Estudante lança campanha por maior tempo de licença-maternidade para universitárias

Giovanna começou a mobilização por causa de situações que enfrentou na gravidez e após o nascimento da filha; ela também pensa nas outras estudantes que passam pelo mesmo

"Creio que o tempo de licença para as mães estudantes é muito pouco, ainda mais se for uma mãe solo, que é o caso de diversas meninas pelo Brasil", aponta a estudante Giovanna Santana em um abaixo-assinado que criou para solicitar um prazo maior de exercícios domiciliares e aulas a distância a universitárias que estão gestantes ou na fase de puerpério.

Giovanna vem enfrentando inúmeras situações para conciliar as tarefas como mãe de uma bebê de 1 mês e 10 dias, que nasceu prematura e com um quadro de icterícia, com as aulas online da faculdade. Ela estuda na Universidade de São Paulo (USP) e está cursando o 4º semestre de Educação Física e Saúde. No momento, dedica-se aos estudos e à filha. 

Aos 26 anos, Giovanna teve sua primeira filha. Devido a ocorrências no parto e pós-parto, a estudante entrou com um requerimento na universidade para poder ficar mais tempo em casa, seguindo com os estudos de forma online. Ela está de licença-maternidade desde a metade de junho. Depois, entrou em férias. Em agosto, retornou ao estudo a distância.

"Pela lei 'estamos amparadas', mas esse amparo não é o suficiente tendo em vista que não temos vagas suficientes nas creches, não são todas instituições que fornecem creche e nem toda mulher tem condição de ter uma babá ou alguém com quem possa deixar seu filho", desabafa Giovanna. A universitária conta com o apoio do pai da bebê na rotina de cuidados.

Na petição, a estudante comenta, ainda, sobre a ausência de locais adequados para a amamentação nas faculdades. "Não temos espaços apropriados para amamentação e quando temos somos constrangidas e assediadas por alimentar nossos filhos", lamenta. Diante dessas dificuldades, Giovanna ressalta a necessidade de um prazo maior para a licença-maternidade.

No abaixo-assinado, a bacharelanda destaca três pontos previstos em lei que justificam a necessidade de mais atenção às mães universitárias, como o artigo 205 da Constituição Federal, que garante que a educação deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade; o direito à livre amamentação; e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

"Conto com ajuda de mães e pais que passam ou passaram pela mesma situação, já que essa causa não cabe somente às mulheres. É uma luta de todos por equidade e direito à educação. Apenas com a educação teremos um país mais desenvolvido e menos desigual", finaliza Giovanna, pedindo apoio para que mais pessoas se engajem em sua campanha.

A petição está aberta na plataforma Change.org.  

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