Eu hoje me emocionei com a
chegada do Papai Noel ao estádio Andrezão em Canindé de São Francisco. Me
lembrei da minha infância em Paulo Afonso na Bahia quando no antigo 120,
estádio de futebol da cidade a Chesf – Companhia Hidrelétrica do São Francisco
distribuía presentes aos filhos dos seus trabalhadores. As cenas daquela época
me vieram a cabeça em fleches.
Não lembro o ano, mas tenho
comigo imagens que não saem da minha mente. Eu ficava no alambrado, espremido
pelos mais velhos e pelos filhos dos funcionários. Os que recebiam as senhas e
eram identificados, recebiam a permissão para entrar no gramado do campo. Era
lá que aconteciam as entregas dos presentes, enquanto eu permanecia vendo
milhares de presentes serem distribuídos.
Eu lembro de um carro de plástico
imitando uma carreta com três troncos de madeiras, também de plástico, em sua
carroceria. Até hoje eu me lembro de ver os meus amigos de infância que tinha
seus pais como funcionários da empresa puxando eles pelas ruas. Hoje eu lembrei
dessas imagens. Talvez tenha sido a presença daquele casal de velhinhos, personagens
do Natal consumista.
Hoje as crianças têm a
oportunidade que não tive no passado. A felicidade está ao alcance das mãos e
dos olhos de cada um. E é tão pouco para as administrações públicas. Ver,
sentir o clima de emoção em cada rosto, das crianças e de seus pais, é algo
impagável. E as lembranças do passado hoje surgem com um significado profundo
de alguém que pode agora participar de uma festa onde todos, eu falei, todos,
podem sentir o que não me foi proporcionado na infância. A minha alegria é muito
grande hoje.
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