Justiça Eleitoral esculacha esquema de contratações irregulares em Serra do Ramalho

Serra do Ramalho, oeste da Bahia, A cidade amanheceu em choque nesta quinta-feira (05), após decisão da Justiça Eleitoral que cassou o mandato do prefeito Ledo Ivan (PP), acusado de usar a máquina pública como balcão de favores em pleno ano eleitoral. A sentença, que ainda cabe recurso, escancarou um esquema de contratações temporárias sem critérios técnicos, com forte indício de finalidade eleitoreira.

Segundo o Ministério Público Eleitoral, mais de 300 cargos foram distribuídos entre aliados e cabos eleitorais, em um movimento que teria desequilibrado o pleito municipal. A juíza responsável pelo caso classificou a prática como “abuso de poder político e econômico”, o que levou à cassação imediata do mandato.

O episódio reacende o debate sobre o uso da estrutura pública para fins pessoais e políticos, prática que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem combatido com firmeza desde o início de sua gestão. Em nota, o governo estadual reafirmou seu compromisso com a ética na administração pública e destacou que “a Bahia não tolera coronelismo disfarçado de gestão”.

Nos bastidores, aliados do Partido dos Trabalhadores comemoram a decisão como um marco contra a velha política que ainda resiste em redutos do interior. “É a vitória da democracia sobre os esquemas que tratam o povo como massa de manobra”, afirmou um deputado estadual próximo ao governador.

Enquanto a cidade tenta entender os desdobramentos da cassação, o clima é de expectativa. A Câmara Municipal deve decidir nos próximos dias quem assume o comando do Executivo até que novas eleições sejam convocadas. A população, por sua vez, começa a cobrar mais transparência e responsabilidade dos seus representantes.

A queda de Ledo Ivan pode ser o início de uma nova era em Serra do Ramalho, uma era onde o poder não se compra com contratos, mas se conquista com serviço público de verdade.