mais da metade do Senado seja hoje composta por mulheres. Agora os principais partidos o apoiam e a Bolívia goza do maior crescimento econômico do Continente.

Lula abraçou a outra alternativa: optou pelo Parlamento no ilusório pressuposto de que seria o atalho mais curto para as reformas que pretendia. Assumiu o Presidencialismo de Coalizão. Líderes dos movimentos sociais foram chamados a ocupar cargos no governo, enfraquecendo, em parte, a força popular.

Para Lula, mesmo mantendo ligação com os movimentos de onde veio, não via neles o sustentáculo de seu poder, mas a coalizão pluriforme de partidos. Se tivesse observado um pouco a história, teria sabido do risco desta política de Coalização que atualiza a política de Conciliação do passado.

A Coalizão se faz à base de interesses, com negociações, troca de favores e concessão de cargos e de verbas. A maioria dos parlamentares não representa o povo mas os interesses dos grupos que lhes financiam as campanhas. Todos, com raras exceções, falam do bem comum, mas é pura hipocrisia. Na prática tratam da defesa dos bens particulares e corporativos. Crer no atalho foi o sonho de Lula que não pode se realizar.

Por isso, em seus oito anos, não conseguiu fazer passar nenhuma reforma, nem a política, nem a econômica, nem a tributária e muito menos a reforma agrária. Não havia base.

A “Carta aos Brasileiros” que na verdade era uma Carta aos Banqueiros, obrigou Lula a alinhar-se aos ditames da macroeconomia mundial. Ela deixava pouco espaço para as políticas sociais que foram aproveitadas tirando da miséria 36 milhões de pessoas. Nessa economia, o mercado dita as normas e tudo tem seu preço.

Assim parte da cúpula do PT, metida nessa Coalizão, perdeu o contato orgânico com as bases, sempre terapêutico contra a corrupção. Boa parte do PT traiu sua bandeira principal que era a ética e a transparência.

E o pior, traiu as esperanças de 500 anos do povo. E nós que tanta confiança depositávamos no novo, com as milhares comunidades de base, as pastorais sociais e os grupos emergentes…

Elas aprenderam articular fé e política. A mensagem originária de Jesus de um Reino de justiça a partir dos últimos e da fraternidade viável, apontava de que lado deveríamos estar: dos oprimidos. A política seria uma mediação para alcançar tais bens para todos. Por isso, as centenas de CEBs não entraram no PT; fundaram células dele e grupos, como instrumento para a realização deste sonho.

O partido cometeu um equívoco fatal: aceitou, sem mais, a opção de Lula pelo problemático presidencialismo de coalizão. Deixou de se articular com as bases, de formar politicamente seus membros e de suscitar novas lideranças.

E aí veio a corrupção do “mensalão” sobre o qual se aplicou uma justiça duvidosa que a história um dia tirará ainda a limpo. O “petrolão” pelos números altíssimos da corrupção, inegável, condenável e vergonhosa, desmoralizou parte do PT e parte das lideranças, atingindo o coração do partido.

O PT deve ao povo brasileiro uma autocrítica nunca feita integralmente. Para se transformar numa fênix que ressurge das cinzas, deverá voltar às bases e junto com o povo reaprender a lição de uma nova democracia participativa, popular e justa que poderá resgatar a dívida histórica que os milhões de oprimidos ainda esperam desde a colônia e da escravidão.

Apesar de tudo, e quer queiramos ou não, o PT representa, como disse o ex-presidente uruguaio Mujica, quando esteve entre nós, a alma das grandes maiorias empobrecidas e marginalizadas do Brasil. Essa alma luta por sua libertação e o PT redimido continua sendo seu mais imediato instrumento.

Quem cai sempre pode se levantar. Quem erra sempre pode aprender dos erros. Caso queira permanecer e cumprir sua missão histórica, o PT faria bem em seguir este percurso redentor.

Por Leonardo Boff.